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secao 4!

Certificação verde de edifícios e sua inserção urbana.

O caso da cidade de São Paulo

Elisa Pereira de Macedo

Marcelo de Andrade Romero

O objetivo deste trabalho foi realizar o estudo da viabilidade urbana de cidades brasileiras, para inserção das ferramentas de certificação verde LEED ( Leadership in Energy and Environmental Design) e AQUA (Alta Qualidade Ambiental), abordando especificamente o caso da cidade de São Paulo. A escolha desses dois sistemas de certificação foi definida por serem os certificados mais atuantes no Brasil com maior expressividade dentro da recente abertura da construção civil brasileira a este tipo de preocupação ambiental.

Foram analisadas as ferramentas certificadoras Guide LEED NC v. 3.0 / 2009 e Referencial Técnico AQUA – Escritórios e Edifícios Escolares / 2007. A metodologia consiste em analisar as ferramentas de certificação servindo como indicadoras de metas a serem atingidas e norteando o estudo da viabilidade urbana, inserida no contexto da cidade de São Paulo. A partir do conhecimento das ferramentas e com base em bibliografia referencial foram selecionadas metas relacionadas com o meio urbano que definiram temas gerais urbanos para o estudo da viabilidade urbana.

As ferramentas LEED e AQUA foram analisadas sob a ótica de como a cidade pode interferir positivamente ou negativamente no processo de certificação, o quanto o projeto na escala do terreno depende da cidade enquanto escala urbana para ser viabilizado ecologicamente ou sustentavelmente. O quanto a cidade impacta sobre a qualidade do edifício, de fora para dentro da edificação, analisando os itens que estão relacionados diretamente com a disponibilidade específica de cada cidade, como redes de infra-estrutura disponibilidade de serviços e produtos definirá conclusivamente a viabilidade urbana ambiental da cidade de São Paulo.

Avaliação das Ferramentas Certificadoras

As diferenças entre as certificações foram analisadas. Sobre as divergências encontradas, especificamente no caso dos itens AQUA 1.3.1/1.3.2/ 1.3.3 – relativos a altura das edificações e o impacto sobre a vizinhança e SS 5.2 – relativo as áreas livres de construção as certificações tem metas opostas, o AQUA preocupa-se em equilibrar o gabarito das edificações mantendo o gabarito o mais baixo possível, já no LEED a intenção é oposta no crédito SS5.2 que prioriza que o empreendimento tenha áreas livres em conseqüência disso uma verticalização para permitir a abertura de espaços no térreo, de acordo com os conceitos de cidade compacta a priorização da verticalização como solução de sustentabilidade esta mais dentro da proposta LEED. A questão do ruído urbano analisado pelo AQUA na categoria 9 não esta presente no LEED para novas construções. Os conceitos de análise AQUA sobre a redução no consumo de água estão mais ligadas a qualidade dos dispositivos e dos sistemas que proporcionam a redução no consumo de água potável , um método diferente aparece no LEED com resultados mais quantitativos expressos em porcentagens na redução dos consumos com água potável, irrigação. Quanto as gestão das águas do terreno, ambos expressam a mesma preocupação em aumentar a permeabilidade o quanto possível no terreno, sobre a qualidade dessa água retida no terreno apenas no AQUA é obrigatório o tratamentos das águas que escoam por estacionamentos ou vias de veículos, na certificação LEED este item referente ao tratamento das águas de infiltração aparece como opcional.Ainda nas questões relativas a água as instalações das redes de distribuição no edifício são avaliadas pelo AQUA – Categoria 14 qualidade da água, este item não encontra correspondente na certificação LEED.

Conclusões Finais

Com a finalização do estudo foi possível traçar um esboço preliminar do perfil da cidade de São Paulo. A conclusão da análise da viabilidade urbana no caso São Paulo para obtenção dos certificados verdes LEED e AQUA encontrou uma situação favorável para as edificações que pleiteiam atingir as metas verdes estabelecidas. Dentro do contexto da cidade, foi possível observar que os itens relativos a resíduos e materiais tiveram os resultados mais positivos e que contribuem para a obtenção dos certificados. Os itens relacionados ao ambiente natural e água relativo a drenagem urbana apresentaram pontos negativos que desfavorecem o cenário urbano para obtenção dos certificados onde por outro lado o esforços dos edifícios verdes pode vir a melhorar estes quesitos de qualidade urbana, mas para efetiva melhoria urbana são necessários esforços maiores e bem articulados.

Cada um dos itens dos temas gerais urbano, dentro das possibilidades locais, necessitam de melhorias tanto do setor público quanto privado no que se refere a investimentos locais para atender a demanda deste novo tipo de produção de edificação. Os agravantes encontrados podem ser contornados, com tecnologias especificas ou mais avançadas em relação a pratica atual. Isso atua de forma positiva na cidade colaborando com o desenvolvimento tecnológico e de qualidade das edificações.

Para equalizar a pertinência das metas a serem empregadas em todo o país, sugere-se que sejam feitos novos estudos de viabilidade urbana em outros contextos urbanos brasileiros a fim de se chegar a um consenso de adequação para uma ferramenta brasileira. As particularidades locais de cada cidade estão intrinsecamente ligadas a qualidade ambiental dessa nova tipologia de edifícios.

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