Central da Musica de Sao Paulo
Localizacao: Parque do Ibirapuera, Sao Paulo - SP
Area total: 16.000m2
Este trabalho parte da investigação sobre a música e a arquitetura. A partir do desenvolvimento do tema, é proposto um projeto para a cidade de São Paulo, de caráter cultural e educacional, contemplando a música através da arquitetura.
O tema de trabalho escolhido foi a música. Vejo nesse tema grandes possibilidades de discussão e a partir disso nasce o projeto. A música está presente na vida de todos, direta ou indiretamente. As pessoas a usam como entretenimento, distração, uma forma de expressão. A música é democrática, não se restringe a nenhuma cor nem classe social e existe para todos os gostos. Assim, surge uma proposta que relaciona a cultura através da música e sua relação com a cidade a partir da arquitetura.
A idéia é criar um espaço que afirme a importância da música para a sociedade. A idéia de um equipamento de caráter público que trouxesse para as pessoas uma forma diferenciada de compreender a música. Para isso é proposta a Central da Música da cidade de São Paulo. Através da arquitetura, o espaço tem o compromisso de criar um lugar para a população na qual ela possa experimentar a música de forma diferente, por meio da cultura e da educação, tentando atingir as mais diversas classes sociais e faixas etárias, criando um local para os aficionados por música e que ao mesmo tempo seja também um local para os que não tenham uma relação com ela passem a ter.
Através do estudo dos equipamentos culturais da cidade de São Paulo, nota-se uma concentração na região do Parque do Ibirapuera. Assim, a proposta sugerida é de aproveitar essa concentração de equipamentos culturais existentes e seu potencial de lazer e cultura, criando um sistema de museus no parque. Será formado pelo conjunto do Ibirapuera, MAC USP e o novo Centro de Música. O local de projeto tira proveito de a área ser consolidada. Mais do que um novo equipamento para a região, a proposta visa expandir a área de lazer do Ibirapuera. Com isso a idéia é retomar essa antiga configuração, juntando as praças adjacentes que hoje são segregadas com o parque, através de passagens subterrâneas e passarelas, unificando toda a área dos equipamentos, aumentando a variedade de atividades dos usuários. A proposta também tenta configurar uma nova entrada para o Ibirapuera, facilitando o acesso para as pessoas que chegam pela Vila Mariana. Para isso também, será proposta uma nova linha circular de ônibus, ligando o parque diretamente ao Metrô Ana Rosa.
O terreno escolhido para o projeto se localiza em uma esquina ao lado do futuro Museu de Arte Contemporânea (MAC USP). Trata-se de um terreno público cujos limites são: o futuro MAC USP, Av. Pedro Álvares Cabral e a Av. Dante Pazzanese. Possui aproximadamente 20.000m². O terreno faz parte da área proposta de integração para o parque.
O partido de projeto escolhido é resultado de toda essa análise do local de projeto. Considerando a retomada das áreas verdes do parque, ocupar toda uma área livre para construir o edifício não parecia o caminho ideal. Portanto, como uma forma de minimizar o impacto no local, a idéia era de que o próprio edifício funcionasse como uma grande área verde. Assim, o projeto se configura como dois grandes planos que acompanham o relevo do terreno, com toda sua cobertura livre e configurada como uma praça. Toda área externa é aberta, garantindo a permeabilidade do terreno e possibilitando diversos caminhos diferentes.
Um grande núcleo central configura o acesso de todas as atividades. Sobre ele nasce a torre-escola, para maior aproveitamento do espaço e para marcar o edifício na paisagem. Este núcleo ao ser fechado separa toda a parte privada da parte pública, sem bloquear os caminhos por dentro do edifício. Duas ruas laterais levam ao subsolo, onde se concentram os serviços e as áreas comuns do conjunto. Uma grande marquise liga a Central da Música ao MACUSP, bem como ao acesso público e ao estacionamento. Em frente ao auditório fica configurada uma grande área para eventos externos, tendo toda a infraestrutura preparada e ligada ao edifício. A idéia é que o projeto fosse o mais livre possível, para que as pessoas se apropriem e façam o uso que quiserem. Ouvir música, encontrar amigos, tomar um café, fazer música, conhecer pessoas. A Central da Música de São Paulo é mais que apenas um local dedicado ao ensino e ao entretenimento. É dedicado a todas as pessoas de todas as idades, com atividades e oportunidades para todos os gostos.
A escola de música se desenvolve ao longo de dez pavimentos na torre do conjunto. Na cobertura da torre há uma cafeteria panorâmica exclusiva da escola, com uma vista privilegiada do parque. A oficina de instrumentos, para construção e reparos fica em um anexo acessado por fora do conjunto. Possui um total de 4620m2 e atende cerca de 400 alunos simultaneamente. No lugar de algumas salas de aulas, são criados pequenos espaços de convívio a cada dois andares. Seriam pontos de encontro dentro da escola, um lugar para os alunos esperarem a aula começar ou para descontrair depois dela. Mais que isso, o ensino não esta limitado apenas aos livros e professores. O conhecimento também se dá através do convívio entre os alunos.
O Museu da Música é um local de experimentação. Além da informação através das formas tradicionais de exposição, ele tenta explorar os sentidos das pessoas, buscando novas sensações e uma nova visão em relação a música. A idéia é de espaços abertos e fechados, utilizando muita tecnologia, expondo imagens, videos e audio, interagindo ao máximo com o visitante, para que além de ver e ouvir a música ele possa senti-la.
A Biblioteca da Música complementa o museu como instrumentos de preservação e divulgação da nossa música. Além de um local para estudo, a biblioteca se responsabiliza pela digitalização, preservação e restauro do acervo e pela confecção de livros em braile, para atender os deficientes visuais.
