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secao 4!

Proposta de Ocupação Residencial da Zona Central da Bela Vista

Larissa Helena Galastri de Oliveira Santos

Milton Braga

O presente trabalho teve seu tema escolhido a partir da vontade de trabalhar com duas questões que estão sempre muito envolvidas entre si na cidade de São Paulo: Habitação e Centro. Estas duas coisas podem trabalhar juntas e repercutir em uma série de soluções para a cidades, ou se forem pensadas separadamente podem resultar em porblemas para a urbanidade.

A escolha do Bairro da Bela Vista partiu de sua situação interessante: a proximidade de uma grande quantidade de equipamentos urbanos centrais coexistindo com uma vizinhança consolidada que há muitos anos caracteriza historicamente o Bixiga, decorrente de sua herança da imigração italiana, que culturamente suas características de apropriação da moradia, e a escolha do terreno partiu de dois critérios: Uma dimensão que permitisse a proposição de uma habitação coletiva de dimensões urbanas, mas ao mesmo tempo que possuísse uma condição de vizinhaça já existente e consolidada, de forma que essa nova proposta de habitação não pudesse existir sem dialogar com seus vizinhos.

O terreno que foi definido faz parte de uma quadra urbana com seus lotes quase todos preenchidos, exceto seu interior, que possui lotes vazios que juntos configuram um espaço contínuo com área de 6788 m². O quarteirão é definido pelas Rua São Domingos, Rua Major Diogo, Rua Conselheiro Ramalho e Rua Quatorze de Julho, e muito próximo de alguns locais importantes historicamente no Bixiga como a Casa de Dona Iaiá, Padaria São Domingos e Teatro Oficina.

Dentre todas edifocações constidas numa cidade, a maioria é de uso residencial, a habitação, mais do que somente um uso privado, ela configura muito das relações urbanas com o espaço, e estas partem em grande parte da nossa convivência no espaço onde moramos. Portanto, o desenho da habitação deve ser pensado como parte do desenho urbano de sua cidade.

Assim, o meu princípio de projeto de organização habitacional,densa, porém com um diálogo mais equivalente com a vizinhança existente. Alémde criticar as limitações e concessões inadequadas impostas pelo Plano diretor, que por muitas vezes exclui novas possibilidades espaciais mais interessantes. Dessa forma, escolhi o nome de Vila como o mais adequado para a solução espacial da habitação proposta, que possui uma densidade cosntrutiva alta junto com um gabarito mais baixo, que permite uma situação de maior convivência entre os moradores, e uma relação mais próxima com a rua dessas habitações.

O Bairro da Bela Vista, popularmente conhecido como Bixiga iniciou sua urbanização a partir de 1880. Foi ocupado principalmente por imigrantes italianos e algumas classes mais baixas. Em meados das década de 1950, o Bixiga era o subdistrito de maior densidade demográfica de São Paulo. As Vilas, que sempre foram a morfologia de habitaçào principal no bairro, diferenciavam-se dos cortiços por serem formadas por unidades residenciais isoladas, com banheiros e áreas de serviço individuais. Dessa forma, as vilas eram residencias unifamiliares que possuíam um apelo comunitário entre os vizinhos, por compartilharem os espaços comuns em frente às casas, isso devido ao desenho típico do funcionamento de ruas comuns e estreitas que ligavam todas as casas, essa rua era um intermédio entre público e privado.

O Bixiga é um dos bairros que mais resiste à especulação imobiliária na área central. Até hoje esse processo avança de maneira mais lenta devido aos seus lotes menores estreitos e compridos. Com a construção do setor da Radial Leste que cruza o centro, parte do Bixiga ficou retalhado. O prejuízo maior foi que o bairro foi dividido ao meio, e parte do tecido se perdeu, deixando também muitos lotes sem ocupação e com problemas de reintegração ao tecido urbano, como o surgimento de postos de gasolina e praças que sobraram de canteiros no meio do viário. O resultado é um parte do Bixiga que ficou mais fragilizada urbanisticamente por ser menor que o outro lado estar mais próxima ao centro e suas pressões imobiliárias.

A quadra escolhida possui características que levaram à escolha do programa proposto: uso predominantemente residencial, comércio local, pouca verticalização e alguns programas culturais como o Teatro Brasileiro de Comédia e a casa de Dona Iaiá, além da padaria histórica São Domingos datada de 1913.

O desafio no projeto é encontrar unidades habitacionais que permitam uma convivência de família juntamente com a racionalização dos espaços, de maneira que o espaço seja flexível à multiplicidade de pessoas que poderiam morar nesses espaços. A idéia é chegar num equilíbrio entre a casa histórica dominada pelo conceito de família tradicional e entre a casa moderna que não possui limites e definições de espaços. Por isso o projeto irá trabalhar com difrentes tamanhos e configurações desses espaços que serão definidos principalmente pela presença de seus vizinhos, procurando uma convivência harmônica.

A partir das análises realizadas com os dados do entorno, o formato do lote em relaçào à quadra, e das intençòes que conversavam com a situação do bairro e entorno, adotei desde o início três pontos fundamentais no projeto: A rua, a praça, e a habitação. A rua é importante para dar permeabilidade ao interior da quadra urbana, a praça surgiu da verificação de espaços verdes nas proximidades, e a habitaçào deveria estar conversando com esses dois elementos,a lém da introduçào do comércio para dar transiçào a esses espaços.

A partir da inplantação adotada, surgem alguns problemas relativos a iluminação, ventilação e privacidade implicados pela conformação em vila, que normalmente encontra-se encostada nos muros e com casas muito próximas entre si. Para resolver esse problema, adotei a idéia de pequenos pátios internos, que primeiro surgiram laterais às casas, esta solução resultava em problemas de privacidade entre vizinhos. Posteriormente foi adotada a solução de pátios individuais, na parte posterior de cada unidade e encostados nos muros de divisa.

Ficha Técnica

Área do Terreno: 6.787,98 m²
Total Área Construída: 14.253,30 m²
Total Área Ocupada: 2.718,52 m²
Total Área Permeável: 1162,25 m²
CA: 2.00, TO: 0.40, IP: 0.17

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