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secao 4!

Criação de Estampas

Mariana Emy Katayama

Clice de Toledo S. Mazzilli

O processo de estamparia, atualmente também conhecido como design de superfície, consiste na criação de imagens bidimensionais, projetadas especificamente para gerar padrões visuais em superfícies. É desenvolvido utilizando técnicas e ferramentas próprias, levando sempre em conta estética, conceituação e os processos criativos. Ao se criar estampas é essencial o conhecimento adequado de tipos de matérias primas e também características dos objetos em que serão realizadas as interferências, assim como conhecimento dos diferentes tipos de processos produtivos.

Portanto, atualmente o design de superfície vem crescendo e conquistando cada vez mais espaço no mercado, isto por ser parte importante no processo de criação de outros produtos. Uma vez que incorpora diferentes soluções estéticas e funcionais, tornando assim, o produto final mais atraente.

Foi escolhido aplicar o design de superfície em tecidos, por ser a maior área de aplicação hoje em dia, possuindo maior diversidade de técnicas. Nos tecidos, as estampas podem variar de diversas formas, desde florais e figuras geométricas, até imagens abstratas e figurativas. Assim, de certa forma, a finalidade da estamparia em tecidos é de agregá-los valor.

Durante o trabalho, foram estudado métodos de estamparia, como o batik, técnica mais antiga criado na Índia, ou então a impressão digital, sem limite de cores e formas dos desenhos devido aos grandes avanços tecnologicos. Também foram estudados os diversos tipos de tecido, como algodão, linho, lã e seda, tecidos esses de origem animal ou vegetal, e tecidos sintéticos como o poliéster, microfibra ou tactel entre outros.

Após ter conhecimento dos materiais e processos de estamparia, foi estudado o processo de criação de estampas, ou seja, uma análise de estampas corridas existentes, ou seja, como se dá os diferentes tipos de rapport, a relação entre as cores aplicadas e assim por diante.

A ideia era de se criar uma coleção de estampas baseadas em um tema, sendo assim, foi escolhido o Museu da Língua Portuguesa na Estação da Luz. O tema das estampas não relata exatamente o espaço do Museu, mas sim suas as instalações, baseadas no conceito do desenvolvimento da língua portuguesa e da cultura brasileira.

A Árvore das Palavras, escultura com mais de 16 metros, localizada na entrada do Museu foi um dos temas escolhido. Essa escultura representa palavras de diferentes idiomas que contribuíram para a formação do português e busca demonstrar a evolução das palavras.

Como referência para esse tema, foi utilizado literatura de cordel, poemas populares típicos da região nordeste. Por isso, os estudos possuem um estilo rústico. O módulo criado representa uma árvore com linhas retas, para cada cor, uma família de palavras com a sua evolução. As palavras foram dispostas como frutos da árvore, no meio dos galhos, folhas e flores.

Outra instalação escolhida como tema foi o Beco das Palavras. Trata-se de uma sala com jogos interativos que possibilitam o conhecimento das palavras. O jogo consiste em juntar prefixo e sufixo com as mãos, através de um avançado sistema optico-sensitivo, para se formar a palavra.

Para esta estampa, numa primeira etapa foram usados como base os trabalhos da artista Mira Shendel, por utilizar letras distribuídas de forma bastante aleatória, em um segundo momento, foram utilizados também os trabalhos de Stephen Sprouse, que também utiliza tipografia em suas estampas. Para criar o módulo, diversos estudos de diferentes composições foram realizados. As cores aplicadas na estampa em tons de azul e o fundo preto remetem ao espaço do Beco das Palavras, totalmente escuro, com as palavras sobre a mesa na cor azul.

As Palavras Cruzadas por sua vez, é uma instalação destinada à origem das palavras que influenciaram o português falado no Brasil. Através de totens multimídias, o visitante pode descobrir o país de origem das palavras e o seu significado.

A estampa das Palavras Cruzadas possui mapas como uma forma de demonstrar o intercâmbio das palavras entre os idiomas. Tons de azul e laranja foram utilizados, pois os totens e a programação visual dos totens apresentam essas cores. Como forma de demonstrar o constante fluxo das palavras pelos continentes, elas foram dispostas no local dos oceanos.

E por fim a Grande Galeria, telão com 106 metros de comprimento que acompanha toda a lateral do Museu da Língua Portuguesa. Nele, filmes são projetados demonstrando o cotidiano da língua portuguesa e como se relaciona o povo e a cultura brasileira. Através de imagens bastante dinâmicas e do som, é possível notas a miscigenação que o povo brasileiro possui.

Por apresentar diversas cores e imagens, os trabalhos de Emilio Pucci serviram como base nessa estampa. O módulo criado, bastante colorido e com sobreposições de desenhos, é uma forma de demonstrar o dinamismo e alegria do povo brasileiro. O desenho é uma referência às fitinhas do Senhor Bonfim, algo extremamente brasileiro.

As estampas desenvolvidas neste trabalho foram elaboradas com o intuito de serem aplicadas nas chamadas eco-bags. Atualmente, no contexto em que vivemos com a crescente preocupação com o meio ambiente e sustentabilidade, as eco-bags têm mobilizado um contingente crescente de simpatizantes a cada ano.

Assim, as estampas, constantemente inovadas no design e no mercado, passam a ser um modo de firmar o glamour e de instaurar identidade. Dessa forma, a escolha da aplicação das estampas em eco-bags, além de atingir um contexto social, passa a ser também uma forma de apelo ecológico ao representar uma alternativa às sacolas plásticas, que vem ganhando adeptos. Portanto, surge um novo espaço de divulgação de ideias e imagens referentes a moda e estilo, exploradas por novos conceitos e culturalmente atuais, justamente as diretrizes adotadas neste trabalho.

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