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secao 4!

Parque [noturno] Augusta

Andre Hideki Higa

Fábio Mariz Gonçalves

Resumo

A proposta é embasada na pesquisa de campo feita para levantar os usos noturnos da Rua Augusta e que, por fim, concluiu que é possível ter uso ininterrupto do parque. Considerando o tema do parque é necessário que haja um edifício que possibilite os usos noturnos, tais como bares, baladas, restaurantes, cinema e teatro.

Dessa forma foi proposta um conjunto edificado que harmoniosamente se integre ao parque. Para que os usos noturnos e diurnos não sejam conflitantes, o bloco principal mais próximo à rua é elevado e com o mínimo de apoios possível.

De forma que o térreo possa ser usado também durante o dia. A pesquisa envolvendo o projeto edificado levou em consideração o programa necessário para o bom funcionamento de uma “balada”, ou seja, um espaço de encontro com música, áreas mais reservadas e bares.

A questão estrutural foi continuamente estudada. As primeiras versões são concebidas de acordo com o desejo inicial de se ter poucos apoios. Após várias orientações a estrutura chega a sua forma final, conforme os pré-dimensionamentos.

Com o térreo mais livre, o uso do parque tanto nos horários matutinos quanto noturnos, será minimamente conflituoso com os usos do prédio.

Os espaços do parque foram desenhados para que diversos perfis de usuários pudessem conviver e se encontrar nesse local. Um espaço para a prática de skate, que fica dentro do bosque, uma praça com caráter mais local, como se fosse uma praça de bairro, outra praça seca, quase sem árvores, que pode ser usada para eventos diversos, um grande gramado, que assume diversas dinâmicas ao longo do dia, todos esses espaços interconectadas por caminhos e com o volume edificado como referência de unidade do parque.

Os pisos escolhidos foram: mosaico português, piso de concreto, saibro e piso intertravado. O mosaico português deve ser uma referência para quem vem a partir da Av. Paulista, pois a esquina desta ainda tem desenho de piso deste material.

O piso de concreto é para os caminhos de maior fluxo, determinando assim, eixos principais de circulação. O saibro tem a cor característica muito bonita e marca bem um caminho dentro do bosque, de forma que os caminhos secundários são determinados por este material. Os intertravados são para determinar o espaço que será como uma “pracinha” de bairro, com bancos e equipamentos de ginástica.

Usando dos conceitos abordados por Camillo Sitte e Gordon Cullen, a relação do prédio com o parque é essencial, pois é partido do projeto que haja uma interessante “visão serial”, ou seja, os espaços são revelados seguidamente, gerando momentos de surpresa.

Os espaços internos do edifício foram desenhados de acordo com referências como o bar balcão e o club noir submetidos ao princípio formal do prédio. Assim, os bares, principalmente, adquirem as formas retas, porém dinâmicas, formando vários “tentáculos” que agilizam o atendimento e ainda fazem com que os ocupantes se vejam do outro lado do balcão.

O prédio principal está organizado pelas suas circulações verticais. Dois blocos concentram as circulações verticais e o espaço entre elas serve como uma área de transição, entre espaços diferentes, como de uma balada a outra, ou do restaurante a uma balada.

O teatro funciona como uma transição entre o espaço da praça seca e do bosque. Entre os dois teatros, foi proposto um foyer com um caráter mais público, tendo lanchonete/restaurante e sanitário público. Como não há peças a todo o momento esse espaço também pode ser usado initerruptamente.

Como há três níveis do prédio: o térreo, como já foi dito, tem lanchonete e sanitário público e a entrada dos camarins dos artistas. O segundo nível é um dos acessos ao palco e à plateia, onde também pode ser usado como foyer. O terceiro nível também é acesso a plateia mais alta e também à sala de projeções.

A altura da plateia, tanto serve para oferecer uma visão melhor do espetáculo a todos os ocupantes (foi feito um estudo de campo de visão do palco), como serve também para que possam ser feitas projeções, numa tela de quase seis metros. Dessa forma, tanto teatro como cinema podem ser assistidos nesse prédio.

O projeto, portanto, busca propor espaços multipotentes, que podem servir a diversos públicos em diferentes horas do dia. E como todos os espaços são amplos e visualmente interligados há mais sensação de segurança, assim, espera-se uma coexistência agradável entre os usuários, devido à “vigilância” dos outros ocupantes do parque. Isso independente de ter um distrito policial do outro lado da rua.

ficha técnica

dimensões do terreno: 170x120m
ar. total: 20.000 m2
ar. construída: 12.00 m2

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