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secao 4!

Hidroanel Metropolitano de São Paulo –

construção do imaginário

Gustavo Vescovi Meirelles

Alexandre Delijaicov

apresentação

Este trabalho final de graduação procura transmitir os conceitos do projeto do Hidroanel Metropolitano de São Paulo como um todo, de forma sintética. Com o objetivo de instigar o imaginário do leitor, a apresentação do projeto é acompanhada de ilustrações de linguagens variadas que buscam refletir as escalas metropolitanas e locais do projeto. O fio condutor utilizado neste trabalho reflete a visão pessoal do projeto que é, e está sendo, desenvolvido coletivamente.

trabalho final de graduação

Devido à amplitude e complexidade do projeto do Hidroanel Metropolitano de São Paulo, compreende-lo como um todo é um desafio. E é justamente o caráter multidisciplinar que torna sua desafiante exposição fundamental para que o projeto seja discutido nas mais diversas áreas do conhecimento.

É importante ressaltar que a exposição do Hidroanel pode ser feita a partir de infinitas estruturas. O fio condutor utilizado neste trabalho reflete a visão pessoal do projeto que é, e está sendo, desenvolvido coletivamente. Portanto o recorte que proponho é único. E, como tudo o que é recortado, pode-se mudar a sequência, o ângulo e a escala no momento de recompor.

construção de imagens

As ilustrações deste caderno são resultado de uma investigação acerca da representação de um projeto de escala metropolitana. A utilização das diversas linguagens e técnicas, como fotografias, mapas, desenhos vetoriais, diagramas e colagens, explicitam a transposição de escalas, necessárias para a comunicar seu conteúdo.

Desenhar cenas na altura do olhar do pedestre foi uma preocupação desde o início do trabalho. Geralmente os projetos da metrópole paulistana não abordam esta escala e isso reflete na precariedade da obra construída. Os resultados são muros altos, calçadas estreitas, caminhos descontínuos. São traços da escala um para mil aplicados na escala um para um, em um descompasso entre o plano metropolitano e o projeto urbano.

A sobreposição das diretrizes do plano às singularidades locais deve ser feita de forma a garantir a qualidade da paisagem e espaço urbano, essencialmente, na escala humana. Na tentativa de abarcar este anseio e respeitar o caráter sintético deste tfg, as ilustrações dão saltos da escala metropolitana à escala local, de diagramas8 à cenas cotidianas.

A mistura de linguagens e a sobreposição de elementos é intencional. Na composição das colagens foram utilizadas fotografias9 de Sevilla, Helsinki, Malmö, Copenhagen, Amsterdam, Utrecht, Veneza, Rio de Janeiro e São Paulo. Os elementos existentes nessas cidades fluviais, ao serem recortados e sobrepostos, constroem lugares imaginários. Ou seja, a fotomontagem permite que as referências exteriores sejam rearranjadas, criando uma imagem de fragmentos existentes numa estrutura compositiva que remete às imagens provocadas pelo projeto.

De forma lúdica, o leitor se aproxima das diretrizes do Hidroanel Metropolitano, por meio de colagens e diagramas. De caráter inacabado, os vazios e rebarbas dessas imagens abrem espaço para o seu desenvolvimento coletivo.

hidroanel metropolitano de são paulo

O projeto do Hidroanel estabelece um papel essencial às águas na estruturação da metrópole, através de um desenho urbano que tem como fundamento a reintegração das águas à cidade. Diques, barragens, eclusas, parques e portos, de caráter simultaneamente funcional e lúdico, são construídos ao longo do sistema de canais, formados por rios e lagos. Atrelado ao desenvolvimento urbano, o conjunto dessas intervenções conforma uma máquina hidráulica que articula a gestão integrada dos recursos hídricos, mobilidade urbana e o gerenciamento dos resíduos sólidos.

O projeto é uma possibilidade de ampla mudança na metrópole, atuando no controle de enchentes e inundações e no aumento da capacidade de abastecimento d’água. Além disso, apresenta-se como resposta ao crescimento desordenado das cidades e à desarticulada e dispendiosa logística de transporte de resíduos sólidos – com todas as perdas econômicas, sociais e ambientais que esse cenário acarreta – reduzindo a frota de caminhões transportadores e as emissões de gases poluentes. Isso se traduz nas metas de extinção de lixões, cavas e piscinões, soluções atuais de destinação dos resíduos sólidos e de drenagem urbana incapazes de atender ao volume das demandas da metrópole e caracterizadas pela precariedade no tratamento de resíduos e pela promoção de espaços que desqualificam e deterioram o meio onde se inserem. Considerando a situação atual, na qual os rios são desconectados do tecido urbano, reduzidos a canais de esgoto a céu aberto, poluídos e confinados entre avenidas expressas e a uma orla fluvial degradada, o projeto do Hidroanel parte da premissa de que é fundamental retomar a importância dos rios e sua presença notável nas cidades.

O interesse público do Hidroanel contempla a consolidação de um território com qualidade ambiental urbana nas orlas fluviais. Viabilizar o Hidroanel significa retomar a visibilidade e uso dos rios, a sua capacidade de estruturar espaços e construir uma cidade que promova a qualidade de vida dos seus habitantes. É um projeto que nos convida a sonhar com suas praças d’água refletindo a luz dos edifícios, com a surpresa de se deparar com uma ponte depois de dobrar a esquina, com a visão dos barcos aproximando-se da feira no cais do porto, com a animação dos pedalinhos nos lagos, com o barulho d’água da eclusa em movimento.

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