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secao 4!

Espaço Imaginado

- fotografia entre planos e escalas

André Azenha Turazzi

Giselle Beiguelman

O trabalho desenvolvido ocorreu em duas frentes. Uma primeira de pesquisa teórica no campo da discussão da imagem, com foco nas imagens fotográficas, e como estas traduzem o espaço em imagem de duas dimensões. Uma segunda onde através do meu trabalho fotográfico, tentei abordar tais questões (suscitadas no trabalho teórico) a partir de uma seleção de imagens. Estes duas frentes resultaram na produção de dois livros, cada um contendo partes de um ensaio que tentou conjugar teoria e prática de forma a uma não servir de ilustração para outra.

A parte teórica foi separada em 3 partes.

A introdução onde eu situo a luz de Phillipe Dubois 3 maneiras de ver fotografia que se desenvolveram ao longo da história. Uma primeira onde ela não passava de um “espelho do real” por conseguir imitar com fidelidade a realidade. Uma segunda onde ela constituía uma construção do real, pelo fato de selecionar e relacionar o mundo de maneira distinta da forma como ele se manifesta. E por final uma terceira onde a partir da idéia de imagem indicial, onde há um momento de contato do aparelho e da coisa registrada, que traria outras questões para a imagem fotográfica, a distinguindo no campo da representação do mundo de outras técnicas de confecção de imagem.

A segunda parte é onde eu apresento a fotografia como linguagem, e portanto como uma forma de nos apropriarmos da natureza, operacionalizando nosso mundo. Aqui eu coloco a necessidade do homem de compreender aquilo que ele utiliza. Para isso utilizamos da linguagem como forma de comunicar e realizar nosso meio. A imagem é uma dessas ferramentas que desenvolvemos para nos comunicar, talvez a primeira delas. Surge uma questão quando começamos a construir máquinas de produção de imagem e damos origem ao que Flusser chama de imagens técnicas. Qual o nível de consciência que devemos ter em relação ao que produzimos para que isso se torne relevante?

Na segunda parte coloco minhas reflexões a cerca da fotografia em si. Focando principalmente na discussão que a objetiva, como aparato que intermedia a gravação da imagem na superfície fotográfica, traz para nossa maneira de nos relacionarmos com o mundo. Pois nela estão contidos uma série de lentes que conformam um olhar sobre o mundo. Este conjunto, tido como objetivo, na verdade estabelece uma relação bastante particular na forma com a qual produzimos imagens, e por conseguinte que percebemos o mundo a partir delas. De um lado pode empobrecer nossa relação visual com o mundo, já que antes do advento da perspectiva artificialis nosso olhar era mais livre do que depois, de outro enriquece pois relaciona de outras maneiras as coisas do mundo, permitindo-nos comunicar e ver coisas que não nos eram acessíveis.

Junto com essas reflexões, meu trabalho aconteceu em outro sentido, no de selecionar uma série de imagens que expressassem uma postura quanto ao espaço constituído na imagem fotográfica. Essa seleção conformou um conjunto que continha desde imagens frontais, de espaços de fácil compreensão pela simplicidade com que se manifestavam os planos que o desenhavam, até imagens de mais difícil assimilação, onde o olhar precisaria ler a imagem por completo, para entender do que se tratava. Esse conjunto foi apresentado não para ilustrar minha pesquisa teórica, e sim para colocar de forma enfática meu questionamento quanto a naturalidade com a qual convivemos com as imagens fotográficas.

Além disso, montei uma exposição no Estúdio 3, que estava vazio devido à ocupação impraticável do seu espaço em decorrência das goteiras e da obra do edifício Vilanova Artigas. Me apropriei do espaço totalmente livre para expor algumas das imagens que estavam estavam em um dos cadernos que apresentei como trabalho. De forma diferente, tentei manter a força de cada imagem e potencializá-las a partir de sua relação agora espacial. Para isso utilizei os pés das mesas como suporte das imagens.

O produto final do meu Trabalho Final de Graduação era composto por uma exposição no estúdio 3 do edifício da FAU, um caderno de 225 x 150 mm com um ensaio textual de 40 páginas e um outro de 300 x 200 mm com um ensaio imagético de 36 páginas. Os cadernos foram impressos em uma impressora HP Indigo sobre papel Garda Kiara 135g pela gráfica Inove e a capa foi impressa por mim no LPG com tinta vinílica branca fosca em serigrafia sobre papel Skin 180g.

Trabalho disponível em: http://issuu.com/andreat6/docs/espacoimaginado http://issuu.com/andreat6/docs/20131030_textobaixa

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