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secao 4!

PERMACULTURA URBANA E O TRATAMENTO DA TRANSIÇÃO.

AVENIDA PAULISTA, AVENIDA DOUTOR ARNALDO, AVENIDA REBOUÇAS E RUA DA CONSOLAÇÃO, SÃO PAULO, SP, BR.

Vlademir Iglesias Filho

Fábio Mariz Gonçalves

Este Trabalho Final de Graduação procura repensar sobre um não-lugar que está situado no encontro entre as Avenidas Paulista, Doutor Arnaldo, Rebouças e Rua da Consolação conectando o estudo da Permacultura aplicada no contexto da cidade e irradiar suas premissas deste espaço de transição para toda a cidade onde as interfaces estão mais acentuadas no projeto e a demanda por uma solução sustentável é imperativa.

Até que ponto e de que forma a Arquitetura, o Urbanismo e o Paisagismo contribuem na busca por uma sociedade sustentável?

É na forma como nós profissionais se inter-relacionamos com esse tema que se dá a contribuição da Arquitetura, do Urbanismo e do Paisagismo e até da Arte na sustentabilidade da nossa vida no planeta, que em última instância é a nossa Casa.

O termo "Permacultura" surgiu na década de 70 na Austrália por Bill Mollison, e nos conta sobre a integração entre humanos, animais e plantas, enquanto único organismo vivo e pretende criar uma visão holística inclusive no ambiente urbano, mostrando interações de coexistência e interdependência entre usuários e o espaço. E isso me faz lembrar da Praça vinculada ao conceito de espaço público acessível a todos os indivíduos, moradores ou visitantes que podem interagir entre si independentemente das suas premissas culturais e econômicas.

Uma percepão de um convívio natural que a praça pressupõe em similaridade com a Permacultura Urbana faz ecoar no projeto a intenção de unir as praças mencionadas criando um local integrado e sem fronteiras que simbolicamente possui uma passarela entre dois prédios propostos que prolonga-se até o limite de transição direta entre a Avenida Paulista e Avenida Doutor Arnaldo permitindo vistas paisagísticas desse espaço público por excelncia nos seus mais variados graus de elevação topográfica e diversidade de usos, onde as vias de trânsito se integram na natureza como veias de circulação de um tráfego ansioso por conforto ambiental.

Todo sistema permacultural deve evoluir, com design arrojados, para a construão de sociedades economicamente viáveis, socialmente justas, culturalmente sensíveis, dotadas de agroecossistemas que sejam produtivos e conservadores de recursos naturais. Assim esta área foi trabalhada em espaços de vivncia tendo as denominadas Escadas Belvedere, um papel fundamental ao permitir o passeio dos pedestres por suas muitas cotas de altitude no meio das árvores através de escadas que se tornam deques e permitem o encontro das pessoas para contemplar a cidade que as acolhe.

A contemplação ganha a presena do grafite, arte urbana de nascimento e expressão máxima desse tempo nos viadutos, peitoris, muros de arrimo, galerias subterrâneas, pilares e onde mais for possível substituir o cinza desgastado e sujo do concreto por uma profusão de cores e formas caóticas que traduzem por si só o humor tão peculiar de uma era onde estamos simultaneamente tão distantes e conectados, para não dizer alienados da natureza da própria humanidade que nos possui e nos cerca.

Compreender o papel da natureza nas áreas públicas implica atualmente em admitir a localização da Praça e dos Parques na Cidade, sua permeabilidade, as sensações que irradiam e a atmosfera do seu interior que convidam para adentrá-los e usufruí-los como extensão da nossa vivncia tanto urbana quanto social e neste projeto o desenho da praça com seus canteiros inspirados nas formas orgânicas do Grafiteiro Speto que inspiraram os traos que delimitaram áreas ocupadas pela água que surge no piso de concreto permeável e das áreas onde a água se encontra armazenada em conjunão com os canteiros verdes ocupados pela composição permacultural de espécies de plantas que se integram espontaneamente como sílabas que compõem palavras e formam um texto fluído e aconchegante.

As diferentes cotas de nível deste terreno que se encontra entrecortado pelas grandes avenidas possibilitou formas tridimensionais que podem ser apreciadas através das passarelas acessórias que cruza a Avenida Rebouças pelas Escadas Belvedere e pela passarela que interliga a Praça Marechal Cordeiro de Farias com o pequeno bosque escondido sob o viaduto.

A escolha do piso de concreto permeável é mais que funcional tanto nos seus valores ecológicos quanto por permitir um calamento uniforme que ressalta a intervenão artística do Grafite nas instalações, estruturas e equipamentos do entorno, mas também para dialogar com o piso de pedra portuguesa listrado da esquina da Avenida Paulista com Rebouças onde está atualmente um acesso ao metrô da Consolação e um estacionamento que neste projeto foi enterrado e multiplicado em vários andares de estacionamento no subsolo para dar lugar a um prédio de escritórios com galeria de arte no terreno e na passarela que conduz o visitante para a Praça Vinícius de Moraes onde teremos mais um prédio construído com volumetria arredondada por varandas verdes que se instalam sob os princípios da construão sustentável que visa a economia de energia e otimização dos recursos naturais.

A continuidade se percebe quando o piso de pedra portuguesa listrada reaparece no final da rampa dessa extensa passarela e nos guia para a Avenida Doutor Arnaldo onde sem sobressaltos chegamos de forma rápida e prazerosa.

A arquitetura, o espaço urbano, o lugar, tornam-se mais permeáveis a ação do homem, e estes estão expostos à realidade de suas ações, bem como de seus medos e desejos e dentro dessa nova interface entre os mundos internos e externos do indivíduo encontra-se a Praça como símbolo de um lugar onde as interfaces se tornam mais claras e diluídas.

É um erro agir como se os homens fossem uma coisa e a sua casa, a rua, seu bairro, sua cidade, fossem algo diferente. Ao considerarmos qualquer análise sobre a percepão do homem no espaço que habita, temos que levar em conta todos os fatores que influenciam essa percepão. E esta sobreposição de imagens individuais gera a imagem publica da cidade e também a memória coletiva.

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