Este trabalho final buscou estudar a viabilidade de aplicação de conceitos de sustentabilidade da certificação LEED for homes em um projeto de habitação de cunho social.
Foi feita uma pesquisa inicial, envolvendo a história da sustentabilidade, sua criação, sua evolução ao longo dos anos e das mudanças de demanda da sociedade, até sua oficialização como termo político em 1979, e sua definição resolutiva em 1987. Em paralelo, foi feita uma pesquisa sobre alguns conceitos de sustentabilidade social, de modo a se entender tal item do inventário de resoluções da parte da Agenda 21 designada ao Brasil. O estudo que mais gerou interesse foi o do conjunto ELEMENTAL, de Alejandro Aravena, na rigião de quintas monroy, que mostrava grande consideração em termos de integração comunitária, qualidade de habitação, envolvimento da equipe de projetos com a comunidade, e principalmente de sucesso como empreendimento social.
A partir daí, foi escolhido um terreno para se construir um edifício que servisse de estudo para aplicação de tais práticas. O terreno em questão foi o terreno da favela Campo Novo do Sul e suas imediações, que incluem o córrego morro do S, as Avenidas Giovanni Gronchi e Carlos Caldeira Filho, a Rua Campo Novo do Sul, um Linhão de energia, um posto de gasolina abandonado, uma concessionária Honda e algumas moradias já estabelecidas. Foi feito um levantamento topográfico, hegando-se à conclusão de que o terreno é praticament plano. Após obtenção de documentação quanto ao zoneamento, observou-se que o terreno está incluido em uma zona de centralidade porlar, e faz parte da bacia do córrego morro do S. Um laudo da CETESB indicou contaminação superficial do terreno, de modo que este deverá ser recuperado.
O intuito em relação ao terreno foi manter as unidades consolidadas da favela Campo Novo do Sul, removendo apenas aquelas unidades situadas em zona de risco. As unidades removidas seriam encaminhadas para o futuro edifício campo novo do sul. Além disso, seria criada uma área de vegetação nesta área non aedificando, além de se enterrar o pontilhão que passa pelo terreno.
O edifício em questão, localizado na Avenida Giovanni Gronchi, 6700, São Paulo, SP, é composto de dois blocos residenciais com 26 unidades comerciais em seu pavimento térreo, além de área condominial. No total, são 94 unidades residenciais, compostas de seis unidades adaptadas para cadeirantes (somente no Bloco A), doze unidades kitnet (somente no Bloco A) e 76 unidades duples (36 unidades no Bloco A e 40 unidades no Bloco B). A circulação vertical se dá através de elevadores e escadas. A cobertura é toda vegetada e possui reservatório de água de reúso para irrigação.
Além do Edifício, seria criada uma área de parque no térreo, que teria o intuito de servir de ligação dos transeuntes com os diferentes pontos do terreno e suas imediações, além de um parque linear que tivesse, além de suas funções como elemento urbano público vegetado, a função de educar a população transeunte dos conceitos de sustentabilidade universais e dos aplicados no edifício em questão.
Iniciou-se um estudo sobre a certificação LEED, sua data de criação, suas diferentes aplicações, seus projetos certificados pelo mundo e no Brasil, sua importancia perante o panorama da sustentabilidade atual, seu sistema de pontuação e sobre a categoria em questão, que é de LEED para habitações.
Foi feita então uma tradução total do guia LEED for homes, amparada por um exercício de aplicação dos requisitos dos créditos ao edifício em questão. As categorias estudadas, e seus respectivos créditos foram:
Inovação e Design
• Crédito 1 - Planejamento de Projeto Integrado
• Crédito 2 - Administração de Processos e Durabilidade
• Crédito 3 - Design Inovador ou Regional
Localização e Conexão
• Crédito 2 – Escolha do Terreno
• Crédito 3 – Localização Preferencial
• Crédito 4 – Infraestrutura
• Crédito 5 – Recursos e Transito Públicos
• Crédito 6 – Acesso ao Espaço Aberto
Terrenos Sustentáveis
• Crédito 1 – Administração do Lote
• Crédito 2 – Paisagismo
• Crédito 3 – Efeitos de Ilha de Calor
• Crédito 4 – Administração de Efluentes da Superfície
• Crédito 5 – Controle de Pestes Não-tóxico
• Crédito 6 – Desenvolvimento Compacto
Economia de Água
• Crédito 1 – Reúso de Água
• Crédito 2 – Sistemas de Irrigação
• Crédito 3 – Uso Interno de Água
Energia e Atmosfera
• Crédito 1 – Otimizar a Eficiência Energética
• Crédito 2 – Envoltórias
• Crédito 3 – Infiltração de ar
• Crédito 4 – Aberturas
• Crédito 5 – Sistemas distribuição de resfriamento e aquecimento
• Crédito 6 – Equipamento de resfriamento e aquecimento dos espaços
• Crédito 7 – Água quente - Residencial
• Crédito 8 – Iluminação
• Crédito 9 – Eletrodomésticos
• Crédito 10 – Energia renovável
• Crédito 11 – Gestão de Gás Refrigerante
Materiais e Recursos
• Crédito 1 – Materiais Eficientes de Emolduramento
• Crédito 2 – Preferência por Produtos Ambientalmente Favoráveis
• Crédito 3 – Administração de Resíduos
Qualidade do Ambiente Interno
• Crédito 2 – Ventilação de Combustão
• Crédito 3 – Controle de Umidade
• Crédito 4 – Ventilação de Ar Externo
• Crédito 5 – Exaustão Local
• Crédito 6 – Sistemas de Distribuição
• Crédito 7 – Filtragem de Ar
• Crédito 8 – Controle de Contaminantes
• Crédito 9 – Proteção Anti-Radônio
• Crédito 10 – Proteção de Poluentes de Garagem
Conscientização e Educação
• Crédito 1 – Educação dos proprietários das moradias/ Locatários
• Crédito 2 – Educação dos Gerenciadores do Condomínio
Após tal aplicação, foi desenvolvido um scorecard oficial com as medidas adotadas e a pontuação final. A conclusão acerca da possibilidade de aplicação de tais medidas foi positiva. Independente da certificação, as medidas se mostraram aplicáveis, e formam um conjunto de ações mensuráveis e passíveis de análise concreta com o intuito de adicionar características de green build ao edifício.
