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secao 4!

Uma Nova Escola Modelo Para o UNASP

Erasmo da Rosa

Antonio Carlos Barossi

O Trabalho final de graduação é uma oportunidade única para mergulhar em algo apaixonante, e o projeto de escolas é algo que sempre me atraiu pela sua complexidade, pois junta diversos programas como quadras, auditórios, salas, biblioteca, administração, tudo em um só projeto e com um fim tão importante, que é o de ser o local onde vão se desenvolver e se formar os jovens das próximas gerações.

Nestes últimos 2 anos tive a oportunidade de estagiar no departamento de arquitetura da APS (Associação Paulista Sul), que administra a rede de escolas adventistas na região sul de São Paulo, onde pude ter mais contato com a realidade da rede e vi no TFG uma oportunidade de continuar aprofundando os meus conhecimentos deste programa, conciliando a faculdade e o estágio.

Aqui também já mostro outra de minhas paixões, que é minha vida espiritual dentro da igreja adventista, o que me leva também a outro ponto: O que é, ou o que poderia ser uma escola adventista? Qual o caráter? Qual é o diferencial arquitetônico de uma escola confessional? levando em conta este lado espiritual da questão.

Então isto é o que me proponho a enfrentar. Resolver o projeto de uma escola em toda sua complexidade, mas tentando buscar o caráter arquitetônico apropriado a uma escola confessional adventista.

O terreno em questão é uma grande área de uma colina, 20 mil m² bem a vista, a beira da Estrada de Itapecerica, uma das principais avenidas da região. Tem uma forma alongada que vai se afinando de um de seus lados rumo a entrada principal do campus. No lado oposto da estrada uma rua conduz até a parte mais alta do terreno onde se encontra o querido Campo de Piquenique, uma área plana e gramada, rodeada por uma mata nativa que é muito utilizado pelos alunos e funcionários para recreação e práticas esportivas.

Do campo de piquenique até a estrada existe um desnível de 12 metros como podemos ver no levantamento topográfico. Por causa do projeto de duplicação da via, dos seus 15 m de largura para 50 m de largura, uma grande faixa do terreno é perdida, reduzindo a área para 15mil m². O coeficiente de ocupação é 1, o que propicia um potencial construtivo de 15 mil m², dentro de uma taxa de ocupação de 0,5 ou seja no máximo 7500 m² obedecendo também um recuo de 5m e uma altura máxima e 15 m a partir do andar térreo.

A literatura sobre projetos de escolas não é muito extensa no Brasil. Uma boa referência são os livros e manuais da FDE, que fazem um histórico das escolas públicas paulistas desde 1950. Outro ótimo livro é o clássico “Escola-Classe Escola-Parque”, onde encontramos o conceito de escola parque de Anísio Teixeira, e as boas experiências ocorridas no Brasil. Este livro foi muito importante para este projeto que também é uma escola parque.

Um interessante livro estrangeiro que encontrei foi o “Planning and Designing Schools” de C. William Braubaker. Neste livro ele faz um guia de todo o processo de projeto de uma escola.

Ele traz um conceito interessante do “school whithin a school” onde uma escola grande é dividida em escolas menores, com um centro onde ficam os equipamentos comuns como biblioteca, auditório e quadras. Este conceito me ajudou muito a organizar de forma mais simples o complexo programa da escola, Pensando nas escolas separadamente e juntando os equipamentos comuns a todas elas.

Minha principal referência de projeto foram os CEUs (Centro Educacional Unificado), pois são escolas implantadas em terrenos grandes e com um programa parecido com o deste trabalho, compreendendo desde a creche até o ensino médio. Uma das coisas que muito me impressionou no programa dos CEUs é a forma com que ele é pensado para ser usado pela comunidade, como um pólo de cultura, esporte, lazer e convívio para toda a comunidade. Outras referências a seguir também foram sendo utilizadas ao longo do desenvolvimento do projeto.

"Um edifício adequado surge naturalmente, logicamente e poeticamente de todas as suas condições" Louis Sullivan. Foi desta maneira que procurei a concepção deste projeto. Pelo caminho do natural com menos intervenção no terreno buscando integração com o entorno. Do lógico, racional, modular e econômico. Mas também do poético, se utilizando da referência e do simbólismo para comunicar a filosofia da escola.

No discurso de Ellen White e na descrição do site do UNASP, podemos ver duas grandes ênfases da instituição. A filosofia cristã, e o contato com a natureza, que vão pautar a concepção do projeto.

Uma das primeiras decisões foi reforçar o Campo de Piquenique, como o parque do UNASP. Para isso joguei os edifícios da escola para perto da estrada de itapecerica, no lado oposto, formando um grande pátio descoberto que seria uma extensão do parque. Neste pátio também ficariam equipamentos como a quadra e parquinhos que poderiam ser utilizados pela comunidade nos finais de semana e feriados.

Outra preocupação foi a de que os prédios não sufocassem essa área e naoo obstruíssem toda a visão ampla que temos do parque. Para isso dividi a escola em prédios distintos com espaços entre eles que permitem a continuidade da vista, melhora a iluminação e ventilação dos ambientes; propicia maior senso de localização e pretencimento nos alunos e permite a construção em etapas independentes.

Analisando o programa percebi que um auditório para 1000 pessoas naoo poderia ser simplesmente o auditório da escola, mas que teria um potencial muito maior, podendo ser utilizado para eventos para todo o UNASP e também para o público externo. Pois tem uma boa localização e não há equipamentos como esse em toda a região. Para isso ele foi pensado de uma forma mais distinta colocado mais próximo da entrada do campus.

O arranjo dos prédios das escolas aproveita a forma do terreno e busca uma unidade formando uma grande curva suave, o que também confere uma grandiosidade ao conjunto.

Este arranjo dos prédios com forma parecida sugere a idéia de uma reunião. No centro desta reunião e do pátio, local de destaque bem a vista de todos, coloquei esta capela, que da o sentido desta reunião e colocando o elemento espiritual no cotidiano da escola.

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