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secao 4!

Casa |

Palco da Subjetividade

Rogério Gurgel de Freitas

Agnaldo Aricê Caldas Farias

As fotografias de Julius Shulman para o projeto Case Study Houses, são sem dúvida minha maior fonte de inspiração para esse trabalho. A forma objetiva como essas imagens apresentam o momento político e social dos Estados Unidos, em especial do estado da Califórnia, pós segunda guerra mundial, são para mim uma grande aula de representação de arquitetura.

O cenário montado e a casa perfeitamente enquadrada pelas lentes do fotógrafo traduzem as intenções de projeto de forma muito clara, muito superior aos desenhos e perspectivas arquitetônicas.

A arquitetura é claramente utilizada como produto, vende aqui um ‘way of life’ novo, calcado no capitalismo americano e nas benfeitorias da era industrial. Não são esses méritos que me interessam, essas fotografias são algumas das imagens mais poderosas e sedutoras produzidas para o mundo da arquitetura até hoje, e é isso que sempre me encantou.

Uma das coisas que mais me interessam no processo fotográfico, mas que por razões óbvias fica de fora desse ensaio, é a capacidade da fotografia de criar realidades, meio muito bem explorado pelo fotógrafo canadense Jeff Wall.

No trabalho de Wall, nem tudo o que parece realmente é, e o deslocamento que essa nova informação cria, a da possibilidade de a fotografia não ser o registro de uma cena real, abre infinitas possibilidades.

Muito sob influência dos parágrafos de Gaston Bachelard e seus escritos acerca da fenomenologia, rememoração e devaneio, visitei 25 casas na metrópole de São Paulo. Com intenção de me aprofundar no aprendizado de projeto, sair um pouco do desenho técnico e mecanizado pelo computador, com um caderno e uma câmera fotográfica, busquei captar como se dão as relações entre o Homem e a casa, atento sempre ao valor daquelas experiências.

O registro que apresento aqui, não tem intenção artística e nem rigidez técnica. As imagens são retratam pessoas e casas por onde passei nesses 7 meses. As fotografias foram tiradas sempre no local da casa que mais representava o anfitrião.

Intentei trabalhar com o potencial da fotografia de tranportar-nos para um outro local, através de imagens, estimular o devaneio e a identificação, abrir novos meios de discussão e pensamento do projeto de arquitetura, tornando-o mais humano.

As fotografias são expostas em duas plataformas: 4 delas, sendo as mais importantes para o desenvolvimento do trabalho, impressas em duratrans, em caixa de luz no formato 52,5 x 35 cm, as 21 fotos restantes, são expostas em projeção digital na parede do caracol da FAU.

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