Aparecida de Goiânia é uma cidade do estado de Goiás e localiza-se ao sul da capital, Goiânia. Suas áreas limítrofes da região sul encontram-se conurbadas com a capital, processo que teve seu início desde a transferência da capital do estado da cidade de Goiás para Goiânia e provocou no espaço urbano aparecidense algumas especificidades e fenômenos urbanos que foram objetos de estudo no TFG.
Assim como muitos outros municípios brasileiros, Aparecida apresenta seu espaço urbano marcado por vários contrastes. A dependência em relação à capital desde a instituição da mesma provocou em seu espaço urbano uma situação de precariedade e desigualdade social, rendendo o título de cidade dormitório. Grandes contingentes de pessoas que buscavam oportunidades de trabalho em Goiânia acabaram se instalando em Aparecida, devido ao menor custo de vida e menor rigor do parcelamento dos solos.
Atualmente a cidade conta com pouco mais de 500 mil habitantes e algumas particularidades apontam para uma mudança do quadro de precariedade que se viu ao longo dos anos. A proximidade com a capital estimulou a formação de áreas de maior polarização, que influenciam várias regiões da cidade e oferecem serviços variados, diversidade de atividades econômicas, infraestruturas de mobilidade intraurbana, lazer, entre outros. Estas áreas são denominadas centralidades. A formação e o desenvolvimento das centralidades é o fator que permite afirmar que Aparecida de Goiânia não deve ser considerada uma cidade dormitório.
As centralidades de Aparecida contribuem com a diminuição da dependência da população em relação aos serviços oferecidos na capital, mas ainda há muito que fazer em relação ao desenvolvimento das mesmas. O caminho para o fortalecimento desta independência passa pelo investimento em mais instituições de saúde, bancos, áreas de lazer, entre outros.
A partir do estudo da dinâmica existente nas centralidades foi possível uma melhor compreensão do espaço da cidade, com suas complexidades, principais problemas e potencialidades. Para complementar este estudo, foram realizadas visitas a campo.
Após as visitas, foi possível identificar que o tecido de Aparecida é muito fragmentado e que cada região apresenta características diferentes entre si, variando em: densidade demográfica, oferta de serviços, comércio, áreas verdes, lazer, bens de consumo, infraestrutura básica, etc.
As regiões conurbadas com a capital são as que recebem maiores incentivos do poder público para o seu desenvolvimento e onde se concentram o comércio e os serviços.
Nota-se ainda que as avenidas mais importantes possuem o leito carroçável largo e canteiro central generoso, o que revela um grande potencial para a definição de corredores interligando as manchas verdes através da arborização.
A verticalização do município é ainda muito pontual, porém, em geral está presente nas centralidades.
A cidade enfrenta o problema do esvaziamento diurno. O contingente populacional que trabalha ou estuda fora do município é significativo, a infraestrutura da cidade fica assim subutilizada. Outro problema relacionado a esta questão se refere a pouca oferta de locais que recebem crianças e adolescentes fora do período de aulas.
Nota-se ao andar pela cidade a grande quantidade de vazios urbanos, mesmo nas áreas mais desenvolvidas. Esta é uma característica do processo de formação de Aparecida, que ocorreu de forma esparsa e não planejada, fruto do arrefecimento das leis de zoneamento da Capital.
Uma questão importante da cidade se refere aos mananciais. A maior parte dos córregos do município corre a céu aberto, mas recebem poucos cuidados do poder público. Em geral, há muito lixo nas margens, desmatamento da proteção ciliar, abandono e não há preocupação de aproveitar estes recursos para incorporá-los no ambiente da cidade como agentes de sua qualificação. Este grande potencial da cidade está desperdiçado.
O número de pessoas que circulam de bicicleta na cidade é muito grande, principalmente por se tratar de um veículo mais acessível, visto que o poder de consumo da população na cidade é baixo. No entanto, não há ciclovias na cidade.
A partir do estudo das centralidades e das visitas a campo, foram elaborados vários mapas que indicam como a cidade se estrutura, quais são as principais infraestruturas presentes, como se distribuem os mananciais no espaço intraurbano e como a cidade está dividida em relação às áreas de proteção ambiental.
A partir destes mapas, foram elaboradas intervenções gerais que compreendem: plano de ciclovias, demarcação de áreas de interesse para intervenção e de equipamentos com programas definidos e diretrizes gerais para gestão e ocupação do espaço da cidade, visando o desenvolvimento de uma infraestrutura ecológica/verde em Aparecida.
Foi escolhida uma área específica da cidade onde foram propostas intervenções em menor escala, com detalhamento da elaboração de um sistema de espaços verdes interligados por meio de corredores e áreas estratégicas para implantação de tipologias específicas da infraestrutura verde, como jardins de chuva, biovaletas, alargamento de calçadas, etc.
Ainda na área escolhida para detalhamento, foi proposto o projeto de um parque linear ao longo da microbacia do córrego existente na área, com cerca de 800 mil metros quadrados, contendo um programa complexo, que contém: 5400m de ciclovias, 9000m de trilhas, 6 Guaritas administrativas, 1 Administração Principal, 2 Áreas para armazenamento de material e manutenção , 1 Área de máquinas e manutenção, 10 Quadras poliesportivas, 2 Quadras de tênis, 1 Quadra poliesportiva coberta, 2 Quadras de bocha, 2 Campos de futebol, 4 Playgrounds, 2 Áreas de recreação aquáticas, 2 Pistas de Cooper, 2 Áreas com equipamentos para alongamento, 3 Áreas de “academia“ ao ar livre, 1 Pista de bicicross, 1 Pista de Skate, 1 Rampa para skate, 2 Áreas para manifestações culturais, 1 Jardim sensorial, 1 Pergolado, 3 Áreas de estacionamento, 9 Quiosques para lanchonete, 13 Banheiros/Vestiários, 45 Quiosques para churrasco e 423 Vagas de estacionamento.
