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secao 4!

CONSTRUIR NO CONSTRUÍDO:

PROJETO DE UMA UNIVERSIDADE NA ANTIGA FÁBRICA DE CIMENTO DE PERUS

DIEGO VERNILLE DA SILVA

ALEXANDRE DELIJAICOV

O presente trabalho final de graduação tem como objetivo a elaboração de um estudo preliminar para uma universidade na gleba da antiga fábrica de cimento de Perus, Zona Norte do Município de São Paulo.

Tal programa não foi definido à priori, mas sim identificado no decorrer dos estudos sobre o local. A pesquisa iniciou-se tendo como foco o patrimônio arquitetônico tombado desta fábrica e a contribuição da mesma para a formação do bairro. Existia já o interesse em atribuir a estas estruturas remanescentes um novo programa, coerente com as necessidades atuais e sem descuidar dos parâmetros definidos para a preservação de tal patrimônio.

O problema da preservação do patrimônio industrial, também relatado como arqueologia industrial ou arqueologia da industrialização1, ainda é bastante negligenciado, prevalecendo ações descuidadas e descompromissadas sobre o mesmo. Vemos isto cotidinamente na atuação do mercado imobiliário nos antigos bairros industriais de São Paulo, onde a manutenção de uma única chaminé, agora rodeada por grandes torres residenciais é anunciada como preservação da memória.

O que realmente faz despertar o interesse nestas regiões é a oferta de grandes lotes, relativamente baratos em regiões, muitas vezes, próximas ao centro da cidade. Este processo não é exclusividade de São Paulo ou mesmo do Brasil.

Com a antiga Companhia Brasileira de Cimento Portland Perus não é diferente, mesmo estando consideravelmente afastada do centro de São Paulo. O proprietário já abriu um processo no Conpresp - Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo - tratando-se de um empreendimento residencial que prevê converter as estruturas existentes num centro de compras.

Tal proposta vai em direção contrária das reivindicações do movimento civil responsável pelo tombamento da fábrica, que almejava com tal ação criar um centro de cultura do trabalhador, para servir como pólo de conhecimento e educação para a população que se estabeleceu no entorno desta Companhia, além de preservar a memória de luta operária bastante intensa da qual a fábrica foi o palco. Em entrevista cedida por Sidnei Fernandes Cruz, atual presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Cimento, Cal e Gesso de São Paulo (sindicato criado em Perus pelos trabalhadores da fábrica), relata que a disputa que se põe desde o tombamento é pelo “direito de escrever a história”, pois cada uma das partes, com seus projetos divergentes para o local, desejam consolidar no espaço a sua visão e memória2.

Desta forma, considerando os problemas relativos ao tratamento do patrimônio arquitetônico e a abrangência desejada para o equipamento a ser proposto, definiu-se que as pré-existencias abrigariam um equipamento público e o restante da gleba, que é relativamente grande frente o restante do bairro seria tratada como um parque. Para tal equipamento, adotou-se reivindicação de um movimento social envolvendo os habitantes da região Noroeste de São Paulo, referente a construção de uma Universidade Pública nesta região.

A região Noroeste é uma subdivisão da Zona Norte de São Paulo que abrange as subprefeituras de Freguesia do Ó/Brasilândia, Perus e Pirituba. O local de estudo, apesar de estar no distrito mais afastado do Centro do Município, é interessante para tal programa por sua acessibilidade privilegiada e as dimensões da área disponível. Tal acessibilidade é dada pela ferrovia, antiga São Paulo Railway e atual linha 7 da CPTM que conforma um dos limites da gleba, alêm da proximidade às rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Rodoanel.

Contudo, apesar da gleba da fábrica estar situada na mancha urbana do distrito e com sua macroacessibilidade dada pelos sistemas rodoviário e ferroviário como já descrito acima, a articulação destes sistemas com o novo equipamento é um ponto crucial a ser enfrentado.

O trabalho então se põe como uma síntese de diversas questões, das quais podemos destacar o uso do patrimônio; a experimentação sobre como seria instalar um equipamento abrangente num ambiente já construído e com restriões às novas edificações; o relacionamento de diferentes modais de transporte e a preservação da memória aliada com a possibilidade de “ressignificação” deste dado patrimônio às futuras gerações.

FICHA TÉCNICA

Funções administrativas
Reitoria e Vice Reitoria
sala ; sanitário privativo
Reuniões
sala grande ; sala média ; sala pequena ; sanitários comuns e especiais
Coordenador Acadêmico
sala do Coordenador ; secretaria ; sala para atendimento aos alunos Coordenador do Curso de Engenharia Química
sala do Coordenador ; secretaria ; Coordenador do Curso de Química ; sala do Coordenador ; secretaria
Coordenador do Curso Ciências Biológicas
sala do Coordenador ; secretaria
Coordenador do Curso Farmácia e Bioquímica
sala do Coordenador ; secretaria
Reunião e recepção
sala espera e recepção ; sanitários comuns e especiais
Coordenadoria Administrativa
sala do Coordenador ; secretaria ; sala de espera (12 pessoas) ; sala de reunião (12 pessoas)
Setor de Protocolo
sala ; sala para arquivo em uso
Setor de Contabilidade
sala (4 funcionários)
Setor de Relações Humanas
sala (4 funcionários)
Setor de Materiais. Compras e Almoxarifado
sala (7 funcionários)
Setor Jurídico
sala (3 funcionários)
Apoio
sala - centro de processamento de dados ; sala - suporte de rede ; sanitários comuns e especiais ; sala - Associação dos Docentes ; sala - Sindicato dos Funcionários ; sala - pronto socorro
Funções acadêmicas em salas comuns
24 salas de aula comuns (50 alunos cada) ; sanitários comuns e especiais
Funções acadêmicas em laboratórios de ensino
11 laboratórios (25 alunos cada) ; 4 salas - preparação de experimentos didáticos ; almoxarifado geral ; almoxarifado para reagentes ; ambiente para câmaras frias ; 2 depósitos ; sanitários comuns e especiais
Funções acadêmicas em laboratórios de pesquisa
30 laboratórios de pesquisa (4 professores) ; 4 salas de preparo ; sanitários comuns e especiais
Funções privativas dos docentes
30 salas privativas dos docentes (4 professores por sala) ; 6 salas - reuniões dos docentes e atendimento a alunos ; 12 salas de estudo para 06 alunos ; 2 copas ; sanitários comuns e especiais
Funções de apoio acadêmico, culturais e de convivência
saguão - encontros e distribuição ; auditório ; anfiteatro ; mediateca ; 2 salas - consulta ; 6 salas - grupos de estudo ; sala para livros ; sala - jornais e revistas ; sala - filmes, fitas e discos ; depósito de aparelhos audiovisuais ; livraria, revistaria e papelaria ; loja de conveniência ; sala - administração do Centro Acadêmico ; sanitários comuns
Funções de alimentação e de convivência
cantinas para 1.200 alunos, 120 docentes e 240 servidores ; sanitários comuns e especiais

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