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secao 4!

Representações de projeto:

urbanismo, arquitetura e design

Pedro Emilio Guglielmo

Artur Rozestraten

O trabalho explora, através de estudos de caso e da experimentação, os métodos e técnicas envolvidos na produção de diferentes tipos de representação para buscar o conhecimento sobre suas características, e com isso orientar escolhas e formas de aplicações dessas. Busca entender como esses processos são importantes para a formação e prática do arquiteto e como são feitos atualmente em diversas situações do projeto.

Este trabalho é uma busca por completar o entendimento sobre a forma como os arquitetos e designers elaboram suas idéias através das representações de seus projetos. Este mostra diferentes escalas de projeto e de representação com casos e exemplos práticos. Em um primeiro momento abordei o tema das representações através de estudos de caso. As escalas de projetos que abordei: uma mais ampla, a do planejamento urbano; a escala intermediária das edificações e a escala mais reduzida do desenho industrial e do produto.

Depois de estudar casos dessas escalas passei a me aprofundar sobre cada uma das representações encontradas nos diferentes projetos e assim elaborei um painel de possibilidades de representações. Das várias formas de representação me preocupei em entender e por em prática o uso de duas ferramentas relativamente novas: o scaneamento laser e a prototipagem rápida.

É fundamental para a representação de projeto que haja um projeto em foco. Dessa forma escolhi inicialmente três projetos como estudos de caso, e a partir destes irei comentar sobre as diferentes representações. O primeiro é na escala da cidade, o concurso para o Plano-Piloto de Brasília, mais precisamente o projeto de Lucio Costa (entregue em 1957). O segundo estudo de caso é o projeto de Renzo Piano para a sede no NY Times (iniciado em 2000) e o terceiro estudo, na escala do objeto, é o celular iPhone (apresentado em 2007) desenvolvido pela Apple.

É visível a partir dos projetos analisados que as representações são combinadas durante o processo de desenvolvimento e na apresentação dos projetos, mas em uma tentativa de aprofundar um pouco cada representação separei-as em grupos. Durante a pesquisa sobre as representações ficou claro que os materiais publicados normalmente tratam apenas de um tipo de representação, sendo assim segui agrupamentos relativamente já estabelecidos.

Foi criada em 2004 pelo professor Adrian Bowyer uma impressora 3D chamada Reprap (replicating rapid-prototyper). A ideia do professor Bowyer era que essa impressora pudesse imprimir suas próprias peças. Assim, a impressora de prototipagem rápida se torna uma impressora de fabricação digital, pois suas peças deixariam de ser protótipos e passariam a ser peças finais. A reprap (figura 24) pode imprimir as principais peças de montagem, mas além dessas peças é necessário para montá-la parafusos, porcas, barras entre outros complementos mecânicos sem contar toda a parte eletrônica da impressora.

A Reprap funciona por extrusão de termoplástico. Os termoplásticos são plásticos não degradados pelo calor moderado, sendo assim podem ser moldados quando aquecidos e posteriormente resfriados para endurecer (ex: polietileno e polipropileno). A impressora possui 3 eixos, e faz os modelos por sobreposição de camadas desse tipo de plástico.

Hoje a Reprap tem vários modelos, o primeiro criado por Bowyer foi chamado de Darwin, e o segundo de Mendel. Ambos os modelos foram disponibilizados na internet para construção e acreditando na possibilidade de apropriação dessa tecnologia resolvi montar uma impressora 3D Mendel.

Acredito que a representação de projeto faz parte do processo de criação do arquiteto e designer e como tal deve fazer parte da formação de ambos os profissionais. Durante a minha formação na FAU-USP senti falta de me aprofundar nas representações de projeto e acredito que isso me levou a buscar esse conteúdo neste trabalho.

Por em prática as representações aproxima o arquiteto e designer de seus objetos de estudo, seja a cidade ou um produto de desenho industrial. Talvez ao construir uma impressora 3D e um suporte ao Laserscannig, além de trabalhar com a representação realizei dois projetos de produtos, e assim me aproximei dessas tecnologias. O processo construir esses projetos é formador no reconhecimento da matéria e nas dificuldades de transformá-la. Creio que todo o arquiteto e designer deva ter consciência das transformações que estão envolvidas na construção de seus projetos.

As mais novas formas de representação deveriam estar ao alcance dos alunos de arquitetura e design da faculdade pois complementam as possibilidades dos futuros profissionais. Para aproximar essas tecnologias, aqui exemplificadas como a impressora 3D e o scanner laser, proponho oficinas na faculdade para montagem e uso desses equipamentos durante o próximo ano, para assim, a FAU-USP, realmente se apropriar dessas técnicas. Em pouco tempo esse conhecimento pode se multiplicar e tornar o uso comum nos estúdios como o uso de um estilete ou uma lapiseira. E quem sabe esse trabalho possa reaproximar os estudantes das maquetes físicas, lentamente esquecidas por muitos estudantes.

 

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