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secao 4!

Parque Zilda Arns:

a ciclovia como meio de transporte intermodal e como espaço de entretenimento

Liliane Cristine Nambu

Milton Braga

Este Trabalho Final de Graduação abordou especificamente o Parque Linear Zilda Arns, que possui 7,5km de extensão e 224 mil m² (o décimo maior da cidade), e que se trata de uma ciclovia com equipamentos esportivos, praças, viveiros de plantas, e outros.

O Parque Linear Zilda Arns, também conhecido como Parque da integração, está implantado entre os bairros de São Mateus e Sapopemba, e foi construído sobre a faixa onde estão aterradas as tubulações da adutora Rio Claro, da SABESP, e que cruza em alguns trechos com as linhas de alta tensão da Eletropaulo. O projeto do parque, inaugurado em 16 de janeiro de 2010, foi elaborado pela Escola da Cidade, em um trabalho que envolveu a participação da comunidade.

Desde 1988 a SAPESP tentava melhor aproveitar a faixa ocupada pela adutora, mas foi no ano de 2000, com estudos realizados sobre as áreas com graves problemas sociais realizados pela Secretaria do Governo e Gestão Estratégica do Governo de São Paulo, e com a criação do Programa de Ações Integradas (com a missão de promover ações que resultassem na melhoria de vida das populações destas regiões, principalmente no que diz respeito à violência) que foi determinada a criação de um parque linear sobre a faixa da adutora.

Apesar de o Parque Zilda Arns ter sido projetado considerando a participação da população local, o percurso realizado pelo parque mostrou que muitos são subutilizados. Mesmo com uma ciclovia de 7,5km de extensão, esta não é cotidianamente utilizada por ciclistas como meio de transporte, ficando restrita ao uso de pessoas que a utilizam em momentos de lazer e em curtos percursos.

Também foi possível notar que existem áreas vazias no entorno do parque, acumulo de lixo, pichações e vandalismo dos equipamentos, além de grandes desníveis a serem vencidos por ciclistas que queiram realizar todo o percurso com bicicleta.

O Parque Zilda Arns está localizado em uma área bastante carente de parques e áreas de lazer. As quadras são bastante utilizadas, principalmente nos finais de semana. Porém não há indícios, em uma análise preliminar, de conexões entre o Parque Zilda Arns e meios de transporte coletivos como terminais de ônibus, estações de trem ou de metrô. Mesmo assim o parque, por conta de sua ciclovia, tem grande potencial para se tornar um meio de deslocamento da população local até os polos de deslocamento em massa.

Para a elaboração deste Trabalho Final de Graduação, foi realizada uma analise de todo o percurso que engloba o projeto original do parque Zilda Arns, bem como a análise de seu entorno e vizinhança próxima.

A partir de então, foi realizado um estudo sobre o sistema viário local e as ofertas de equipamentos de lazer, cultura e infraestrutura existente. Também foi relevante para o projeto o levantamento dos tipos de sistemas de transporte coletivos disponíveis no entorno do parque para o estudo e proposta de interligação da ciclovia existente no Parque Zilda Arns com dos demais sistemas de transporte a fim de torna-la não somente uma ciclovia de lazer, mas sim parte da trama de sistemas de transportes intermodais da cidade de São Paulo.

A partir da analise do projeto original e de sua vizinhança, identificou-se as carências e deficiências no projeto implantado, e foram elaboradas propostas de mudanças ou complementos ao longo do percurso do Parque.

Listou-se então uma série de equipamentos de cultura e lazer, bem como complementação da infraestrutura do parque com bicicletários, para ciclos, banhos e chuveiros públicos.

Na segunda etapa do Trabalho Final de Graduação, foi elaborado um projeto, em nível de estudo preliminar, de um dos equipamentos propostos na análise acima descrita. O objeto de estudo escolhido foi um centro aquático ou complexo de piscinas públicas.

O trecho escolhido para implantação do centro aquático se destaca dentre os demais trechos do parque por se tratar de um grande desnível desarticulador de espaços existente ao longo dos 7,5km de ciclovia. Confinado entre fundos de lote e de uma “cratera” a céu aberto, o trecho escolhido ainda apresenta como desafio projetual a presença da adutora Rio Claro exposta. Por oferecer muito espaço pouco aproveitado, a utilização deste terreno com um equipamento atrativo para todos os usuários do parque se mostra interessante.

O centro aquático projetado deverá abranger tanto atividades recreativas quanto aulas específicas no campo esportivo aquático. Além do uso ligado ao esporte, o centro aquático poderá ser utilizado com fins recreativos, estando preparado para receber as diversas faixas etárias.

Faz parte do programa de necessidades criado para o complexo de piscinas: vestiários, sanitários, lanchonete e arquibancada. Além dos aspectos que envolvem o programa aquático, o edifício deverá comportar um bicicletário, como foi previsto no programa de diretrizes para todos os edifícios e equipamentos públicos do Parque Zilda Arns.

O grande desnível topográfico, aliado a situação desfavorável da implantação, faz com que tenha sido necessário a implantação de um equipamento de grande atratividade para a população.

Sendo este trecho não apenas um local carente de quaisquer equipamentos de lazer, mas também com grande número de jovens, as piscinas públicas se mostram bastante adequadas como espaço recreativo.

Além disso, a transposição cicloviária também se mostrou bastante desafiadora já que no atual contexto há inclinações de aproximadamente 24%, bastante imprópria para bicicletas e pedestres.

Para minimizar o problema de travessia deste trecho, adotou-se como solução projetual a construção de uma passarela, a fim de minimizar os desníveis necessários para chegar de uma extremidade a outra do trecho. Quanto ao complexo de piscinas, tentou-se sempre aproveitar os desníveis já existentes, acomodando cada piscina a fim de não impedir as visuais da praça que se cria no miolo da quadra existente.

Para controlar os acessos às piscinas, buscou-se explorar as diferenças de cota entre a rua e o interior do lote.

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