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secao 4!

Sistema de Identidade Visual para o Terceiro Setor

Sofia Sterzi e Silva

Marcelo Marino Bicudo

O desenvolvimento de um sistema de identidade visual vai muito além do desenho da marca. A construção da identidade de uma ONG (Organização Não Governamental) é fundamental para que esta consiga atuar no que se propõe.

Organizações do Terceiro Setor são organizações não governamentais sem fins lucrativos. Também conhecidas como organizações da sociedade civil, desenvolvem ações em diferentes áreas e tentam mobilizar a opinião pública. São iniciativas da sociedade de chegar onde o governo não consegue. Normalmente não têm recursos para explorar mídias tradicionais (televisão, rádio, jornais, revistas) para sua divulgação, pois a arrecadação vem de doações de civis ou do próprio governo.

“uma ONG se define por sua vocação política, por sua positividade política: uma entidade sem fins de lucro cujo objetivo fundamental é desenvolver uma sociedade democrática, isto é, uma sociedade fundada nos valores da democracia – liberdade, igualdade, diversidade, participação e solidariedade. (...) As ONGs são comitês da cidadania e surgiram para ajudar a construir a sociedade democrática com que todos sonham”. - SOUZA, Herbert de

O abandono e os maus tratos gratuitos aos animais são fatos que ocorrem no Brasil (e no mundo) impunemente, pelo fato de não existir uma consciência de que um animal deve ser respeitado como ser vivo. Existem leis contra isso, mas, como em muitos outros casos, não são eficientemente aplicadas. Por isso se torna importante a atuação de ONGs.

A criação dessa consciência é importante para que o Brasil se aproxime de uma sociedade mais democrática e humana. O mote escolhido por este trabalho foi a criação de um sistema de identidade visual para uma ONG que atue nessa conscientização e em outras diversas questões relacionadas ao bem-estar animal e o que significa ser um cidadão responsável.

A importância da identidade é fundamental para que a ONG consiga se comunicar de maneira mais eficiente. A FAU já formou ótimos comunicadores e é importante para a faculdade observar a crescente importância de organizações não governamentais na sociedade contemporânea.

É interessante criar um sistema de identidade que se comunique através de uma rede composta por novos pontos de contato (ex.: novas mídias, eventos culturais, grafite...), marketing de guerrilha (que consiste em gerar eventos inusitados para chamar a atenção do público para determinada questão), entre outros modos mais contemporâneos de comunicação.

As redes sociais (ex.: Orkut, Facebook, Twitter, entre outras) hoje têm um papel importante na comunicação de organizações e empresas. Isso porque seu uso tem crescido muito e tende continuar assim. Portanto, é natural que empresas se façam presentes também nestes meios e criem suas páginas para atrair consumidores e “seguidores”, e também para divulgar suas campanhas, idéias e posicionamento. Tornaram-se uma parte do marketing, a baixo custo, além de possibilitarem um alcance de grande número de pessoas e públicos específicos, pela natureza de algumas redes sociais.

O marketing de guerrilha também entra na justificativa do baixo orçamentos de ONGs. Consiste em criar eventos inusitados e que chamem a atenção do público para determinada questão. Encaixa-se muito bem no caso deste trabalho e caminha muito bem com as redes sociais pois estas podem ser utilizadas para sua divulgação, por exemplo.

O objetivo final deste trabalho é criar um sistema de identidade e de comunicação de uma ONG a partir de seu posicionamento. A construção deste se dará a partir da conclusão da primeira parte do trabalho - Apreensão - onde se faz uma pesquisa sobre branding, sistemas de identidade visual, marketing de guerrilha e redes sociais e posteriormente, a contextualização da marca a ser criada, analisando o que já foi e o que é feito em relação a ONGs e suas comunicações. Ou seja, são buscadas ONGs concorrentes, marcas de referência e exemplos do que fazer e do que não fazer.

A composição e gerenciamento do branding, ou imagem corporativa, virou prioridade tanto em instituições, como em empresas de todos os tamanhos, à medida que a competitividade corporativa aumentou. Hoje, as marcas são parte de nossa cultura e passamos a utilizá-las muitas vezes para representar quem somos. Além disso, a produção em massa perdeu lugar para a customização em massa. O mundo virou um lugar cheio de alternativas, muitas mais do que conseguimos processar. As escolhas que fazemos têm cada vez mais atributos simbólicos e emocionais do que práticos e racionais. Valoriza-se mais a emoção do que a razão: o que alguma idéia/produto te faz sentir, e não o que tem como característica ou benefício racional. Como colocou Marty Neumeier: “Branding não é o que você diz que é, é o que os outros dizem que você é” (NEUMEIER, 2008, p. 3). Apesar de sua simplicidade, a partir dessa frase é possível compreender que a composição do brand é algo muito complexo. O que falta muitas vezes em uma instituição é a união da estratégia à criatividade e ao design.

O design pelo design tem quatro objetivos possíveis: identificar, informar, entreter ou persuadir. Com o branding, existe mais uma possibilidade: diferenciar - que tem raízes na estética, que é uma combinação de lógica e mágica com muita coragem e imaginação. Isso representa a ponte no abismo existente entre designers e marqueteiros.

Em seu livro, The Brand Gap, Neumeier conceitua a gestão de marca de forma inteligível e sensível, pois ao mesmo tempo que consegue formalizar a gestão de brand, assume a subjetividade intrínseca dessa disciplina.

Na parte 2 - Criação, inicialmente éerá definido o posicionamento e a partir deste é possível criar diretrizes para o processo de naming e para o projeto de sistema de identidade visual.

Na terceira e última parte - Implantação, é estruturado o plano de comunicação, mostrando pontos de contato, ações, peças criadas, site, campanha etc.

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