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secao 4!

Barra Funda:

projeto de desenho urbano

Guilherme Gabriel Alves

Silvio Soares Macedo

Este trabalho parte do desejo de projetar a cidade.

A forma urbana resultante do processo histórico da Barra Funda é caracterizada principalmente pela antiga ocupação industrial, presença de muitas áreas vazias, subutilizadas e com uso transitório, parcelamento baseado em grandes lotes, sistema viário fragmentado, disponibilidade de infraestrutura urbana, baixíssima densidade populacional e pela dispersão dos lançamentos imobiliários.

Nota-se também que os agentes responsáveis pela produção do espaço urbano, o poder público e a iniciativa privada, se mostram incapazes de atribuir qualidades funcionais e estéticas fundamentais a cidade. De fato, essa incapacidade ou desinteresse, principalmente do poder público, se dá pela falta de projetos urbanos para os espaços públicos e particulares.

Este cenário suscita o desejo de projetar a cidade, tendo em vista o grande potencial de transformação urbana que a região possui. O escopo deste trabalho é elaborar uma proposta de desenho urbano para um setor do distrito da Barra Funda, considerando como pressupostos de projeto, as problemáticas, as reflexões e as referências observadas.

Para isso é necessário abordar algumas questões fundamentais como: a forma do espaço urbano, conceitos e referenciais de desenho urbano, o histórico das principais transformações, e os elementos e iniciativas responsáveis pela produção do espaço urbano.

PARTIDO

Eliminação da barreira ferroviária; consideração do viário existente; aumento da densidade populacional; cidade na escala do pedestre; uso misto dentro do bairro, lote e quadra; diversidade de tipos de habitação, comércio e serviços; demarcação visível entre espaços públicos e privados; espaços livres públicos diversificados e atraentes; diversas percepções do lugar; contato com o passado; consideração de características climáticas locais.

PROPOSTAS

- supressão da barreira da ferrovia por meio de uma extensa laje sobre os trilhos que conecta os dois lados da cidade, construindo deste modo uma grande esplanada;
- criação de malha urbana que se sobrepões ao tecido existente, configurando sistema de espaços livres formado por setores diversos;
- estabelecimento de quadras urbanas menores do que as encontradas na Barra Funda, favorecendo o deslocamento de pedestres;
- dimensionamento de ruas considerando a existência de automóveis, pedestres, ciclistas, equipamentos urbanos e arborização;
- hierarquização de vias, estabelecendo eixos principais, secundários e terciários, de acordo com os usos e porte das edificações;
- forma urbana compreendida por diferentes setores, agregando características e espacialidades distintas. Pretende-se trabalhar com contrastes, plasticidades, planos visuais e riqueza de estruturas, no que se refere aos edifícios, espaços livres e vegetação, cuja totalidade configura o perfil da paisagem urbana. São criadas três estruturas urbanas distintas:

Grandes Eixos – estrutura reticular formada por dois parques urbanos, envoltos por edifícios residenciais e corporativos de grandes e diversas alturas. Os primeiros pavimentos destinam-se ao uso comercial e de serviços. Deste modo esses espaços se configuram como eixos visuais e de circulação que estabelecem grandiosas perspectivas da cidade.
Os dois eixos criados e denominados Casa das Caldeiras e Ferrovia, se fundamentam em alguns princípios: o primeiro em virtude da perspectiva que se pretende criar com a edificação de valor histórico e simbólico, localizando-se em uma das extremidades do eixo. Representa desta forma o contato com o passado industrial da região; o segundo eixo se vale pela presença da linha férrea, assumindo um desenho linear e simultâneo aos trilhos, que serão mantidos sob a esplanada construída.

Alamedas – estrutura urbana que articula seus espaços livres e edificados por meio de formas reticulares e sinuosas, trabalhando com a questão dos planos visuais, plasticidades e surpresas, devido a parcialidade do espaço percebido pelo pedestre.
Estes espaços são estruturados por edifícios predominantemente residenciais, contíguos, de 4 a 5 pavimentos e alinhados ao recuo, tendo por finalidade a definição clara do espaço da rua, assim como também a separação entre espaços públicos e privados. Em alguns momentos ocorrem quebras nessa estrutura, permitindo diferentes articulações e visuais entre os espaços internos e externos as quadras, enriquecendo as percepções do lugar.
Garante-se deste modo que a rua seja vista e possua vitalidade, na medida em que residências e instalações comerciais e de serviços estão voltadas para estes espaços.
A regularidade de alturas é quebrada pelos altos edifícios dispostos nos grandes eixos, que além de definirem o plano de fundo das visuais, também estabelecem referenciais de localização.

Vilas – possuem dois tipos: residenciais e corporativas. As vilas residenciais se configuram como a menor estrutura urbana, contemplando áreas públicas representadas pelas vias de acesso e praças, assim como quintais privados. As vilas corporativas possuem escala urbana similar a das vilas residenciais, porém tem predominância de escritórios e áreas comerciais, podendo abrigar também hotéis e alguns núcleos habitacionais.
Os espaços livres criados nesses setores se equivalem a pátios internos, tendo as construções como limites, e acessos por um ou dois pontos. Deste modo as vilas se configuram como áreas tranqüilas, porém muito próximas a pontos comerciais e de maior movimento.
Todas essas características urbanas e paisagísticas contribuem para a formação de espaços com vida urbana e atrelados a escala do pedestre, na medida em que os usos das edificações, os atrativos nas calçadas, os olhos da rua, os gabaritos e distanciamentos, favorecem a efervescência, aproximação e reconhecimento dos diversos lugares da cidade pelas pessoas.

Área da gleba: 770.000m²
População: 28.000 pessoas
Densidade bruta: 370 hab/ha
Densidade líquida: 590 hab/ha

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