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secao 4!

Habitação Coletiva em Pinheiros

Ari Felipe Miaciro Correia

Helena Ayoub Silva

O trabalho teve como motivação a questão da cidade e do edifício por meio de projetos voltados para habitação provenientes de programas governamentais, sendo o foco no “Programa Minha Casa Minha Vida”, já que, é o maior incentivo que o governo federal já proporcionou para combater o déficit habitacional no país.

Como houve um aumento significativo na oferta por habitações provenientes do programa, é justo que haja uma análise da qualidade desses empreendimentos e qual impacto desses na cidade. A questão mais complexa é identificar o que é um bom projeto de arquitetura, e para isso foram feitos estudos do que está sendo produzido, além de pesquisas sobre avaliação de habitações.

A CAIXA, que é responsável por liberar ou não o dinheiro tanto para os empreendedores quanto aos beneficiários, tem seus próprios parâmetros de avaliação de projetos, que praticamente não leva em conta questões que extravasam o lote a ser implantado o empreendimento, o que faz com que as construtoras e incorporadoras comprem os terrenos mais baratos das cidades, que geralmente são periféricos e com pouca ou nenhuma infraestrutura para que obtenham mais lucro.

As secretarias municipais que são responsáveis por determinar onde serão construídos os empreendimentos do programa, pouco tem feito para evitar que se construa em locais sem infraestrutura adequada e ainda por cima, aumente a demanda por mais. Como forma de mostrar uma alternativa ao que está sendo construído, foi desenvolvido um projeto no bairro de Pinheiros, que já é um bairro de urbanização consolidada em São Paulo e que têm ótima infraestrutura de transportes, saneamento e equipamentos urbanos.

Este bairro foi escolhido por conta da infraestrutura e porque no terreno onde o projeto está sendo proposto está construído um prédio que um dia foi uma boate, mas há muitos anos não é utilizado de nenhuma forma, o que é um desperdício, ainda mais em uma cidade com déficit habitacional e de serviços.

Projeto do Edifício:

Como partido para o projeto do edifício foi levado em consideração a implantação do projeto, o seu entorno, seu gabarito para que sua relação com o entorno seja o mais harmoniosa possível, trazendo um espaço de qualidade para o projeto sem desqualificar a edificação vizinha. O terreno tem um desnível severo de 7,5m desde sua parte mais alta na R. Cardeal Arcoverde até o fundo do lote que foi usado como partido.

Para que pudesse ser um prédio que não necessitasse de elevador, a entrada em nível com a rua fez com que fosse possível criar andares abaixo do nível térreo sem que houvesse muita movimentação de terra, além de andares acima do térreo.Ainda sim, por conta de uma regra do PMCMV o edifício tem uma circulação vertical inserida em uma área generosa e que incentiva o encontro entre os moradores, que poderá servir para instalação futura de elevadores.

Essas ações ajudaram a fazer com que a densidade populacional do conjunto habitacional condissesse com a região em que foi implantado. O edifício é formado por duas lâminas muito finas que margeiam o lote, deixando apenas uma fina empena de concreto na R. Cardeal Arcoverde, sendo esta medida necessária para maior conforto acústico dos apartamentos, pois a rua tem tráfego intenso de ônibus.

Além disso, o Conjunto possui lojas voltadas para a rua, que fazem com que o condomínio tenha mais chances de ser sustentável economicamente e que valoriza o passeio da cidade mantendo a rua viva e movimentada.

Por cima dessas lojas o conjunto dispõe de uma generosa varanda onde os moradores poderão utilizar-se de um espaço amplo, livre e de uso comum.

Unidades Habitacionais:

As tipologias utilizadas nesse projeto foram pensadas de maneira a maximizar o aproveitamento da planta e da circulação do prédio e garantir uma boa iluminação e ventilação a todas as unidades.

São duas tipologias distintas, uma duplex e outra simplex, a segunda projetada para ser totalmente acessível, e o duplex com uma planta estreita, tenta aproveitar o uso da circulação do prédio. Os dois são projetados em módulos de 4 metros e pensados de forma a aprimorar a utilização dos moradores e criar espaços agradáveis e de boa qualidade.A modulação da planta colaborou não só com a facilidade de modulação também da estrutura, mas todas as instalações dos apartamentos foram compatibilizadas e funcionam até verticalmente entre dois apartamentos de tipologias diferentes.

Duplex: Com uma planta mais estreita para aproveitar melhor a circulação, o projeto do duplex tem duas generosas janelas opostas a entrada da casa, localizadas uma sala e outra, mais alta, que se inicia no patamar da escada e vai até o andar superior que proporcionam grande aproveitamento da luz e ventilação natural.

Simplex: Feito para ser acessível, o apartamento tem disposição simples, com os quartos voltados para o lado oposto a entrada, que é uma fachada voltada para nordeste, aproveitando bem a iluminação, e com uma sala de tamanho bastante confortável.

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