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secao 4!

A iluminação natural aplicada à arquitetura religiosa

Amanda Vanessa Monaco

Fábio Mariz Gonçalves

O presente trabalho se propôs a analisar diferentes estratégias de iluminação natural utilizadas na arquitetura e aplicá-las em um projeto de arquitetura religiosa de uma igreja católica.

Para tal, a metodologia proposta foi de se realizar primeiramente um levantamento bibliográfico sobre a iluminação natural na arquitetura, como também um levantamento bibliográfico sobre os princípios que regem a arquitetura religiosa católica atualmente, para depois realizarem-se estudos de referências projetuais e finalmente realizar o projeto no terreno escolhido.

O levantamento sobre iluminação natural na arquitetura contém a definição física de luz considerada para este trabalho, breve descrição de grandezas fotométricas, breve descrição das principais estratégias de iluminação aplicadas na arquitetura atualmente e uma seção sobre a modelagem de estudo para iluminação. O levantamento sobre arquitetura religiosa contém uma breve descrição do que se espera do espaço religioso na arquitetura católica atual e a explicação funcional de cada um dos espaços que a compõem.

Após este levantamento foram realizados 9 estudos de caso puramente bibliográficos seguidos de 7 visitas de campo. Este conjunto de referências projetuais continha principalmente exemplos de arquitetura religiosa católica, mas continha também arquitetura religiosa de outras religiões, bibliotecas, auditórios etc. Dentre os trabalhos escolhidos para análise estavam obras realizadas dentro e fora do Brasil. Na análise de tais obras procurou-se dar maior atenção aos aspectos contemplados no levantamento bibliográfico.

A escolha do terreno para a realização do projeto começou com a escolha de uma comunidade católica conhecida da autora do trabalho, na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, que ainda não tem sede própria. A comunidade escolhida é dedicada a São Francisco de Assis. O terreno escolhido pela autora do trabalho está próximo à região de atuação desta comunidade, próxima ao Parque Chico Mendes de Osasco. Atualmente o terreno é um posto de gasolina, e ele está em uma esquina entre uma das principais avenidas da cidade, a Avenida Hirant Sanazar, e duas ruas residenciais, R. Lázaro Suave e R. Ottavio Schiavinato, que conduzem aos bairros do Jardim Bussocaba e do Novo Osasco, bairros estritamente residenciais, onde atua a comunidade.

A primeira decisão sobre este projeto foi de que ele deveria ter uma iluminação na nave que não levasse luz direta aos usuários, mas sim que lançasse toda a luz no forro da nave, de forma a torná-lo tão luminoso que este se destacasse do corpo da igreja. Decidiu-se também que a iluminação do presbitério, ao contrário daquela utilizada na nave, deveria ser direta e ofuscante, direcionada principalmente à cruz. Para isso a nave deveria ter orientação principal norte-sul, tendo janelas altas com proteção solar nas fachadas leste e oeste para a iluminação da nave e uma janelas voltada para o norte, sem proteção solar, que iluminasse a cruz ao fundo do presbitério.

O formato da nave foi escolhido de forma a se adequar melhor ao formato irregular do terreno, juntamente com as áreas de apoio necessárias ao funcionamento de uma Paróquia. Tais áreas são: secretaria, salas para uso das pastorais, salão paroquial com cozinha, casa paroquial e banheiros. Tais áreas de apoio se organizam na forma de um “L” que se “apóia” em uma das laterais da nave e se abre para uma praça-rotatória na avenida, retomando a forma de um pátio.

Na outra lateral da nave estão capelas laterais de formatos curvos e irregulares, que podem ser acessadas somente pelo interior da nave. Ao todo são quatro capelas destinadas a abrigar o Sacrário, a Pia Batismal, a imagem de São Francisco e os músicos.

Ao fundo do presbitério foi feita uma parede branca do piso à cobertura que auxiliar a condução da luz que entra pela janela norte para a cruz e o presbitério. Ao mesmo tempo esta parede auxilia na separação entre o presbitério e a nave.

Na entrada da igreja foi criado, através da vegetação, um ambiente de transição entre o mundo e o interior da igreja. O recuo obrigatório de três metros ao fundo do terreno é fechado por portões que podem ser abertos conforme necessário, e permitem o acesso à duas portas ao fundo da Sacristia e à porta da cozinha do salão paroquial. A entrada do salão paroquial pode ser feita pela nave, pelo pátio e pela rua Lázaro Suave, esta última sendo a entrada principal. Os banheiros podem ser acessados tanto pelo salão quanto pela nave, dependendo da ocasião, considerando-se que estes não serão utilizados simultaneamente.

Os revestimentos e materiais foram escolhidos considerando-se principalmente que este projeto se trata de uma igreja em homenagem à São Francisco de Assis. Por isso, a autora considerou mais conveniente que externa e internamente a igreja fosse revestida de tijolinhos aparentes, enquanto que as áreas de apoio serão revestidas apenas externamente deste modo. O piso da nave é de concreto, o piso do presbitério e os componentes da igreja (altar, ambões, sedia, Sacrário, Pia Batismal) são de granito rosa não polido.

A cobertura da nave é sustentada por pórticos de concreto, pintados de tinta fosca cor castanha, espaçados aproximadamente a cada 2m. Entre os vãos destes pórticos foram alojadas as janelas laterais de iluminação da nave. No primeiro pórtico da nave e no primeiro do presbitério, foram alojadas janelas com vista para o norte. As janelas laterais foram divididas em três bandeiras que podem ser abertas ou fechadas, dependendo da estação do ano. Juntamente com respiros que foram instalados nas paredes externas, estas janelas, quando abertas, permitem a ventilação da igreja por efeito chaminé. Sobre cada uma das capelas laterais foi instalada uma abertura de formato circular que permite iluminação direta destas capelas e cria diferentes efeitos de luz e sombra nestas paredes ao longo do dia e ao longo do ano.

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