logofau
logocatfg
secao 4!

Maternidade em Rio Verde, Goiás

Ivy Martins Morais

João Carlos de Oliveira César

Nos últimos 20 anos ocorreram diversas mudanças na visão do parto e nascimento, produzindo alterações nos ambientes de saúde destinados a esses acontecimentos.

Este trabalho teve como finalidade o projeto de uma maternidade que não apenas atende às novas demandas impostas pelas normas que surgiram, mas que tenta ser um ambiente acolhedor para o momento mais importante na vida de todos: o nascimento.

Para isso foi feito um levantamento histórico da arquitetura da saúde desde o surgimento dos primeiros espaços tidos como hospitais até a visão atual de espaços de cura que acolhem seus usuários principais, os pacientes, assim como oferecem ambientes não estressantes aos funcionários.

Uma vez apresentado o contexto dos hospitais em geral foi feito um recorte das maternidades, analisando o surgimento de espaços específicos para o parto e como eles evoluíram nos séculos seguintes e adquiriram um aspecto mais humanizado nos últimos anos com a criação de políticas de humanização hospitalar.

Foi então escolhida a cidade de Rio Verde, no interior de Goiás, como local de intervenção, apresentando suas características mais relevantes para o projeto, como localização, clima e contexto histórico e socioeconômico.

Foi então escolhido e apresentado o terreno para implantação do projeto, localizado no cruzamento de duas das principais avenidas da cidade, com fácil acesso para a população.

Definidos tema e local de intervenção, passou-se à criação do programa a ser desenvolvido. Para isso foram estudadas as normas vigentes para estabelecimentos assistenciais de saúde, como a RDC 50 e RDC 36, que indicam quais ambientes são necessários para o atendimento na unidade, assim como suas dimensões mínimas e instalações prediais. Com esses dados iniciou-se o desenho do projeto.

A implantação do projeto ficou definida com a presença de 4 blocos nas extremidades do terreno, conectados entre si por grandes corredores e um pátio central, que dá ao projeto uma sensação de espaço aberto.

É no primeiro bloco (BLOCO A) onde se localizam a entrada, recepção e espera, assim como os serviços de atendimento a pacientes externos, evitando sua circulação nas áreas internas ao hospital.

O bloco seguinte (BLOCO B) se localiza na parte superior do terreno e concentra os serviços do centro obstétrico, tendo uma área destinada ao estar de pacientes em trabalho de parto e quartos PPPs. Ao lado desta área encontra-se o centro cirúrgico, tendo acesso para pacientes que dão entrada no hospital por meio de ambulâncias. É também neste bloco que podemos encontrar as UTIs e CTI adulta e neonatal.

O BLOCO C é o bloco destinado à internação geral, localizado na parte inferior do terreno.

O último bloco (BLOCO D), implantado à esquerda do terreno é destinado aos serviços de apoio. É nele que se encontra a entrada de funcionários e de insumos, como materiais de farmácia e alimentos. É o único bloco que possui mais de um pavimento.

O pavimento intermediário todo é destinado às instalações necessárias para o abastecimento de todo o complexo.

No pavimento térreo colocou-se a área destinada à administração, por ter possibilidade de circulação de pessoas externas. É neste pavimento também que se encontram os serviços de lavanderia, rouparia. central de materiais esterilizados, farmácia, central de armazenamento de materiais, guarda de resíduos e guarda de corpos.

No segundo e último pavimento deste bloco se localizam os serviços destinados aos funcionários: descanso, vestiários e refeitório. A cozinha também está localizada neste pavimento e possui monta-cargas que descem ao pavimento térreo para transporte de alimentos destinados aos pacientes.

O desnível existente no terreno é resolvido pelo uso de rampas com diferentes inclinações nos corredores e no pátio.

Devido ao fato dos quartos estarem com as janelas voltadas para a rua, surgiu o problema de resguardar o ambiente dos pacientes. Isso foi resolvido pela utilização de brises horizontais de cerâmica que dificultam a visualização dos ambientes internos pelos pedestres. Estes brises estão distantes das fachadas, permitindo que sejam implantadas vegetações nestes espaços.

Ao estudar o clima da região, notamos que possui altas temperaturas. Buscou-se então, uma solução para a redução das mesmas e chegou-se à presença de grandes coberturas independentes do resto da edificação. Para elas foram escolhidas telhas metálicas autoportantes e madeira como material para a estrutura.

A maior dificuldade encontrada no decorrer do trabalho foi como solucionar a questão fluxosXinstalações.

Acredito que a solução adotada neste projeto soluciona essa questão ao colocar no piso intermediário do bloco de serviços a central de instalações, permitindo que as réguas de gases possam ser distribuidas para os blocos B e C, mas mantendo o complexo em sua grande maioria térreo, evitando cruzamento de fluxos nos elevadores.

Outra dificuldade imposta no início do projeto foi a vontade de se criar um ambiente acolhedor em que o paciente pudesse se sentir bem e confortável sem deixar de atender as normas impostas pelos órgãos vigentes. Com a grande presença de áreas de estar e os materiais que foram definidos, acredito ter chegado à uma solução que atende as necessidades da tríade mãe-bebê-acompanhante e dos funcionários.

Desta forma, acredito que o objetivo determinado no início do trabalho foi alcançado, já que foi possível chegar a uma solução de projeto que se afasta do monobloco vertical, mas se mantem fiel às normas.

FICHA TÉCNICA:

Área construída total = 12.885 m²
Térreo = 9.700 m²
Bloco A = 1.570 m²
Bloco B = 1.490 m²
Bloco C = 1.080 m²
Bloco D = 3.450 m²
Corredores = 2.420 m²
Pátio = 1.990 m²
Estacionamento = 885 m² com 47 vagas funcionários
C.A. = 12.885 (área total) - 885 (estacionamento)/21.000 = 0,57
T.O. = 12.300 (projeção do edificio e cobertura no terreno)/21.000 = 0,58
PERMEABILIDADE = 8.700/21.000 = 0,41

slideshow image

If you can see this, then your browser cannot display the slideshow text.

 

topo