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secao 4!

Região Metropolitana da Baixada Santista:

expansão urbana estruturada em uma rede de transporte integrada

Erika Kyushima Solano

Klara Anna Maria Kaiser Mori

Sempre que há a expectativa do início de algo grande, como uma novidade no mercado externo ou a implantação de um empreendimento de influência em todo o território nacional, cria-se uma especulação: imagina-se que a população irá aumentar e consumirá mais, a economia vai esquentar, o local terá mais investimentos, etc., e assim se inicia o boom imobiliário. As cidades brasileiras ficam sempre a mercê da regra do mercado: este escolhe onde quer colocar seus empreendimentos e a população de baixa renda se encaixa onde consegue ou vai para a periferia, tudo resultado da ausência de um planejamento prévio com diretrizes para este crescimento.

A maioria das grandes cidades brasileiras apenas apresentam projetos para corrigir os erros cometidos devido ao crescimento desordenado, por exemplo: alargamento de vias, pois as antigas não suportam a nova demanda do bairro que verticalizou descontroladamente; linhas de transporte coletivo de alta capacidade implantados apenas onde o trânsito já está insuportável; canalização de esgotos e outros investimentos em saneamento básico para populações que já residem precariamente no local há vários anos; etc.

Na expectativa de mudar esse quadro, este estudo surgiu a partir da observação das mudanças dramáticas que estão ocorrendo na Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) para poder propor hipóteses de diretrizes de crescimento urbano para a Baixada Santista se estruturando em uma rede de transporte metropolitano intermodal, enquanto ainda se está em um momento inicial, onde ainda se pode pensar em propostas de planejamento e não apenas planos corretivos.

A região está sofrendo forte influência no mercado imobiliário pela expectativa da instalação da unidade de exploração e produção de Petróleo e Gás Natural na Bacia de Santos após a descoberta das camadas do pré-sal, com sede administrativa da Petrobras prevista no centro de Santos, onde estão previsto aproximadamente seis mil empregos diretos além dos indiretos que irão gerar dos serviços prestados, e é também uma região sufocada pela falta de transporte público eficiente e pela cultura do carro ainda estar muito viva no desejo da população. Adicionando às problemáticas, o custo do transporte público é alto para o trecho de viagem percorrido e não se comporta de forma metropolitana, pois um ônibus municipal de Santos, por exemplo, chega até o limite com São Vicente, necessitando pegar outro ônibus para continuar um trecho que é o caminho diário de muitos habitantes da região. Como local turístico balneário, em altas temporadas precisa de infraestrutura que suporte a adição da massa de turistas, que chegam a dobrar a população residente, gerando trânsito e perda de qualidade da mobilidade.

Este Trabalho Final de Graduação propõe um ensaio de como fornecer transporte coletivo metropolitano de qualidade em toda a complexidade de uma estrutura linear, que é a formação geográfica da Região Metropolitana da Baixada Santista. Durante o desenvolvimento deste, se mostrou necessário também o estudo da dinâmica urbana e como ocorrerá o crescimento da metrópole para o desenho do traçado da rede já prevendo esta expansão. São levantadas possíveis diretrizes a serem aplicadas neste processo urbano, para evitar a continuidade da ocorrência da descaracterização da malha e das tipologias das edificações existentes e a perda da qualidade da cidade, como já ocorre em Santos.

A pesquisa direcionou o pensamento da possibilidade de dividir a importância do centro econômico da RMBS, atualmente formado pelos municípios Santos, São Vicente, Cubatão, Guarujá e Praia Grande, com maior destaque para o município-polo Santos, para, então, fortalecer outro município, estruturando assim a região com dois centros significativos.

Este segundo centro precisaria gerar uma conexão metropolitana com os municípios mais afastados ao Sul, definidos neste estudo como trecho Sul, que atualmente apresenta pouca conexão de caráter metropolitano com o centro. Para esta escolha foram analisados diversos fatores como a posição geográfica, a presença de infraestrutura, a capacidade de expansão, etc.

E, após definido o segundo centro econômico da RMBS em Itanhaém, inicia-se uma aproximação no município para estruturar não apenas o viário principal e a rede de transporte, mas também toda a dinâmica urbana de um centro metropolitano: principalmente a localização dos equipamentos administrativos, culturais e de saúde, pensar nas vias comerciais principais e no fluxo intra metropolitano.

Em alguns pontos da rede de transporte, são realizadas aproximações necessárias para o melhor entendimento do funcionamento da rede e detalhamento de peculiaridades, como terminais intermodais ou estações onde ocorre junção de trilhos por diferentes trens e o principal gargalo da rede de transporte, para que não se perca a qualidade do modo escolhido ou que interferisse negativamente na cidade existente.

Quanto à cidade, foram realizadas duas aproximações, uma no segundo centro proposto neste estudo, Itanhaém, mostrando a característica das vias propostas e a localização dos principais equipamentos metropolitanos com a justificativa destas implantações e outra no Centro Histórico de Santos, primeiro e atual centro econômico da RMBS, criticando a forma como o sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) proposto pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo S.A. (EMTU) interfere visualmente negativamente neste patrimônio histórico da Baixada Santista.

Este Trabalho Final de Graduação conclui mostrando o projeto como um todo e as diretrizes gerais propostas para uma organização espacial urbana condizente com a atual e a futura necessidade da metrópole, estruturada sobre uma rede com diferentes modos de transporte integrados, que conectem de fato em nível metropolitano todos os municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista.

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