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secao 4!

Micromobilidade na Região da Luz:

uma proposta de desenho urbano para regiões alvo de renovação urbana

Lara Palma Elsing

Roberta C. Kronka Mülfarth

A região central sempre foi palco no conflito de interesses da população mais carente, que precisa morar perto das oportunidades de emprego e infraestrutura, e de uma elite que vê esta população como um mal que deve ser erradicado para que se possa usufruir, na sua plenitude, uma cidade “limpa”. No meio desse embate, surgiram muitas propostas de “revitalização” da região da Luz, uma região de antigo glamour, mas que, por abandono das políticas públicas, passou a servir ao mercado mais popular. A região faz parte de um “complexo” de vias especializadas que se desenvolvem em toda a região central e que recebe milhares de pessoas em busca de seus produtos. Junto das ruas José Paulino, Florêncio de Abreu, São Caetano e 25 de Março, a Rua Santa Ifigênia tem um forte apreço popular no mercado de eletrônicos, instrumentos musicais e equipamentos de iluminação. Nesse mesmo palco, está a demarcação de uma extensa área de ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social), implantada numa região onde há uma grande quantidade de cortiços, o que demonstra a precariedade e a necessidade das pessoas de baixa renda de morar nesta região.

Na ideia de negar o processo de gentrificação, altamente defendido pela atual gestão, este projeto vem propor o adensamento da cidade sem a perda das garantias de acesso à propriedade das pessoas que da região necessitam se prover. O LABAUT (Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética) propôs um adensamento da região, hoje compreendida pelo perímetro do Nova Luz, numa possível visão de reduzir a mancha urbana pelo adensamento, num modelo de cidade compacta. Com base neste estudo, onde foi levada em conta a eficiência energética das edificações, a liberação de áreas permeáveis e expansão do verde é que esse projeto foi executado.

A partir dessa ideia, se buscou na cidade de Munique exemplos de como esse provimento poderia ser dado com base num projeto consistente, gerado a partir de um moderno princípio orientador - a sustentabilidade urbana. As publicações feitas pela Prefeitura de Munique serviram como exemplos de planejamento das quadras e áreas verdes e seus mapas foram usados como base para a criação dos mapas-resumo desenvolvidos neste trabalho. Também foram exemplificadas a forma como o acesso à moradia social se dá na cidade, de forma a exemplificar a precariedade do acesso à habitação nas áreas de ZEIS, enquanto a iniciativa privada tiver controle na compra e venda de imóveis.

Separado em duas plantas norteadoras - o projeto de benfeitorias públicas e o de empreendimento privado - o projeto serviria como base da Prefeitura na execução de um planejamento de reurbanização da região, gerido em fases, conforme andasse o processo de desapropriação e notificação dos atuais proprietários dos imóveis, assim como a realização das licitações. A infraestrutura também seria repensada no processo de reurbanização, de forma a modernizar os materiais e implantações de guias e sarjetas, abrindo mais espaço para o pedestre e o ciclista, sobrepondo-se ao uso do automóvel, condenável em uma região tão bem servida de transportes públicos e entruncada por um complexo sistema viário que liga o centro de norte a sul.

Os materiais escolhidos na aplicação das benfeitorias deste trabalho são aqueles já conhecidos e utilizados em nossa infraestrutura, mas numa versão mais permeável, o que garantiria uma menor impermeabilidade do solo na região – reconhecida pela alta urbanização e ausência de espaços verdes.

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