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secao 4!

Clube municipal em Santos

Fábio Hideki Teruia

Francisco Spadoni

A proposta consiste no projeto de um clube público na cidade de Santos.

Basicamente a ideia é que este clube contemple os mesmos programas que os clubes privados tradicionais, com o diferencial de ser gerido pelo município.

A cidade e Santos foi escolhida pelo fato de que apesar de ter os clubes como parte de sua história, a grande maioria dos clubes privados estão beirando a falência ou já faliram. Uma das causas para essa onda de quebras é a saída dos associados, que passaram a procurar opções de lazer gratuitas ou mais baratas, como a praia, a ciclovia ou o SESC.

Já um clube municipal teria um público mais abrangente, pois traria de volta aqueles que se desligaram dos clubes privados e também atrairia as pessoas que não tem condições financeiras de bancar uma mensalidade para fins de lazer. E como um clube no geral não possui apenas um único programa as opções de lazer gratuito aumentariam bastante.

O terreno escolhido abrigava o Clube Atlético Santista, que foi à falência e vendido à uma concessionária de carros local.

As piscinas estão separadas em dois blocos, o das piscinas recreativas e o da piscina esportiva, sendo separadas pelo vestiário que obrigatoriamente deve ser acessado para se chegar às piscinas. O bloco recreativo está na cota -0,50m, ou seja, 3,50m abaixo da praça. Tal rebaixo visa garantir um pouco de privacidade aos usuários, que de outra maneira poderiam se sentir desconfortáveis caso pudessem ser vistos pelos pedestres. Muito embora Santos seja uma cidade litorânea e as pessoas estejam relativamente acostumadas a verem e serem vistas em trajes de banho. Como o terreno não se situa próximo à orla da praia optou-se por tal alternativa. Já o bloco esportivo está na cota -4,70m, devido à necessidade de ter uma cobertura apoiada apenas nas extremidades, liberando a planta para a piscina e necessitando de vigas mais altas. Foram utilizadas vigas-vagão por serem mais leves. Para a iluminação e ventilação foram feitas aberturas zenitais na cobertura, sempre entre duas vigas, não causando problemas estruturais. Foi criado um espelho d’água que possui a função de contribuir para a privacidade daqueles que estiverem nas piscinas, limitando a proximidade dos pedestres, e também para servir de amortecedor térmico para a piscina esportiva, já que cobre toda área deste. Além de criar uma identidade em comum para os dois blocos discreta porém facilmente percebida pelas pessoas que estiverem na praça.

O volume das quadras está em nível com a praça e abriga duas quadras poliesportivas e uma quadra de tênis. O acesso é feito por uma única entrada, que diferentemente das piscinas permite que se chegue às quadras sem a necessidade de passar pelos vestiários. A cobertura é estruturada por uma treliça espacial metálica de cerca de 2,00m de altura apoiada por duas fileiras de pilares de concreto, situadas nas duas laterais maiores, permitindo assim uma planta livre para o volume. Volume este que possui 10m de altura, possibilitando um pé-direito de 8m e ainda assim se mantendo mais baixo que o salão de eventos. A vedação é constituída de uma tela leve, visualmente permeável. Existe também uma faixa de grama que circunda todo o volume na projeção da cobertura.

O grande salão de eventos é a única construção mantida do antigo Clube Atlético Santista. Possui um térreo elevado a 1,53m do solo, acessado pelos lados maiores por uma escada e uma rampa. Como o salão elevado se sustenta por três pares de pilares este térreo possui uma planta livre, contando apenas com um volume de alvenaria na sua fachada sul e outro mais próximo do centro que enclausura a escada de acesso ao salão de eventos. No volume mais ao Sul está a parte administrativa do clube, dois sanitários públicos e um elevador que liga o térreo ao salão. Já no volume das escadas foi alocada uma lanchonete, evitando a necessidade de se criar mais volumes de alvenaria. Porém desse modo o térreo seria apenas uma área vazia, sem uso, portanto foram criados três “cubos” de vidro espalhados pela planta que podem ter usos diversos ligados ao comércio e à serviços, como por exemplo uma pequena biblioteca de periódicos, uma floricultura, uma papelaria ou até mesmo uma lojinha de R$1,99.

O pavimento superior se situa na cota +6,63m e possui uma grande planta livre ocupada apenas por um bloco que acolhe os sanitários, uma copa e o elevador de acesso. Tal bloco se encontra solto na planta, mas muito próximo da fachada Sul, deixando a maior parte da planta realmente livre. A planta livre é importante pois pode abrigar inúmeros tipos de eventos. Na década de 90, quando o clube ainda tinha alguma vida este salão promovia feiras de artesanato, de malhas, de calçados, etc. além de festas e bailes à noite. Por isso não está sendo proposto nenhum uso permanente para o salão, pois seria interessante criar esse vínculo com o passado. A cobertura original era composta por telhados de quatro águas, por ser muito distoante do restante da arquitetura do edifício o projeto propõe uma nova cobertura composta por vigas metálicas e placas de policarbonato, permitindo assim a entrada de iluminação zenital.

O playground foi projetado juntamente com a disciplina optativa “Ergonomia Aplicada ao Planejamento e Projeto do Mobiliário Urbano”. Ele não possui os brinquedos tradicionais, como gangorra, balanço, etc. mas segue um conceito de lugar de brincar baseado na reutilização de objetos. Neste playground foram projetados topografias e caminhos utilizando-se pneus velhos, um trepa-trepa feito de canos e cordas que perderam sua utilidade e um escorregador de madeira de móveis usados. Todos esses materiais não possuem nenhum acabamento, deixando-os aparentes, identificáveis, instigando a imaginação das crianças. O mobiliário da praça segue o mesmo conceito de reutilização, como os bancos, que são feitos de portas.

Ficha Técnica:

Terreno 15873,50m²
Administrativo 66,30m²
Playground 397,70m²
Quadras 3864,00m²
Piscinas 2010,00m²
Salão de eventos 2470,00m²

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