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secao 4!

URBANISMO VERTICAL |

PROJETO DE EDIFICIO DE USO MISTO PARA A CIDADE DE SAO PAULO

Fernanda Invernise de Moraes

Joana Carla Soares Gonçalves

“ The city is first and foremost a meeting place for people” Ken Yeang (2002, 101).

O mundo se urbanizou e hoje a maioria da população mundial vive nas cidades, que continuam atraindo um contingente populacional cada vez maior.

Para que as cidades não comecem a expandir desenfreadamente seus limites, mas ainda assim consigam abrigar toda essa demanda, é necessário que elas se desenvolvam dentro de si mesmas, utilizando lotes vazios ou sub-ocupados.

“Tall buildings, if only by being tall, look to stand out in a crowd. In time they may become the crowd, but it is always their intention to speak up, to declare, indeed, even persuade us of their novelty, their sumptuousness, their responsibility to social needs and ideals, their outright beauty, and their abstraction” Guy Nordenson (2003, 11)

Com base no livro “Reinventing the Skyscraper”, de Ken Yeang, que prevê o edifício alto como extensão da cidade, será feito o projeto de um edifício de uso misto para uma região bem servida de transporte público da cidade de São Paulo, com qualidade suficiente para atrair pessoas para o céu e oferecendo a elas a diversidade existente em um centro urbano.

De acordo com o autor, os edifícios altos devem deixar de ser uma repetição de pavimentos tipos para que seus espaços se distribuam organicamente ao longo do edifício e possuam diversos tipos de ligações, permitindo que as pessoas se desloquem livremente dentro dele, como se estivessem caminhando pela cidade. Assim, o urbanismo passaria a ser pensado nas três dimensões e um mapeamento vertical da cidade complementaria o horizontal.

Os principais pontos defendidos por Yeang são:
- Espaços com caráter e identidade de modo a criar situações únicas e marcantes para seus usuários;
- Continuidade urbana;
- Espaços públicos de qualidade com áreas abertas atrativas e acessíveis, de modo a reforçar a ligação com a cidade e evitar que as pessoas lá dentro se sintam perdendo a “vida lá fora”;
- Facilidade de movimento, além de mais de uma opção de caminho para chegar ao destino desejado;
- Legibilidade para que os espaços sejam facilmente compreendidos;
- Adaptabilidade dos espaços, para que diferentes funções possam se desenvolver conforme a necessidade do local; e
- Diversidade para criar espaços com variedade e escolhas.

O tema foi escolhido quando tive que realizar um seminário para uma matéria da FAU, para o qual tive que ler o referido livro. Durante os momentos de leitura, surgiu uma inquietação: como? A teoria de levar a cidade para dentro do edifício é linda, mas como aplicá-la em uma metrópole como São Paulo de modo que o edifício não vire somente uma sobreposição de andares com 2 usos diferentes? Porque o próprio Ken Yeang não conseguiu tirar do papel tudo o que diz?

A partir disso, resolvi tentar responder a uma dessas perguntas e descobrir como uma cidade vertical se encaixaria nesse mar de edifícios que é a cidade de São Paulo.

“Another urban feature of the tall building that continue to develop is the ‘city within the city’, first used to describe the heterogeneous program of Rockfeller Center’s cluster of tall buildings in Midtown Manhattan, many contemporary tall buildings are conceived to expand and magnify the public domain, and are thus more permeable and transparent (...) now many recent tall buildings also seek to extend the activities of the street into the structure, not least of all by locating the structures above existing transportation centers and linking the tall building with local and regional transport” Terence Riley (2003, 09)

A intenc¸a~o principal do trabalho e´, portanto, levar a cidade para dentro do edifi´cio, pensando tambe´m no seu entorno, como uma maneira de adensamento inteligente e de melhoria da qualidade do territo´rio.

Para a realização do exercício, foi escolhido um terreno no entorno da Praça da República no qual se encontram hoje dois estacionamentos que ocupam mais da metade da quadra. Ele foi eleito entre outras opções de locais por estar em uma região com infraestrutura urbana já bastante consolidada, assim como de grande atração populacional e oferta de empregos.

Algumas referências projetuais foram eleitas, baseadas nos preceitos estabelecidos por Ken Yeang, de modo a facilitar a resolução de algumas questões principais no trabalho, como circulação, desempenho, distribuição dos usos etc. Estudou-se também o clima urbano e a influência que um edifício alto exerceria no seu entorno imediato, quanto a ventilação e sombreamento.

O programa do edifício é diversificado e com funções repartidas entre os cinco grupos de atividades principais de um cidadão urbano atual: habitar, estudar, trabalhar, comprar e divertir-se, possuindo um foco especial nas áreas de lazer e encontro de pessoas. O projeto final é composto por um auditório com cerca de 250 lugares, bares, cafés, restaurantes, lojas, biblioteca, escola de ensino médio, complexo esportivo, escritórios, habitações, galeria de arte e mirante.

Os primeiros cinco usos são distribuídos pelos sete andares da base do edifício, a qual possui altura semelhante a dos edifícios do entorno. Assim os pedestres não se sentem reprimidos pela altura da torre que se desenvolve acima, a qual só pode ser vista no skyline da cidade. O térreo é totalmente livre, apresentando-se como continuidade da Praça da República a sua frente.

A torre, por sua vez, se desenvolve através de quatro vizinhanças de seis e sete pavimentos, separadas por terraços-rampas que podem ser apropriados de acordo com a necessidade dos usuários. Essas vizinhanças, apesar de serem compostas pelos mesmo materiais (vidro, concreto e madeira) possui identidades visuais próprias, sendo possível identificar, a partir do seu exterior, as mudanças de funções.

O uso do transporte público é incentivado e a garagem conta somente com uma vaga por unidade habitacional.

No geral, o projeto ainda é bastante utópico, mas traz questões que precisam começar a ser rediscutidas em relação as cidades do planeta.

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