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secao 4!

Parque em São Mateus

Paula Alessandra Ramos

Fabio Mariz Gonçalves

O trabalho consiste na proposta de um parque que ofereça equipamentos de lazer de qualidade para a população, além da implantação de serviços necessários, identificados no estudo inicial da região. Serão propostas também habitações de interesse social conectadas ao terreno, para que os moradores possam usufruir dos serviços propostos, e dar maior vitalidade ao parque mesmo durante a noite.

O objetivo principal do projeto é que a implantação de um parque na área incentive sua reurbanização de forma planejada e mais organizada e que as intervenções viárias o conectem ao entorno. Resultando, desse modo, na revitalização da região e trazendo melhores condições de vida para a população, com habitação, educação, lazer e transporte de qualidade.

O sistema viário proposto tem como objetivo atenuar os efeitos da barreira física imposta pelo terreno, pois o grande desnível causa uma interrupção da malha viária entre os bairros de São Mateus e São Rafael. Podemos dizer que as vias propostas “curam a cicatriz”, representada pelo terreno. Para tanto foram criadas três eixos arteriais: Via 1 que faz a ligação Norte-Sul, e Via 2 e Via 3 para a conexão Leste-Oeste, que promovem a ligação entre as principais avenidas do entorno, garantindo assim um fluxo contínuo de veículos e reduzindo o tráfego nas vias locais. Vias com caráter mais local foram propostas para contemplar as novas habitações. Como há escassez de vegetação em São Mateus, as novas vias são arborizadas, garantindo áreas sombreadas para os pedestres e se integrando ao verde do parque. Elas também possuem ciclovia onde, suas dimensões e declividade permitem a implantação da mesma.

Devido às modificações no sistema viário e na topografia para implantação do parque, houve necessidade de desapropriação de alguns lotes residenciais, tendo ao todo exclusão de 169 residências. Para realocar esses habitantes e adensar a área o projeto prevê a criação de habitações de interesse social no entorno do parque. O adensamento da área foi previsto, pois com as intervenções propostas a área passa a contar com infraestrutura suficiente para atender a uma maior demanda.

Para as quadras residenciais, nas vias marginais ao parque foram propostos edifícios residenciais sobre pilotis com lotes comerciais na frente e estacionamento exclusivo aos moradores na parte de trás, contando com uma vaga por apartamento. Acima do estacionamento é previsto um espaço livre/público privado, que não foi detalhado em planta, mas os elementos estruturadores do espaço seriam jardins e playgrounds com vista para o parque.

A implantação dos lotes comerciais ao longo das Vias 1 e 4 foi pensada para servir como barreira visual e sonora para a área comum. Eles apresentam teto verde, que se integra ao restante do jardim. Ao todo o projeto contempla um total de 108 lotes comerciais voltados para o comércio local e prestação de serviços, com lojas de 35m² a 50m² com a entrada voltada para as calçadas.

Os edifícios residenciais localizados em vias locais sem acesso direto ao parque não apresentam lotes comerciais, portanto o estacionamento beira a rua. No pavimento superior também se encontra o espaço público privado do edifício, este com vista para as ruas e, devido à topografia acentuada, também com vista para o parque no horizonte, servindo como um mirante aos mora¬dores. Os edifícios seguem a tipologia de quatro pavimentos com variação no número de unidades por pavimento (dois ou quatro apartamentos). A área das unidades variam de 60m² a 72m², o que computa um total de 344 unidades.

Além dos edifícios, as quadras residenciais também contam com sobrados em sua parte posterior e nas laterais. Há um total de 359 residências com uma área construída total de 60m², implantadas em lotes com frente de 5,5m. A área dos lotes variam de 110m² a 180m² de acordo com sua disposição nas quadras.

Como a declividade acentuada não permite a implantação de vias diretas às residências optou-se por unir perpendicularmente as quadras com grandes praças arborizadas, de acesso somente a pe¬destres, com escadarias pavimentadas permitindo o acesso aos lotes das extremidades laterais das quadras. Essas praças oferecem acesso ao parque e compõem grande parte de seus eixos, servindo como “braços” que estendem a vegetação do parque para as quadras mais distantes, convidando o público a adentrá-lo.

O terreno destinado à implantação do parque possui 292 mil m² e em seu corpo central dimensões aproximadas de 1000 m por 300 m. Ele margeia o Corrégo Caguaçu, que hoje se encontra poluído e parcialmente canalizado. Partindo do princípio que o córrego será despoluído pelo Poder Público, propõe-se integrá-lo ao desenho do parque, recuperando sua mata ciliar e respeitando a área de proteção de mananciais, que do caso corresponde a uma faixa de 30 metros. Em toda sua extensão há uma declividade moderada nas margens, o que dificulta o acesso direto à água pelo público, porém não impede que seu leito seja incorporado à paisagem.

As diretrizes projetuais seguidas foram: grandes áreas verdes para suprir ao menos parte da carência da região; pouca pavimentação, por se tratar de uma região de mananciais é importante manter a drenagem da área; e usos variados que atendam não somente à população local, mas que também sejam convidativos ao público de bairros mais distantes. Pelas suas dimensões e estrutura o parque pode ser considerado um parque público urbano de abrangência regional.

Como o terreno em questão é visualmente fracionado pelas duas pontes, optou-se por reforçar essa secção e dividir o parque em 3 (três) setores delimitado pela base das pontes. Cada setor contempla uma determinada função: Setor 1, Contemplação e Lazer; Setor 2, Práticas Esportivas e Áreas de uso livre ,e por fim o Setor 3, Institucional. A setorização permitiu uma organização maior, evitando conflitos de uso no parque e facilitando a localização do público. Além disso, as pontes servem como “portais de entrada” para cada setor, ao atravessar cada ponte o usuário irá perceber mudanças na paisagem.

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