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secao 4!

Projeto do Edifício Alto

Rodrigo Dias Machado

DENISE HELENA DUARTE

O trabalho tem como justificativa e premissa o adensamento urbano utilizando a tipologia do edifício alto, que é mostrado como uma alternativa ideal para as cidades conseguirem suportar o aumento da população e o crescimento demográfico.

Porém, o paradigma da construção de edificações altas em São Paulo é um modelo que nega a cidade existente no entorno e acaba prejudicando-o, dificultando o fluxo de pedestres da área e não se inserindo em pontos em que a mobilidade urbana seja interessante ao pedestre.

Esse fato contribui para que essa área ao redor sofra um processo de “desertificação” ou seja, a área perde frequentadores, deixando-a deserta (sem os olhos que vigiam, e vulnerável. Isso é percebido em eixos e clusters de escritórios que tem movimento apenas no horário comercial. Ainda na questão da mobilidade, é importante ressaltar que o edifício alto precisa estar bem localizado com relação à equipamentos urbanos que consigam absorver o impacto que eles trazem. Clusters europeus estão integrados com a malha de transporte metroviário, diminuindo a necessidade de estacionamentos para automóveis.

A partir disso se procura em alguns exemplos de uma boa implantação de edifícios altos, tomando como exemplo o Commerzbank de Normam Foster, o Leadenhall St. do RHSP, e o Conjunto Nacional de David Libeskind.

O edifício de Foster tem um embasamento que simula o entorno e é recuado dos limites do terreno e cercado por um bloco perimetral (de unidades residenciais), que articula a transição entre o edifícios alto e o entorno imediato. E tem espaços semi-públicos e programas que atendem não somente os funcionários do banco, mas também as pessoas que não trabalham lá, como por exemplo, restaurantes.

O projeto do RHSP é praticamente uma praça coberta, já que o invólucro do edifício não chega á calçada, assim facilitando o acesso do público. Dentro dessa praça prevê-se a criação de áreas verdes debaixo do edifício, com a intenção de ser atraente para a população, além de contar com 7 pavimentos que terão, entre outras, lojas, bares e restaurantes.

O conjunto Nacional, por sua vez é Implantado em uma quadra dentro da estrutura existente da cidade, ocupando a área inteira para o seu desenvolvimento. Esta situação possibilita uma reflexão sobre os modelos de ocupação urbana, sobre a estrutura fundiária e sobre o desenho que as ruas que o limitam podem oferecer como alternativa à cidade existente. Uma das maiores contribuições do projeto do Conjunto nacional é a profunda compreensão do futuro da metrópole e do sítio implantado.

A partir dessas diretrizes de projeto concluídas, o trabalho começa a procurar na cidade de São Paulo lugares aonde possam ser apropriados para a inserção do edifício alto. Deu-se como prioridade lugares que tenham uma estação de metrô e também procurou-se lugares que estejam em uma operação urbana.

Foram avaliados três áreas, sendo elas os bairros do Anhangabaú, o bairro de Pinheiros e o bairro da Barra Funda. O Anhangabaú tem um processo antigo de verticalização que esgotou todos os terrenos vazios , e pelas características arquitetônicas mais antigas naqueles edifícios se achou mais interessante ter uma reabilitação de edifícios.

Já a região de Pinheiros possui uma verticalização mais nova , que veio com a Operação Urbana Faria Lima, mas a região perde em mobilidade pro sua nova estação de metrô já estar lotada com os usuários dos edifícios existentes e a malha urbana já não suportar o fluxo de automóveis. Assim, mais um edifício alto nessa região saturaria ainda mais o sistema de transporte da área.

A região da Barra funda, entretanto, possui uma infraestrutura de transporte, água e energia ociosa, comparada aos outros dois estudos de área apresentados, além de contar com glebas subutilizadas. O potencial que essa área possui, portanto, é interessante ao projeto de um edifício vertical.

O terreno escolhido se encontra ao lado dos edifícios Ricci, próximo do Terminal Barra Funda.. O que torna esse terreno interessante ao projeto é a proximidade desses equipamentos, tendo distâncias próximas a um quilometro desses equipamentos.

Essa proximidade permite a utilização dos equipamentos urbanos sem o uso de transporte automotivo individual, assim o terreno tem o potencial de enfatizar o uso de meios de transporte que não emitam gases poluentes, além da possibilidade de diminuir o transito, já intenso na região.

A implantação do projeto foi pensada além dos limites imediatos do terreno, para facilitar o acesso dos pedestres, o fluxo principal e foi concentrado numa via de pequeno fluxo de carros, composta pelas ruas Tagipuru e Júlio Gonçalves, que é paralela às Avenidas Francisco Matarazzo e a Áuro Soares (avenida do lado da estação Barra Funda).

O programa implantado no terreno é feito para completar o cluster de edifícios que é composto pelos edifícios da Avenida Francisco Matarazzo. Ele é composto por um edifício corporativo, um conjunto de edifícios residenciais e mais um hotel. Os edifícios foram implantados de maneira a facilitar a permeabilidade do pedestre. Formando um eixo até o edifício comercial que é coberto com uma marquise. Nesse caminho foram colocados vários pequenos módulos comerciais.

Os edifícios residenciais e o hotel foram locados de maneira a ter um recuo grande entre uma torre e outra, e assim garantir que a sombra do edifício não atrapalhe a iluminação no térreo livre. O edifício comercial é composto por 24 pavimentos escalonados de três em três, de maneira a criar varandas, que funcionam como áreas de descanso e áreas verdes. O substrato em que a área verde está implantada serve também como uma massa térmica que pode atrasar o ganho de calor do edifício. O escalonamento do edifício comercial é uma opção bastante interessante já que consegue-se diminuir em torno de um terço a área com o sol incidente, portanto diminuindo o ganho de calor externo. Todas as janelas, dispostas no sentido norte e sul, são operáveis de maneira a facilitar a perda de carga térmica do escritório por ventilação, que pode ser tanto diurna ( com a ocupação) e obrigatoriamente noturna.

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