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secao 4!

Cartazes Digitais:

uma produção experimental para a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo

Laís de Oliveira

Vicente Gil

O presente trabalho consiste em um projeto de cartaz prevendo o novo suporte de exposição por meio de televisores que têm se difundido atualmente. O estudo de caráter experimental inicia-se com uma pesquisa sobre o cartaz. Tal objeto assume importância dentro do estudo do Design Gráfico por exigir alto poder de síntese do designer, além de se destacar como veículo de comunicação urbano. Para compreender esse objeto foi realizada uma breve pesquisa da produção de cartazes ao longo da história, reunindo-se alguns exemplos, que ajudassem a compreender a linguagem desse veículo de comunicação.

Os estudos de casos foram organizados inicialmente em ordem cronológica e analisados qualitativamente dentro de seu contexto histórico. Em alguns casos foram realizados exercícios de reconstrução geométrica da estrutura e da composição, observando as relações entre os elementos gráficos e a parte textual. A partir do estudo do cartaz de Jan Tchichold para uma exposição de fotografia, os estudos tomaram outro rumo passando a análisar mais algumas obras que contribuiria para o projeto. O estudo teve como base reunir um repertório visual e a analisar a linguagem dos cartazes.

Ao tomar contato com a vasta trajetória do cartaz, que abrange acontecimentos políticos, sociais e econômicos em todo o mundo, abriu-se um leque enorme para o trabalho, em que foi escolhido trabalhar, então, com Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). A instituição possui um grande acervo de cartazes realizados por designers brasileiros e possui uma demanda semanal de cartazes mesmo com a restrição da exposição desse tipo de veículo de comunicação na cidade de São Paulo desde de o inicio da lei da Cidade Limpa, decretada no dia 1 de janeiro de 2007.

Pode-se entrar em contato com o acervo dos cartazes produzidos para a Osesp, uma grande quantidade de cartazes feitos entre os anos de 1999 a 2011. Os cartazes foram separados em três grupos de acordo com os responsáveis pela sua produção. O primeiro grupo foi realizado pelo arquiteto e designer Vicente Gil que na época ficou responsável também pelo redesenho da marca e pelos outros tipos de materiais gráficos e o site. O segundo grupo pertence ao arquiteto e designer Kiko Farkas, cujos cartazes produzidos para a Osesp ganharam projeção internacional. E por último os cartazes realizados pela própria Fundação Osesp.

Em contato com a fundação observou-se que a exposição dos cartazes é realizada por meio de televisores dispostos no saguão de entrada, deixando de serem impressos desde 2011. Tomou-se a iniciativa de lidar com o novo suporte estudando as transformações e possibilidades que ele permite, projetando cartazes específicos para a sua exibição em meio digital. O trabalho encontrou grande dificuldade devido à falta de uma bibliografia específica sobre o tema, levou a buscar as adaptações necessárias em outros campos. Cruzando informações dos fundamentos do próprio design convencional com informações direcionadas a apresentação de trabalhos gráficos em monitores e nos fundamentos do design para internet.

Inicialmente buscou-se referências na produção cinematográfica, estudando alguns vídeos experimentais da década de 20 e os créditos de alguns filmes que foram projetados pelo designer Saul Bass. A estrutura sequencial da apresentação do texto não gerou resultados satisfatórios para o projeto de cartazes, levando a outro método. Passou-se a animar cartazes já conhecidos explorando os movimentos implícitos na imagem.

Essa forma gerou resultados mais satisfatórios que foram a base para a produção dos cartazes Digitais, que abrange um mês de cartazes para a Osesp em extensão de flash. A maior preocupação era introduzir o movimento sem que ele descaracterizasse o cartaz. Instalou-se uma narrativa de caráter linear iniciando com um processo de construção da composição e sua posterior desconstrução de modo cíclico e que o movimento aplicado não estivesse desvinculado da mensagem a ser transmitida.

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