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secao 4!

Biblioteca Metropolitana -

Estação Tamanduateí

Mariana Pierobon Gomes

Denise Helena Duarte

Ficha técnica:

Local – Estação Tamanduateí
Área – 1.256 m²

Este estudo iniciou-se de um desejo de se trabalhar com espaços de estudo, locais que vão além da infraestrutura necessária para leitura e que propiciam também troca de informação, encontros, lazer e diversas outras atividades.

Na literatura de biblioteconomia, a idealização deste tipo de espaço está muito próxima do conceito de biblioteca contemporânea, por isso a opção por se desenvolver o projeto de uma biblioteca, ao invés de algum outro tipo de projeto relacionado à educação ou cultura.

Há algumas décadas, com o surgimento das tecnologias relacionadas à internet e aos computadores alguns estudiosos acreditavam que o livro perderia espaço e até mesmo chegaria a desaparecer. Atualmente, sabe-se que livros e tecnologias podem coexistir em harmonia. A biblioteca contemporânea torna-se um agente organizador da comunidade, com o papel de reunir a sociedade, incentivar a troca de informação e oferecer diversas atividades, além do tradicional papel de busca e consulta de informação.

Escolha do lugar:

A escolha do lugar pretendeu ligar o edifício às grandes infraestruturas de transporte público da cidade de São Paulo. Por isso foi proposta uma intervenção em uma estação de metrô, podendo assim ser um local de fácil acesso, mesmo estando desvinculada do centro expandido de São Paulo. Buscou-se escolher uma estação que tivesse grande fluxo de usuários, com outras conexões, mas que também tivesse um entorno próximo com uso residencial e comercial. Dessa forma, a biblioteca atenderia não só aos usuários da rede urbana de transporte, como também seria uma biblioteca de bairro.

A Estação Tamanduateí (local escolhido) faz a ligação entre a linha verde do metrô e a CPTM e irá receber o Expresso ABC em 2014 (CPTM EM FOCO, 2012). O edifício da estação é amplo, porém com diversos espaços subutilizados. É uma infraestrutura dominante na paisagem do bairro e os espaços com pouca utilização têm grande potencial para abrigar a proposta pretendida. A passarela externa é utilizada para a saída dos usuários, mas também para a passagem dos moradores do bairro entre a Av. Presidente Wilson e a Av. do Estado. A Avenida do Estado, torna a transposição para o bairro da Vila Prudente bastante árida. Não existem muitos pontos de passagem e os existentes não estão alinhados com a saída do metrô; assim, o usuário precisa caminhar pela avenida (cuja calçada é muito estreita) à procura de alguma transposição, sem a segurança necessária.

A saída para a Av. Presidente Wilson revela o bairro ao redor da estação. Após o primeiro quarteirão de lotes industriais, há um predomínio residencial, de padrão médio/baixo, e alguns armazéns. A uma distância aproximada de 1 km da estação começa a favela de Heliópolis (com 41.118 habitantes pelo censo 2010). O metrô possui um projeto de revitalização da área por onde passa a linha elevada, com a proposta de um parque linear na Rua Aída e contemplando também, no outro lado da Av. do Estado, a Rua Tomás Izzo, entre as praças Gonçalves Jr. e Lourenço Barendse. A conclusão dessa obra está prevista para o final de 2012 (PORTAL DO GOVERNO...2011). Atualmente os dois trechos citados acima estão em mau estado de conservação. A Rua Tomás Izzo possui um dos seus lados fechado por tapumes, dificultando a passagem dos pedestres e trazendo insegurança para o bairro, segundo os moradores. Na Rua Aída, que recebeu o trecho elevado do metrô da estação Sacomã até a Tamanduateí, existe um grande espaço residual sob a linha elevada que não oferece nenhum atrativo para ser usado como praça e, justamente pela falta de uso, gera sensação de insegurança.

Espaços da biblioteca:

O principal local para a intervenção realizada nesse trabalho é a passarela de acesso à estação, com a inserção do programa abaixo dela, onde atualmente é um gramado. O elemento vazado é a principal conexão entre o projeto e a passarela. A estação existente é uma construção que já possui grande quantidade de elementos e cores, é um edifício com imagem forte na paisagem. Disso resultou uma preocupação em não se criar muitos outros elementos que pudessem gerar um excesso de informação visual. A intenção é que a fachada seja um elemento de destaque à noite, quando as cores existentes na estação perdem força e a iluminação interna da biblioteca revele o edifício. Os espaços da biblioteca proposta foram pensados para diferentes atividades, algumas mais ligadas à leitura individual, outras relacionadas à comunicação e troca de informação.

Há também a intenção de que cada usuário crie seu próprio espaço de forma a atender a sua necessidade; todo o entorno protegido pelo elemento vazado é um grande espaço semi-coberto, que pode ser apropriado de inúmeras formas, por exemplo, para conversas informais, leitura individual, reuniões ou estudos em grupo. Em planta, o projeto está dividido em três blocos: revistaria/sanitários/pequena lanchonete, mídias visuais/internet e o bloco principal que abriga o acervo de livros, por onde entram tanto os usuários vindos do metrô quanto aqueles que vêm pela rua. A área de subsolo foi pensada para abrigar salas técnicas, reunião de funcionários e uma pequena copa. Em frente a essas salas está uma área multiuso, para reuniões maiores, palestras ou oficinas. Além disso, pode integrar-se com o pátio, que é o elemento que garante entrada de luz a essas áreas. No térreo, a composição dos três blocos cria pátios de diversos tamanhos que podem ser apropriados de maneira mais informal para leituras, conversas ou rodas de estudos, por exemplo. No primeiro andar foi criada uma conexão com a estação por onde entram as pessoas vindas do metrô/CPTM, antes dessa passagem o espaço existente foi transformado em um área para leitura rápida e exposições.

Para gerar uma maior integração entre os dois lados da estação e também entre a praça e a biblioteca, foi pensado um desenho de piso comum, com formas curvas, que adentra o espaço da biblioteca e retorna para a praça, criando uma continuidade visual.

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