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secao 4!

Espaços Itinerantes:

mostras de ciências

Maria Luiza Itokazu Canzian da Silva

Clice de Toledo Sanjar Mazzilli

O intuito do trabalho é, em conjunto com a Associação Parque Viva a Ciência (APVC), desenvolver projetos para a divulgação científica em Florianópolis. Há cerca de 8 anos o grupo associou-se à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para colaborar na solicitação de cessão do terreno de aterro para a construção do Parque. Porém, com toda a demora do processo, as primeiras movimentações de ocupação ocorreram em 2012. Por definições de legislação de zoneamento, na área cedida não é permitido construções que ocupem mais de 5% da área do lote, por se tratar de uma Área Verde de Lazer. Portanto, o projeto desenvolvido pela UFSC e pela Associação não considera, num primeiro momento, edificações no terreno. Parte das especificações projetuais é a instalação de equipamentos interativos para ensino de ciências, a céu aberto. Para auxiliar nessa etapa, comecei desenvolvendo meu trabalho com o objetivo de, como produto final, apresentar instalações lúdico-científicas, resistente às intempéries e ao intenso manuseio, para ser construído no Parque.

No primeiro semestre do trabalho final de graduação, 2012-2, visitei quatro museus / parques de ciências: A Estação Ciência (USP), o Sabina (Prefeitura de Santo André), o Museu de Ciência e Tecnologia (PUC-RS) e o Parque Viva a Ciência (UFSC). Cada um deles com sua especificidade contribuiu para que eu entendesse as necessidades gerais e pontuais para projetar equipamentos interativos para ensino de ciências. A formação do programa de necessidades dos objetos a serem projetados derivou da soma da leitura à vivência, criando um embasamento teórico no que diz respeito à ludicidade, mecânica, sistematização de passos e atitudes para implantação de um museu de ciência, comportamento de materiais e suas resistências etc.

Ao final dessa primeira parte de trabalho, mudanças de gestão e postura administrativas afastaram os responsáveis pela viabilização e implantação do Parque no aterro da baía sul. Diante do impasse entre manter o direcionamento do trabalho, entendendo que essa paralisação das ações de implantação distancia meu projeto da execução real, e a mudança de direcionamento do trabalho, regredindo essa etapa de definição de objeto final, resolvi acompanhar a mudança de foco da equipe do PVC e mudar o meu objetivo do trabalho.

Assim, durante o TFG 2 desenvolvi um espaço itinerante e temporário para atuar como divulgador de ciência e suprir a falta de locais com essa abordagem na cidade, já que a implantação definitiva do parque de ciências da Universidade ficou mais distante.

Modular e flexível, o espaço é definido em projeto sem limite de área ou apropriação. Além do espaço, proponho também uma mostra para exemplificar a ocupação do projeto e uma identidade visual para a entidade e para o espaço.

Durante o ano de 2012, com a troca da administração da UFSC, a equipe que desenvolvia a implantação do complexo no aterro foi reestruturada. Em maio ocorreram reuniões de alinhamento para contextualizar e esclarecer o formato e andamento do projeto aos gestores que estavam ingressando. Porém, em agosto, coordenadores e equipe foram afastados e substituídos por um Comitê Gestor. Assim, os interesses da nova gestão da Universidade e os profissionais envolvidos com a implantação do Parque Viva a Ciência mostraram-se incompatíveis e os vínculos foram desfeitos. Esse afastamento significou a suspensão das atividades de implantação dos equipamentos no terreno.O desligamento definitivo da equipe de coordenação aconteceu no dia 16 de novembro de 2012, mas continuei o fechamento da primeira parte do trabalho a partir dos objetivos inicialmente estabelecidos. Durante o recesso entre semestres ponderei se mantinha a linha que estava seguindo, o objetivo de desenvolvimento de instalações interativas e a implantação no terreno definido, ou se adaptava o projeto em função dessa nova situação, onde as perspectivas de implantação a curto e médio prazo eram mínimas. A partir disso, tomei a decisão de manter o trabalho alinhado com os interesses da Associação e modificar o objeto final do trabalho para manter a viabilidade de realização do projeto.

A finalidade do novo espaço proposto foi contemplar as necessidades levantadas pelo grupo do Parque para a dinâmica de uma mostra de ciências. De caráter não formal, possui o objetivo de aprendizagem, porém de forma diferenciada e cativante. O projeto pretende, além da divulgação científica, criar uma familiaridade e interesse do público com esse tipo de abordagem e aproximá-lo dos conceitos científicos, gerando a necessidade da construção de instituições que ofereçam esse tipo de opção de lazer e de ensino.

Para garantir a apropriação por outras abordagens, mantive clara a intenção de ser um espaço que fosse adaptável a diversas funções, como brinquedoteca, teatro, música etc. voltado para a função lúdica da interatividade e vivência.

Apesar de ter desenvolvido bastante o projeto e ter produzido desenhos de execução, entendo que ainda faltam testes de protótipo e revisões para o projeto ser finalizado. Não tenho ainda as garantias de encaixe e estabilidade, por exemplo, dos vínculos entre pisos, ou a resistências dos elementos estruturais das paredes e armários. O funcionamento das dobradiças, lastro, soluções de acabamentos e mobiliário também estão sujeitos à testes e modificações.

Também ficaram nas primeiras discussões os projetos de identidade visual do Parque Viva a Ciência e da mostra Medalha! Medalha! Medalha!

Acredito e espero que este trabalho não tenha se encerrado junto com esse semestre. Foi muito intenso e desafiador organizar os pensamentos para cumprir as diretrizes estabelecidas, tanto as projetuais dos elementos base quanto as da metodologia de apropriação do espaço construído. A situação inicial de possibilidade de implantação do projeto, que motivou as decisões e mudanças, permanece próxima e está ainda mais alcançável.

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