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secao 4!

Parque + Shopping Aberto:

uma proposta de integração

Tissa Yokota Neves

Silvio Soares Macedo

Introdução

Sorocaba é uma cidade em expansão populacional e crescente desenvolvimento econômico e tecnológico. Possui a segunda maior ciclovia da América Latina, IDH elevado, baixas taxas de violência e é a quarta em população do Estado de São Paulo. Mas uma cidade, para ser de boa qualidade, não necessita apenas de boas taxas e estatísticas, necessita também de bons espaços físicos públicos e privados, uma malha viária integrada, políticas e iniciativas.

Os shopping centers, como conhecemos hoje, são, em sua maioria, blocos fechados e sem preocupação com as áreas exteriores e o clima da região, a principal preocupação dos proprietários é o lucro. Dificilmente estão preocupados em promover um espaço de lazer e bem estar aos usuários.

O trabalho tem como objetivo verificar alternativas paisagísticas mais adequadas para a região, assim como uma forma de crítica aos shopping centers tradicionais. A proposta é de integrar duas atividades comuns das pessoas, comércio e lazer, mas de uma forma que a compra seja uma consequência do passeio, e não o contrário.

Para tanto, busca-se a análise das características principais da cidade, entendendo assim a qual público estamos projetando. Haverá estudos do entorno, das características do terreno, da legislação e elaboração de um programa. Complementando, serão realizados estudos que permitam o desenvolvimento de um projeto paisagístico de um parque integrado com a volumetria de um mall de comércio, serviços e lazer.

Justificativas

Encontramos no Brasil uma vasta gama de shopping centers, mas a maioria deles é um grande galpão sem cuidados estéticos, com o conforto do usuário, iluminação e ventilação, grandes volumes que visam apenas ao lucro, tanto os periféricos que abastecem a população de renda baixa, como os luxuosos em bairros nobres. Alguns tipos se preocupam com a estética apenas para dar um caráter luxuoso, outros apenas para a tentativa de atrair cada vez mais público.

No Brasil, encontramos predominantemente o clima tropical. Muito dinheiro é gasto com iluminação e refrigeração dos empreendimentos. Além disso, temos paisagens contemplativas que são ignoradas e ficamos “trancados” em caixas que não se conectam ao entorno. O cidadão precisa de centros de abastecimentos locais para adquirir suas necessidades básicas, sem a necessidade de ficar confinado a um local que o isola do clima externo e da paisagem.

É dessa inquietação com a maneira que as pessoas são inseridas nesse conceito de lucro e apelo ao consumo que me leva ao estudo sobre shoppings e sistemas de espaços livres, pois acredito que a interação do homem com o meio, tanto urbano, como rural deve ser considerada. Acredito que os espaços comerciais não devem ser a principal atração de uma cidade, limitando o público apenas ao consumo, mas sim espaços livres de qualidade, propiciando lazer. O consumo deveria ser uma consequência do passeio, e não o contrário.

O caráter de centro comercial aberto remonta aos tempos em que o comércio era feito em feiras livres, mercados abertos e vendedores ambulantes. Pode-se então manter esse caráter comercial de centro de abastecimento com a junção da ideia de parques.

Por esse motivo o título desse Trabalho Final de Graduação é “Parque + shopping aberto”, uma junção de centro de abastecimento comercial com um parque, um apelo de combinação entre o público e o privado, o aberto e o fechado, a cidade e a natureza.

Quanto ao local escolhido do terreno, decidi, então, considerar a intervenção em uma cidade de porte médio próxima à capital do estado. Sorocaba se destaca por ter a preocupação com a gestão dos espaços públicos. Possui a segunda maior ciclovia do país e vinte e um parques (ainda mal conectados e necessitando de projetos adequados e conexões mais amplas). Caracteriza-se também por uma cidade de grande potencial de crescimento econômico (oitavo colocado no ranque das cidades de maior poder aquisitivo do país) , que tem como consequência aumento da demanda de consumo de bens e serviços. A história do local também surgiu de um centro encontro comercial, sendo um dos maiores entrepostos comerciais do estado, de origem bandeirista e tropeira.

Para tal proposta, serão levantados estudos do terreno, referências projetuais, tanto de espaços públicos como privados e shoppings abertos, com o foco sempre nos espaços livres e no paisagismo, chegando apenas na volumetria das edificações (com dimensões estudadas previamente em relação a um programa de necessidades) e detalhamento dos espaços livres.

O Partido

A partir da interpretação dos dados coletados e das diretrizes projetuais a serem seguidas, fundamenta-se o partido do projeto paisagístico que se busca alcançar. O objetivo é alcançar uma proposta que inclua o lazer e as compras, sendo de uma forma saudável e agradável para o usuário, diferentemente da maneira tradicional de shoppings fechados como conhecemos em sua maioria.

O shopping, então, deve proporcionar passeios agradáveis, com elementos de vegetação e de água, bolsões de estacionamento, bicicletário, espaços de estar protegidos de chuva e de insolação, mas sem perder a interação com o mesmo.

O Parque será tentativa de conexão entre o Parque das Águas e o shopping, funcionando como elemento de transição. Este não terá diversos usos e mobiliários urbanos, já que o espaço livre existente possui quadras poliesportivas, pista de skate, playground, ciclovia e passeios, enfim, equipamentos que se forem construídos a mais, ultrapassará a demanda atual.

Por isso o caráter contemplativo, com usos como o estar, o passeio e a recreação infantil lúdica serão os focos do espaço livre, com uma demanda de áreas sombreadas, que são escassas (ou quase inexistentes) no Parque das Águas, para uma cidade que atinge altas temperaturas durante grande parte do ano.

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