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secao 4!

Veleiro Oceânico de Pesquisas

JULIANO BOTTINO

Júlio Maia de Andrade

Origem do tema:

O tema escolhido para o trabalho teve origem em um exercício projetual da disciplina AUP 467 - Desenho Industrial aplicado ao projeto de embarcações, do curso de graduação da FAUUSP, ministrada pelo Prof. Julio Maia de Andrade, o qual escolhi como meu orientador para este trabalho.

Na disciplina referida foi proposto um exercício projetual, no qual era pedido que se criasse um arranjo interno para um veleiro oceânico de 40’ (quarenta pés) definindo-se um perfil de uso e de usuário, a partir do qual se faria o projeto. Como dados do problema foi fornecido um plano de linhas em forma de desenhos e uma tabela, e um programa com necessidades básicas a serem observadas no projeto, como número de beliches mínimo, provisionamento de água doce, óleo Diesel, equipamentos de salvatagem, paióis de velas e mantimentos entre outros itens. Com a intenção de criar mais desafios para o projeto, defini que o perfil de uso do veiro que eu iria desenvolver seria para pesquisas oceanográficas, ou seja, funcionaria de base para pesquisadores no ambiente marinho, no qual seria embarcada uma equipe de oceanógrafos, biólogos, mergulhadores e outros técnicos que utilizariam o veleiro como base para levantamentos de campo e coleta de dados e amostras, os quais seriam futuramente analisados em terra.

O tema abordado nesse trabalho, é também, o projeto de uma embarcação de propulção á vela cuja função específica é a de fornecer alojamento, meio de transporte e local para análise de dados recolhidos em campo, para o desenvolvimento de pesquisas científicas nas áreas de oceanografia e biologia marinha, funcionando como uma base operacional móvel. É portanto, a continuação do desenvolvimento do projeto da disciplina AUP 467, o qual em sua conclusão se mostrou com um grande potencial para aprofundamento das questões referentes ao projeto do arranjo devido à algumas características que poderiam melhorar, como a inclusão de um espaço de laboratório.

A escolha desse tema se deve principalmente ao meu interesse especial na área de desenho industrial e de arquitetura de embarcações.

Devido ás peculiaridades do projeto náutico e sua consequente complexidade, o tema mostra-se de grande valor como exercício de projeto em diferentes níveis de abordagem, desde os aspectos técnicos de estabilidade estática e dinâmica além de construtivos da embarcação, passando por problemas de ergonomia complexos, conforto ambiental da tripulação e desenho do objeto, na medida em que a contingência restrita de forma que a embarcação possui, por estar ela intimamente ligada ao seu desenpenho dinâmico de deslocamento na água, fornece uma série de questões projetuais que deverão ser abordadas em conjunto, com o objetivo de se conceber um microclima adequado ás funções muito específicas de uso, ao mesmo tempo em que se enfrentam grandes limitações de diversas ordens, por se tratar de um objeto que mescla a função de transporte, fundamentalmente dinâmico portanto, e habitat de longa permanência, fundamentalmente estático. Somando-se aos desafios naturais do projeto de embarcações, de geometria não ortogonal com superfícies em dupla curvatura, está a questão de seu uso como base de pesquisas em ambiente marinho, o que acrescenta mais interesse em um trabalho acadêmico na medida em que pode servir de referência para a utilização em estudos nas áreas de biologia marinha, oceanografia e engenharia naval, promovendo a interação entre cursos dentro da universidade.

Perfil de uso

O veleiro irá operar em águas abertas, dentro da plataforma continental brasileira, em latitudes tropicais e sub-tropicais, sem capacidade para travessias oceânicas.

Contará com tripulação embarcada de 6 a 8 ocupantes com autonomia prevista para 10 a 15 dias no máximo, sem reabastecimento.

O uso principal da embarcação será o de servir como base de apoio a expedições de pesquisa nas áreas de oceanografia, biologia marinha e afins, sendo atividades comuns as saídas de mergulho diurno e noturno, com coleta de amostras de várias naturezas, medições submarinas com auxílio de instrumentos do tipo “garrafa” e outros de pequeno porte, até aproximadamente 60 kg, a profundidades de até 200m, análise básica de amostras com preparação e armazenamento resfriado de espécimes, sondagem e acompanhamento de cardumes e medições de leito. Em geral expedições de pequeno porte com possibilidade de interações entre o pesquisador e o público como forma de divulgação de pesquisas para diversos ramos tanto acadêmicos como governamentais e privados. Oferecendo como grande vantagem o deslocamento silencioso e pouco perturbador, baixo impacto ambiental de operação, baixo custo operacional e apelo ecológico. Seria de grande interesse em programas de divulgação e educação ecológica. Faz parte do projeto, portanto a preocupação estética com a apresentação do veleiro de forma a promover uma possível interação com o público. Pode-se dizer resumidamente que a função básica da embarcação seria a de observação, mais do que intervenção no ambiente. Podemos imaginar um cenário hipotético, no qual o veleiro recolhe amostras de espécimes marinhas e da água enquanto divulga campanhas de educação ambiental, percorrendo praias da Ilha Grande, por exemplo. O objetivo não é substituir um navio oceanográfico.

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