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secao 4!

Uma nova comunicação visual para o metrô de São Paulo

Pedro Cotovio Suzuki

Giorgio Giorgi Junior

Em seus quase 40 anos de funcionamento, o metrô de São Paulo sofreu grandes modificações, que vão desde interferências publicitárias até às recentes adequações de acessibilidade, as quais refletiram diretamente na arquitetura das estações.

Atualmente, o Metrô está se modernizando, com a compra de novos trens e implantação de portas de plataforma. A rede também está se expandindo com as inaugurações das novas estações da linha 2-verde, a construção da linha 4-amarela e o projeto de novas linhas como a 6-laranja.

A despeito de mudanças pontuais realizadas na comunicação visual de algumas estações – Paraíso, por exemplo – não houve, entretanto, uma modernização geral na comunicação visual e no sistema de sinalização.

Neste trabalho não se pretende elaborar um projeto de sinalização, a proposta é pesquisar sobre as duas sinalizações existentes hoje e identificar os principais problemas que deveriam ser solucionados.

No decorrer do processo deparou-se com duas formas de abordagem que poderiam gerar futuros projetos, a eletro-mecânica e a digital. Dois modos distintos que não dependeriam somente de seus suportes, mas também de questões maiores que envolvem o próprio Metrô. Com a expansão do tema central, no entanto, o aspecto gráfico perdeu espaço e importância nessa etapa, mas poderia retomado para a elaboração de um futuro projeto.

Partido - Tendo conhecimento da complexidade que é a comunicação do metrô, optou-se por focar o trabalho nas sinalizações básicas: embarque, saída e conexão. A alternativa encontrada para transformar a sinalização foi criar longos caminhos que conduzissem o usuário, ou seja, a sinalização estaria presente em todo o percurso do usuário.

Abordagem eletro-mecânica - Uma das formas de desenvolver os caminhos definidos no partido seria a associação da luz com um suporte que contenha a informação, ou seja, uma espécie de backlight utilizando LED. As mensagens seriam perfuradas em uma chapa metálica dobrada por onde a luz das fitas de LED passariam, cada informação teria uma cor específica e a animação realçaria o sentido. Devido ao anteparo metálico a iluminação da nova sinalização não influenciaria a iluminação da estação, o que poderia causar estranhamento no ambiente, já que as luzes seriam coloridas. Além disso, haveria um aparato para difundir a luz e não deixar que ela passasse diretamente pelos orifícios e ofuscasse o usuário.

Abordagem digital – Outra forma de abordar seria a utilização de displays ultra fios, como o Eagle XG Slim, que também possui a tecnologia touch, o que permite a interação com o usuário. Outras novas tecnologias já foram lançadas, como a tinta eletrônica, utilizada no Kindle. Para a realização dessa abordagem focou-se principalmente no Eagle XG Slim como base, mas não significa que seria a única forma.

Mesmo com esses avanços dos displays optou-se por respeitar o partido inicial, que também foi seguido na abordagem anterior. Os caminhos traçados ganhariam mais animações, as palavras teriam movimentos e criariam um fluxo próprio que conduziria o usuário. Devido a essa animação baniu-se as setas. Por serem a representação estática de um movimento, elas seriam redundantes. Apenas em situações de emergência utilizaria setas para enfatizar o sentido de evacuação da estação. Em alguns pontos poderia-se colocar avisos de alerta, como nas escadas rolantes, avisando alguma anormalidade no serviço.

Análise - Apesar de compartilharem do mesmo partido, pode-se dizer que as abordagens eletro-mecânica e digital têm suportes completamente diferentes, embora apresentem algumas semelhanças. Ambas rompem com a tradicional placa e indicam um novo modo de sinalizar. No espaço interno da estação, entre os bloqueios e a plataforma, elas provavelmente atenderiam bem. Mas com relação ao exterior, à cidade e informações sobre o que ocorre fora da estação, os dois possuem deficiências.

A primeira abordagem está mais pautada no que temos hoje em dia e na forma clássica de sinalização. Nela, as informações dos painéis estão simplesmente dispostas e são limitadas; não há a possibilidade de pesquisa por parte do usuário. Também não há uma forma mais rápida e dinâmica de atualizar os dados; além disso, eles dão informações gerais e não específicas para cada pessoa.

Um projeto como esse implantado nas maiores redes metroviárias do mundo, já nasceria ultrapassado e seria incapaz de atender às necessidades do sistema. A malha é complexa, existem muitas conexões e alternativas que simples painéis não são capazes de informar. Considerando que o transporte de alta capacidade seria a solução para o problema do trânsito em São Paulo, a rede metroviária sofreria uma grande expansão, portanto a abordagem eletro-mecânica se tornaria rapidamente obsoleta.

Já a segunda abordagem avança em alguns aspectos. O rompimento com a sinalização tradicional, na forma como ela é apresentada, exigiu um novo suporte de informação, algo que fosse hoje tecnologicamente novo e viabilizasse a nova comunicação e enriquecesse o sistema de sinalização. Porém, isso não chega a indicar uma nova forma de sinalizar. Os painéis interativos apontam e abrem portas para serviços antes inexistentes e que inovariam no campo da sinalização, preparando os usuários para algo novo.

A interatividade estará cada vez mais presente. O usuário poderá fazer sua pesquisa dentro da estação que indicará a melhor forma de ir, em seu smartphone ele carregará as informações necessárias e durante o trajeto receberá atualizações sobre as condições da viagem e possíveis rotas alternativas. Na consulta também detalhará melhor o entorno, com mapas e animações que mostrem passo a passo de maneira fácil e didática como chegar ao destino. Além de informações sobre cultura, lazer etc, tudo isso para seduzir os passageiros como meio de convidá-los a usufruírem dos novos serviços. Tudo isso também poderá ser transferido para o tablet ou smartphone. As informações sobre serviços de transporte (ônibus, metrô, trem e até a pé), clima, cultura, lazer seriam integrados podendo ser acessadas de um único aparelho ou posto de informação.

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