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secao 4!

Reabilitação de Edifício no Centro de São Paulo -

O Antigo Hotel Danúbio

Rafael Pompilio da Silva

Anália Maria Marinho de Carvalho Amorim

A região central da cidade de São Paulo sofreu um processo constante de esvaziamento e degradação ao longo de sua história, resultando em uma redução drástica no número de moradores e na degradação do patrimônio histórico. Devido a essa situação, encontramos o abandono do centro da cidade, local aonde inúmeros imóveis encontram-sedesocupados, além da subutilização da infraestrutura e do transporte público.

Por toda a área central da cidade de São Paulo é notável a grande quantidade de edifícios verticais totalmente vazios. Numa cidade como São Paulo, onde não há mais área para expansão urbana e os domicílios vagos superam o déficit habitacional, parece absurdo manter esse patrimônio construído a espera da viabilização do mercado, ao invés de investir na sua utilização para fins habitacionais.

Diante desse quadro, o presente trabalho procura desenvolver uma proposta de reabilitação para um edifício desocupado da área central de São Paulo, o antigo Hotel Danúbio, com o desenvolvimento de um projeto para a sua requalificação e ocupação, gerando um novo uso e atividade, a fim de resgatar a dinâmica urbana. Pretende-se dessa forma, propor a reabilitação de edifícios abandonados como instrumento de retomada do uso habitacional no centro, buscando a requalificação da região e, principalmente, a inclusão social da população.

Analisando-se as características da região, onde uma das maiores carências verificada é a de escolas públicas de nível técnico, chegou-se a proposta de instalar nos primeiros pavimentos do edifício uma escola de ensino técnico e profissionalizante.

O edifício foi setorizado de acordo com os usos originais do hotel. No bloco principal do hotel, o bloco A, apenas os andares anteriormente utilizados como unidades do hotel foram transformados em habitação. Os pavimentos inferiores foram todos utilizados para a escola. Já o bloco mais baixo, o bloco B, foi totalmente convertido par a escola. Na área aos fundos do bloco B foi criada uma praça interna, com uma lanchonete/restaurante nos fundos do lote.

Dessa forma, o programa foi distribuído da seguinte maneira:

No térreo do bloco A fica o acesso da torre habitacional, que utiliza as caixas de elevadores e escadas do edifício original. Nesse bloco encontram-se também o acesso principal da escola, a biblioteca, copa e sala de funcionários, direção, tesouraria e secretaria. Para atender a circulação vertical da escola foi criado um conjunto de elevadores e escadas no átrio central, por onde é feita também a iluminação dos ambientes centrais da escola.

No pavimento superior, a primeira sobreloja do hotel agrupa agora salas de aula, coordenação, sala dos professores e sala de estudos ao fundo. Na segunda sobreloja, o último pavimento da escola neste bloco, ficam as salas de aula restantes e, aos fundos, as salas de informática.

O bloco B é inteiramente dedicado a escola, com exceção apenas a 3 lojas previstas no térreo. Além das lojas, este bloco possui no térreo, de pé-direito duplo, o acesso secundário da escola, a área de vivência e um bicicletário. Para atender a circulação vertical deste bloco, que concentra todos os laboratórios e oficinas da escola, foram criadas 3 caixas de elevadores nos fundos da caixa de escada já existente. No primeiro pavimento estão as salas e oficinas dos cursos da área gráfica e editorial e de tecnologia da informação. No segundo pavimento ficam as oficinas e salas das áreas de eletroeletrônica e têxtil. Por fim, o terceiro pavimento concentra dois auditórios com capacidade para 120 pessoas.

A parte habitacional fi cou toda concentrada no bloco A, a partir do primeiro pavimento acima das sobrelojas, onde originalmente fi cavam as unidades do hotel. As plantas do hotel eram bastante irregulares, com diversas unidades diferentes umas das outras, além do escalonamento na fachada a partir do 6º pavimento, que resultava em poucas repetições de plantas de um pavimento para o outro.

Devido a irregularidade da planta original, foi necessário o desenvolvimento de diversas tipologias diferentes para atender as diversas situações do projeto. Dessa forma, não há um apartamento padrão que se repita ao longo do pavimento.

Do primeiro ao quinto pavimento, onde temos praticamente a mesma planta, sem alterações, foram criadas as tipologias básicas de quitinete, duplex e apartamentos de um e dois dormitórios.

A partir do sexto pavimento, quando o edifício começa a escalonar, as unidades dos pavimentos anteriores foram mantidas sempre que possível, e foram criadas novas tipologias para atender as áreas onde a planta sofria alterações.

Aproveitando a conformação original do edifício, que criava grandes terraços nos pavimentos onde o escalonamento era maior, foram propostas duas áreas de uso comum nas situações onde isso ocorre. No sexto pavimento foi criada uma lavanderia coletiva, já que os apartamentos menores não comportavam uma lavanderia individual. Já no sétimo pavimento,foi criado um salão, para festas e reuniões de condomínio. O salão fica junto a um grande terraço, que funciona como área de lazer, podendo comportar também churrasqueiras. Chegou-se, por fim, a um total de 147 unidades habitacionais, distribuídas em quatro tipologias distintas, sendo 83 quitinetes, 22 apartamentos de um dormitório, 6 apartamentos duplex de um dormitório e 36 apartamentos de dois dormitórios.

Ficha técnica:

escola área: 7.713,30m²
habitação área: 8.144,30m²
área total: 15.857,60m²

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