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secao 4!

Ateliês de Dança no Anhangabaú

Karina Mendonça de Almeida

Milton L. A. Braga

RESUMO

Dentre as questões que compõem o tema do projeto dois pontos se destacam e são de igual importância para as escolhas subsequentes: o programa da dança e o espaço público-polo de fluxo de pessoas.

A partir de então é feita a relação entre os dois pontos a fim de questionar os deslocamentos cotidianos mecânicos, mostrando a possibilidade de parada e quebra do ritmo automático através da dança. Escolhe-se a dança como instrumento para estimular a apropriação do espaço público como ambiente de lazer, cultura e estar.

Atendendo aos anseios acima citados se propõe o projeto de um centro de dança composto por Ateliês que funcionam como oficinas de produção de movimento e expressão. No entanto, ao contrário do programa tradicional, os usos pensados para esse equipamento estão conectados às atividades de dança dos centros culturais, direcionadas ao público em geral e não à formação de bailarinos.

O terreno do projeto, inserido no centro da cidade de São Paulo, é parte de uma conexão intermodal de transporte público uma vez que recebe uma das passarelas do Terminal Bandeira em direção ao Metrô Anhangabaú. Sendo assim, o lote está inserido num contexto onde as relações buscadas estão evidenciadas e o fluxo intenso de pessoas oferece grande potencial de público para o equipamento proposto.

ANÁLISE DO PERCURSO PELO TERRENO

Logo que se inicia o percurso pela passarela a fim de chegar ao Largo da Memória avista-se o primeiro problema causado pelas demolições decorrentes das obras do metrô: a fachada para a Rua Alfredo Gagliotti (rua aberta na quadra após a implantação do Metrô) nunca foi contemplada com um projeto para qualificá-la, deixando o local em estado de abandono. Poucos se propõem a passar pela Rua e a única presença constante é a de alguns moradores de rua que se apropriaram da área onde também nota-se um grande volume de entulhos e lixo.

O segundo problema notado é a falta de atividades e usos no terreno que, estando em sua maior parte cercado ou murado, deixa espaço apenas para uma pequena banca de jornal, única atração para a parada dos pedestres durante a passagem. O circular é, portanto a atividade predominante no terreno, e o estar é praticamente inexistente.

Tais conclusões refletem sobretudo o impacto das transformações da implantação do Metrô no entorno da Estação, e apontam para projetos que proponham a revisão dos espaços resultantes destas.

DIRETRIZES

Como forma de explicitar o partido e as proposta de projeto apresentam-se a seguir uma série de esquemas e diagramas que apontam as estratégias usadas e as diretrizes para o desenho.

1. Recompor a quadra desapropriada pelo Metrô: propõe-se a concentração da área edificada entre os edifícios existentes, rearticulando a quadra.
2. Preservar passagem e campo visual livre para o Largo da Memória e alinhar o gabarito do edifício com os vizinhos.
3. Construir uma fachada para a Rua Alfredo Gagliotti: a proposta é abrir os comércios existentes nos edifícios vizinhos para a Rua (onde hoje há apenas empenas cegas) trazendo com isso movimentação comercial para o local. Também é proposto um dos pavimentos do projeto com saída para a Rua Alfredo Gagliotti, seguindo o alinhamento da fachada do Edifício Brasilar.
4. Estabelecer uma cota de encontro para os diferentes níveis existentes nos acessos ao terreno. A cota 738.0 determina o piso da praça no projeto, para a qual todos os acessos irão convergir.
5. Determinar os acessos ao terreno: o desenho proposto prevê saídas para todas as ruas que circundam o lote. Para cada acesso há uma forma diferente de transpor o desnível, garantindo em todos os casos, a acessibilidade universal.
6. Gerar possibilidades de encontros e permanência durante a passagem pelo terreno. Trabalha-se a praça como um possível palco do projeto, as pessoas que por ali passarem serão colocadas, do ponto de vista artístico, como personagens diários do cotidiano. Atuantes da vida na cidade que tem ali alguns elementos pré-concebidos para que observem a dança e sejam observadas. Onde não existe, portanto uma clara distinção entre palco e plateia. Propondo-se, dessa forma, uma possibilidade de releitura dos acontecimentos cotidianos.
7. Provocar a quebra no ritmo dos deslocamentos cotidianos através do programa da dança

FICHA TÉCNICA

Localização:
Centro-República / Subprefeitura: Sé - São Paulo
Quadra delimitada pelas ruas:
Av Nove de Julho, Rua Álvaro de Carvalho, Rua João Adolfo e
Ladeira da Memória

Zoneamento:
OUC – Área da Operação Urbana Centro
ZCPb-05 (Zona de Centralidade Polar)
Coeficiente de aproveitamento máximo: 4 /básico: 2
Taxa de ocupação máxima: 0,7
Taxa de permeabilidade mínima: 0,15
Sem gabarito máximo de altura

Áreas:
Total do terreno: 3197m2
Total do projeto: 6155m2

Definição geral do programa:
Equipamento voltado a atividades de dança e expressão corporal, bem como de eventos, experimentos, performances e instalações relacionadas ao questionamento do movimento cotidiano.
O programa é pensado em torno dos núcleos de produção de movimento através da dança, estes são chamados Ateliês e são destinados à grupos de dança que terão seu espaço no edifício para:
1. Ensaios, aulas e produção de apresentações regulares de danças populares (hip-hop; samba; etc)
2. Dança e sua relação com a Performance: apresentações e oficinas de experimentação do espaço.

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