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secao 4!

CENTRO DE CIDADANIA DO BUTANTÃ

subprefeitura e casa de cultura do Butantã

Paula Satiko Fukuda

Fábio Mariz Gonçalvez

Este projeto visa criar um centro de vida urbana para a subprefeitura do Butantã, onde ocorram atividades político-administrativas, sociais e culturais e que faça parte do cotidiano dos moradores. Local de convergência da população destinado a atrair pessoas e a propiciar ambiente para contato humano, troca de idéias e manifestações da vida em sociedade, que de alguma forma facilite o acesso e a comunicação com os serviços públicos, tornando-os mais próximos aos cidadãos.

A questão que me motivou e me levou a este programa de TFG, foi a de fazer um projeto pra região do Butantã, que fosse de alcance de todos. Assim, comecei a estudar os equipamentos existentes na região, focando a Biblioteca Camila Cerqueira César, a Casa de Cultura do Butantã e a Subprefeitura. Os três equipamentos precisavam de reforma/ampliação. Juntar os três programas, me pareceu ser o caminho para criar uma centralidade onde a população realmente freqüentasse, não só para resolver questões burocráticas, mas para fazer cursos e passear, tentando dessa forma, aproximar a população com as questões administrativas da cidade.

Assim, o programa acabou sofrendo algumas adições, como as quadras, o auditório e os comércios e serviços, em função de alguns programas que a Subprefeitura do Butantã possui; como o Criança em Ação que são aulas de esporte para crianças e adolescentes, e o programa VAI de incentivo à cultura.

O local escolhido para implantação desse Programa, é bastante central em relação à Subprefeitura e com facilidade de acesso. No mesmo terreno onde atualmente é a Casa de Cultura do Butantã e muito próximo de onde hoje funciona a Subprefeitura. Os lotes escolhidos para o projeto, situam-se entre a Rodovia Raposo Tavares e a Avenida Eliseu de Almeida, estando a 400 metros da Avenida Professor Francisco Morato, sendo que as três vias possuem diversas linhas de ônibus para diversos pontos da cidade. Algumas quadras de distância encontra-se a estação Vila Sônia de Metrô.

O edifício foi implantado na parte mais plana do terreno 01, tentando preservar ao máximo o talude existente, por este ser muito íngrime e arborizado, o que resultou em um edifício bastante horizontal, que encontra o talude em dois momentos. Uma das premissas era a de usar o próprio edifício como um dos caminhos para transpor o desnível. Fazendo a ligação entre a Avenida Junta Mizumoto e a Rua Kohei Yokoyama. A Rua Kohei Yokoyama, acessa o edifício em dois momentos, na cota mais alta na laje da cobertura - um espaço de estar e observar a cidade - e no nível das quadras, na esquina desta rua com a Rua Geremia Lunardelli.

A subprefeitura foi projetada para ficar no lugar de maior visibilidade, mais próxima a Avenida Eliseu de Almeida, e ao lado do posto de saúde. De frente para ela, no terreno 02, foi proposta uma praça pensada de modo a facilitar o acesso à subprefeitura e ao posto de saúde, criando um parada de ônibus nessa quadra e estacionamentos de bicicletas, levando em consideração a proposta de projeto existente de criar ciclovias ao longo da Avenida Eliseu de Almeida. Foram pensados alguns estares na praça com bastante banco e sombra, para quem espera atendimento no posto de saúde e mesmo na subprefeitura. Como a Avenida Eliseu possui bastante tráfego de automóveis e caminhões, esses locais de estar e sentar foram dispostos mais afastados dessa avenida.

Os programas mais fechados, como auditório, as quadras e vestiários, foram implantados na esquina da Avenida Junta Mizumoto e da Rua Geremia Lunardelli. O auditório foi pensado para abrigar as atividades da Casa de Cultura e as possíveis discussões com a comunidade. Na laje acima do auditório, que dá acesso à Rua Geremia Lunardelli, forma-se um espaço semi-aberto de uso livre no qual é possível acontecer, eventualmente, exposições dos alunos da Casa de Cultura e outros eventos.

A Casa de Cultura foi pensada para interligar os dois blocos que tocam o talude, sobre pilotis, criando uma praça coberta, um lugar de estar, para esperar pelos serviços da subprefeitura, acolher quem chega no auditório, ou quem está somente de passagem. Nessa praça se abrem alguns comércios e serviços, para abrigar atividades ligadas às necessidades da subprefeitura, como cópias, fotografias, lanchonete, e bares e restaurantes, para garantir que o edifício seja usado tanto de dia quanto a noite.

A estrutura do edifício, de concreto armado, com vãos de 15 metros no sentido longitudinal e 8 metros no sentido transversal, e laje nervurada nos dois sentidos com 50 centímetros de altura. Como referência de dimensionamento estrutural foi utilizado dois projetos, a Câmara Legislativa do Distrito Federal e a Biblioteca Brasiliana, na USP.

O resultado do projeto é um edifício bastante permeável. Uma das premissas era que fosse possível circular por todo ele, praticamente sem portas, utilizando-o com um dos caminhos para transpor o desnível do terreno. Por isso, as circulações são generosas, e é utilizada bastante transparência, para que de fora se pudesse ver o que acontece ali, e assim, despertar interesse. O projeto compreende alguns espaços sem função definida, para que a população e o uso diário e freqüente do local, definisse seu caráter.

Realizar este trabalho foi um processo bastante enriquecedor, uma vez que tive a oportunidade de escolher o problema, o tema e a proposta baseados sobretudo em um desejo pessoal. Ainda que o processo tenha sido longo e desgastante, acredito que os resultados foram muito satisfatórios e merecedores de todo esforço, não só pelo produto final, mas pelo caminho, que me levou a um grande aprendizado de metodologia, organização, representação e disciplina.

Área do terreno 1: 15.364,50 m2
Área terreno 2: 3.535,23 m2
Área construída: 9.587,00 m2

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