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secao 4!

Seis ensaios sobre a complexidade

Georges Alphonse Prado Boris

Artur Rozestraten

O trabalho iniciou-se primeiramente a partir de inquietação em relação ao ato de projeto. A partir do texto 'The city is not a tree' por Christopher Alexander, formulou-se a hipótese de que o fazer arquitetônico não estivesse considerando devidamente a complexidade de sua problemática. Estando o objeto de trabalho do arquiteto imerso em um meio no qual ocorrem interações constantes – o projeto da casa que interage com a rua que interage com o bairro e assim por diante – a nossa percepção do problema seria menor que o problema em si, o que prejudicaria nossa capacidade de, por fim, lidar com essa situação.

A partir desse entendimento, foram pesquisados os temas da complexidade, da interação, da cognição e do fazer arquitetônico. Após meses de leitura e levantamento de informações, foi escolhido o formato no qual o projeto seria produzido: seis ensaios que tentariam construir a problemática pesquisada e estipular algumas linhas de possíveis soluções.O trabalho tentaria ser construído de forma didática para que, tendo em vista que tal tema não é discutido amplamente na Faculdade na qual ele seria desenvolvido, fosse possível sua utilização para levantamento de tais problemas para outros alunos ou mesmo pessoas desvinculadas àquela área de conhecimento. Os ensaios seriam curtos e, através de exemplos simples, tentariam sintetizar algum ideia. A ordem desses ensaios não importaria, o conteúdo de cada um deles seria concluído independente dos outros. Porém, devido à complementaridade das ideias discutidas, um entendimento de um ensaio poderia ser modificado e expandido a partir da leitura e compreensão de um outro do mesmo conjunto. Haveria, ainda, um ensaio gráfico-sonoro interativo, que seria utilizado para discutir de uma maneira não textual as ideias construídas nos outros ensaios.

Os autores utilizados para a discussão teórica foram, principalmente, Christopher Alexander, em sua visão da organização espacial a partir de um modelo sistêmico, Edgar Morin, em seu trabalho sobre a complexidade e inteligência cega, e Lina Bo Bardi e suas obras do SESC Fábrica da Pompéia e do Museu de Arte de São Paulo. Cruzando as ideias desses três autores foi tecido uma linha de raciocínio que construiu todo o trabalho.

Além desses autores, no entanto, foram pesquisados intensivamente outros ligados aos campos da programação, cibernética, pensamento sistêmico, design gráfico e de interface e visualização de informação. Apesar de não serem os principais focos discutidos no trabalho, esses campos de conhecimento auxiliaram na construção da linha teórica desenvolvida e, principalmente, na construção do ensaio gráfico-sonoro que é, na verdade, um experimento que se constrói com base em programação algorítmica e métodos de representações gráficas de conceitos abstratos.

Enquanto a pesquisa teórica e a aprendizagem das técnicas que seriam necessárias para a construção do projeto final do trabalho duraram muitos meses, algo como um ano, a construção do trabalho em si se deu nos últimos seis meses de desenvolvimento. De forma que, por não ter sido feita de maneira paralela à pesquisa, ficasse muito mais concisa e focada nas questões que eram suas prioridades e não em entraves e particularidades que se deram durante o seu processo.

Devido à vontade de potencializar o cunho didático do trabalho, ele foi construído como um tipo de site virtual aberto ao público, onde era possível não só ler os ensaios escritos como utilizar livremente o ensaio interativo. Dessa forma, a versão impressa do trabalho, normalmente a sua máxima expressão, não é de fato a completa e sim apenas um recorte de sua totalidade.

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