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secao 4!

Pátio do Pari -

proposta urbanística e projeto

Ana Beatriz Palma Urushima

Marcos Acayaba

Apresentação

Este trabalho final de graduação apresenta uma proposta de intervenção urbana na área conhecida como Pátio do Pari, na região central do Município de São Paulo. Dividido em duas etapas de trabalho, compreende, na primeira etapa, um estudo das questões urbanas relacionadas com o sítio escolhido para o projeto e uma proposta de projeto urbano para a área e seu entorno imediato e na segunda etapa, o detalhamento de parte do conjunto arquitetônico proposto.

Pátio do Pari

O Pátio do Pari compreende um terreno de 140 mil metros quadrados, em que funcionou a partir de 1867 uma estação de carga e um espaço para manobra de trens e para estocagem de mercadorias, que se encontra atualmente subutilizado.

Este terreno possui um enorme potencial para se transformar num polo agregador para a região central do município. Em primeiro lugar, pela dimensão do terreno. Em segundo pela localização estratégica: uma zona de transição entre áreas dinâmicas de comércio, de produção industrial, pólo cultural e com grande oferta de infraestruturas, mas que ao mesmo tempo tem proximidade com área de população de baixa renda.

O terreno possui uma situação urbano-geográfica muito interessante: está de frente para o Rio Tamanduateí. Perpendicularmente ao Tamanduateí, o Pátio do Pari se articula diretamente com a Estação da Luz em linha reta à oeste. E paralelamente ao mesmo rio, sentido sul, com o Palácio das Indústrias e o Parque Dom Pedro. Esta situação não é perceptível em sua condição atual, murado, sem relação com o entorno.

Operação Urbana Lapa-Brás

O Pátio do Pari compreende um dos focos da Operação Urbana Lapa-Brás. Este projeto propõe a mudança nos parâmetros criando um estoque de potencial adicional de construção que deverá ser calculado considerando a proporcionalidade entre a infraestrutura e o aumento de densidade esperado em cada área, além de garantir a produção de unidades habitacionais e a preservação e a valorização do patrimônio histórico-arquitetônico e ambiental.

A intervenção mais importante deste plano é o aterramento de um longo trecho de ferrovia, entre as estações Lapa e Brás, permitindo a superação da barreira metro-ferroviária e a reurbanização de sua orla com a implantação de uma nova avenida de caráter de eixo estruturador e qualificador urbano.

Análise da nova avenida proposta

Propomos para esta nova avenida duas faixas de rolamento por sentido, separadas por canteiro central e sem faixas de estacionamento, garantindo uma ciclovia protegida e ampliando as calçadas.

Entendemos também, que nesta avenida não faria sentido uma faixa exclusiva de ônibus, já que há um conjunto de linhas de trem e metrô passando ao longo da mesma. Como a região Centro já possui quatro terminais urbanos entendemos não ser necessária a implantação de um terminal no Pátio do Pari.

Configuração das vias de circulação e cruzamentos

Com o enterramento do viário estrutural, há a necessidade de se definir novos eixos de circulação local, paralelos ao rio. Para se garantir esta circulação até a Rua João Teodoro, na porção Oeste, a solução seria se aproveitar a Rua da Cantareira. Já na porção leste, o mais lógico seria uma interligação entre os eixos das ruas Canindé-João Jacinto e Rua Santa Rosa-Avenida Mercúrio através de uma nova ligação a ser implantada paralelamente ao Tamanduateí, no interior de nossa área de intervenção.

Esta nova via deve definir uma faixa entre 50 e 100 metros para implantação do Parque Linear.

Configuração das calçadas

Propomos garantir uma faixa de serviço permeável junto à guia, como no mínimo 1,00 m, para instalação da rede elétrica, bueiros e rebaixamento para acesso de veículos, uma faixa de passeio livre com no mínimo 2,40 m, e uma área de acesso às edificações, onde serão implantados bancas de jornal e revistas, telefones públicos, mobiliário urbano e também arborização contínua.

A ciclovia deverá ter 2,40 m, segregada, tanto em relação à faixa de circulação de pedestres quanto da via de automóveis.

A relação com o Rio Tamanduateí

O projeto para o parque Dom Pedro compreende uma lagoa de retenção que além dos propósitos de drenagem, poderia contribuir para a qualidade da água, funcionando como uma área de tratamento difuso dos efluentes.

Em nosso projeto, vemos a necessidade de se ampliar esta faixa de inundação, aproveitando a faixa do Tamanduateí contígua ao Pátio do Pari.

Este parque ajudaria a formar um anel verde no centro da cidade, conectado com outros parques e áreas verdes centrais, garantindo a expansão das áreas verdes e a articulação da auvifauna local. Além disso, contribuiria para o melhoramento das condições ambientais de várias formas, desde a minimização das ilhas de calor até na qualidade urbanística, com a amenização dos efeitos danosos de um ambiente altamente edificado e impermeabilizado.

Proposta para recuperação ambiental da frente urbana

É proposta deste trabalho reestabelecer o Rio Tamanduateí como um dos principais eixos estruturadores da cidade, com parques, praças e bulevares fluviais às suas margens, levando à consolidação do território com qualidade ambiental urbana nas orlas fluviais, que comporte infraestrutura, equipamentos públicos e habitação social.

O projeto considera a despoluição, pelo menos parcial, do Tamanduateí como uma prerrogativa da intervenção. Neste sentido, contempla-se que a total ligação dos municípios do ABC ao sistema metropolitano e coleta e tratamento de esgotos na Estação de Tratamento de esgotos do ABC, além do aproveitamento da lagoa de retenção proposta para o Parqure D. Pedro e das áreas inundáveis nas margens do Patio do Pari, funcionariam filtros da poluição difusa, de forma a garantir, se não o contato primário das pessoas com esta água, ao menos, sua condição estética, a existência de peixes, a não exalação de odores e a possibilidade de tratamento convencional dessa água para ser destinada à limpeza pública, rega de vegetação e outros usos compatíveis. Esta nova frente urbana garantiria ainda uma ampliação das áreas permeáveis, recuperando o papel natural da várzea, que é o componente de drenagem do território.

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