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secao 4!

CDHU Cidade Tiradentes I -

Redesenho do Projeto como crítica ao modelo atual de habitação popular

Marilia Mendes Castilho

Khaled Ghoubar

As raízes do atual modelo de produção de moradia popular estão basicamente na cultura da habitação mais barata iniciada a partir do sistema SFH/BNH criado com o intuito de atender as demandas habitacionais crescentes da segunda metade do século XX. A CDHU que desenvolveu-se dentro desta lógica e é a maior provedora de habitação popular do Brasil encontra-se até hoje reproduzindo os projetos concebidos há quase 30 anos.

Os projetos reproduzidos como carimbos são marcados pela falta de qualidade construtiva, estética e espacial e quase nunca criam uma relação entre o edifício e a cidade com qualidade. Até o fim da década de 90 o Estado foi praticamente o único a produzir habitação popular.

Inúmeras foram as tentativas de suprir a demanda crescente de moradia através de programas de habitação nas esferas federais, estaduais e municipais, no entanto a partir da década de 90 com a consolidação da economia e da democracia no país o Estado passa abrir epaço para um outro agente que passaria a ter um importante papel na oferta de moradia popular: o Mercado.

A facilitação do acesso ao crédito para financiamentos deram estimulo à produção privada que aproveitou-se do surgimento de um novo mercado consumidor. Em 2009 o lançamento do programa Minha Casa Minha Vida veio para consolidar essa situação e o Mercado hoje tem papel fundamental na oferta de moradia para o chamado segmento econômico.

No entanto, podemos perceber que o modelo de produção em série já adotado pelo Estado também é aplicado ao Mercado, que muda a “capa” do produto através de artifícios que vendem uma idéia de status ao consumidor. As reproduções de projetos prontos que aliados aos sistemas de gestão e padronização de alguns itens construtivos no canteiro mais uma vez buscam a redução extrema de custos, que neste caso são revertidos em uma maior margem de lucro para as empresas.

A partir da análise do atual panorama da produção de habitação no Brasil foi feita uma proposta de redesenho de um projeto da CDHU em Cidade Tiradentes. O exercício procurou aplicar melhorias na qualidade geral da moradia propondo habitações mais espaçosas e chegando a um valor de construção por m² por unidade muito próximo ao projeto original, o que ilustra que a economia não necessariamente deve ser gerada a partir da redução do padrão de qualidade das habitações, mas pode se originar da aplicação de racionalização na construção civil através da concepção de um projeto modular, utilização dos kits padronizados já utilizados pelo Mercado, enfim o partido do projeto apresentado no trabalho é oferecer habitação digna, em quantidades coerentes com a demanda, propondo verticalização e unidades habitacionais mais amplas.

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