De acordo com dados das Nações Unidas, no ano de 2007 atingimos um marco emblemático referente à população mundial urbana: pela primeira vez, uma em cada 2 pessoas vive em cidades. Entre 2005 e 2030, a população das cidades deve crescer em uma média anual de 1,78% ao ano, quase o dobro do crescimento esperado para a população mundial como um todo. (Fonte: ICLEI 2009).
As cidades além de serem centros de uma importante atividade econômica e cultural, concentram graves problemas sociais e ambientais que se multiplicam à medida que atingimos patamares de consumo perigosos para a própria sobrevivência da espécie humana.
Diante deste cenário, tivemos um exemplo real do consumo insustentável da sociedade atual. Cerca de 10 anos atrás, em 2001, o Brasil conviveu com a “Crise do Apagão”. Uma crise de abastecimento de energia que afetou todo o país e foi principalmente causada pela falta de chuvas que deixaram os reservatórios abaixo do potencial de geração de energia. Porém esta crise está diretamente ligada não só à falta de chuva, mas também à falta de planejamento, má utilização dos recursos hídricos e falta de investimentos em geração de energia.
O Brasil tem sua matriz energética fortemente apoiada nas hidroelétricas, o que nos torna dependentes de fatores climáticos e grandes investimentos financeiros. De acordo com o Balanço Energético Nacional do Ministério das Minas e Energia, de 2007, 77,3% da oferta energética provém de hidroelétricas.
O Brasil é um país que possui recursos naturais que possibilitam a variação da matriz energética. As fontes alternativas de energia são de grande importância, pois além de permitirem a inserção econômica e social de populações isoladas e excluídas gerando medidas estruturais de empregos e rendas, também mantém o comprometimento com a sustentabilidade, inserção social e crescimento econômico diversificado.
Este trabalho propõe inicialmente a análise da biomassa como fonte de energia alternativa, em seguida, a análise de como essa biomassa é gerada (pelo biogás de aterros sanitários). A geração do biogás que será desenvolvida nesse trabalho é aquela proveniente de resíduos sólidos urbanos, geralmente domiciliares, do lixo. Além de oferecer uma alternativa às fontes de energia, será estudado um meio correto de disposição desses resíduos, que aumentam conforme cresce o padrão de consumo insustentável.
Assim este trabalho tem como objetivo investigar o potencial energético do lixo e seus desdobramentos, tanto ambientais como urbanos. Serão focadas as questões estratégicas para eficiência energética abordando a problemática do lixo, envolvendo aspectos técnicos e projetuais de um aterro sanitário como também estudos de viabilidade, técnica e econômica, da geração de energia no aterro sanitário.
