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secao 4!

Encontro e Memória.

Sobre o Centro de Goiânia e o Jóquei Clube.

Carolina Rodrigues Boaventura

Luís Antônio Jorge

No ano de 2012 realizei um intercâmbio de um semestre na Technological University of Delft (TU Delft). Cursei disciplinas que tinham como discussão central a compreensão, a análise e a projetação do espaço público. No estúdio, foi proposto o desenho de um museu temporário da cultura holandesa na cidade de Amsterdam, porém, antes de se apresentar uma proposta, foi exigido uma discussão sobre memória, tempo e espaços públicos.

Apesar de ser uma interessante metodologia de trabalho, em alguns aspectos discordava da relação que estabeleciam entre a memória e o espaço museológico. Este, mais caracterizado por ser um equipamento didático do que um espaço público propriamente dito. Ao iniciar o Trabalho Final de Graduação quis dar sequência ao estudo realizado na TU Delft. Mas, para tanto, procurei uma compreensão distinta da temática apresentada pela faculdade holandesa.

Utilizando os escritos dos teóricos Ecléa Bosi (Memória e Sociedade), Ulpiano Bezerra de Menezes (A História, Cativa da Memória?. Para uma mapeamento da memória no campo das Ciências Sociais) e Milton Santos (A natureza do Espaço: Técnica e Tempo; Razão e Emoção), neste trabalho, o lugar da memória é apreendido nos espaço do cotidiano. É através da ocupação desses lugares e de seu potencial para a promoção do encontro, que eles ganham significado, por pertencerem da história de cada um dos indivíduos que o vivenciaram.

Considerando tais condicionantes, o trabalho Encontro e Memória: o Centro de Goiânia e Jóquei Clube estrutura-se em três centros principais de interesse:

Em primeiro lugar, com o capítulo Memória desenho e espaços memoráveis procurou-se entender duas interpretações sobre a memória, buscando mostrar em qual delas o trabalho se aproximou. Discutiu-se também os conceitos e diferenças entre “espaços de memória” e “espaços memoráveis”. Para exemplificar estes conceitos, tomou-se como exemplo o trabalho da Lina Bo Bardi, que mosta uma interessante condição de ocupação dos espaços e como estes podem servir ao coletivo.

Num segundo momento em, A interseção de três histórias: o Centro de Goiânia, o Jóquei Clube e a memória dos seus personagens, compreende-se a íntima relação entre a memória, o espaço e o cotidiano. Posteriormente observa-se esta condição nos dois principais objetos de estudo deste trabalho: o Centro tradicional de Goiânia e o edifício do Jóquei Clube. A metodologia escolhida para a realização desta etapa foi a coleta de depoimentos orais, segundo entrevistas. Foram escolhidas pessoas de distintas idades e profissões que frequentaram esses dois espaços e guardaram em suas histórias pessoais profundos sentimentos de afeição e saudade. Em posse desses relatos, as histórias da cidade e do edifício foram recontadas. As referências bibliográficas para o desenvolvimento deste capitulo foram o livro de Gonçalves, Goiânia: uma modernidade possível e a dissertação de Vaz intitulada Transformação do Centro de Goiânia: Renovação ou Reestruturação?

Na sequência deste capítulo, a intenção foi apresentar uma leitura da atual situação da cidade e do edifício do Jóquei, a fim de entender o seus aparentes abandonos. Para tanto, foram utilizadas as diretrizes adotadas pelo urbanista Jan Gehl na publicação “Cidade para pessoas”. A análise da qualidade dos espaços públicos, o incentivo da prática do caminhar, a apreensão urbana, vista sobre a perspectiva do olhar humano, e as relações entre os espaços do público e do privado são alguns dos tópicos colocados em questão.

Em A cidade e o edifício possíveis propõe-se uma hipótese de intervenção no centro tradicional de Goiânia, onde serão apropriados os terrenos que atualmente são destinados a estacionamento. Quatro usos básicos são indicados: os pocket parks, as praças, as habitações e os edifícios de cultura e educação. O edifício do Jóquei Clube é retomado como proposta de centro de dança, esporte e teatro.

Nas páginas que se seguem, procura-se contribuir com o debate sobre os processos de intervenção das cidades brasileiras, como também com a reflexão sobre a qualidade dos espaços públicos de Goiânia, a partir de dados e imagens que foram levantados e memórias que foram exploradas.

Trabalho disponível em: http://issuu.com/carolinarodriguesboaventura/docs/tfg_2_final_leitura

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