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secao 4!

Escola Parque Horto do Ipê

Haluane Santana de Oliveira

Antonio Carlos Barossi

A intenção deste trabalho foi desenvolver um projeto de arquitetura escolar, mas que permitisse a inserção de um equipamento público, servindo a comunidade local inteira. A proposta foi reforçar o caráter de ponto de encontro comunitário do edifício escolar, complementando seu programa, trabalhando-o tanto como equipamento de lazer quanto com funções pedagógicas. Um elemento articulador entre pessoas da mesma vizinhança.

Esse caráter comunitário, ganha mais importância se colocado em regiões como a escolhida, que carece de inserção na cidade, com poucas conexões viárias, muitos muros e pouca movimentação de pessoas, passando uma sensação de insegurança. Nessa região, o Horto do Ipê, não há equipamentos, o que a torna um local isolado e desinteressante para a população.

É verdade que outros equipamentos públicos poderiam ser escolhidos para suprir essa função de atrativo local – um centro cultural, um clube de esportes, um teatro. Mas a escola permite um atrativo a mais - ela é um espaço de convivência cotidiano, familiar, praticamente a todos. Ela cria rotinas, fornece aos alunos uma noção de pertencimento. Como seu principal uso é diário, há poucas chances dela se tornar um lugar vazio. Assim, ela carrega um forte apelo como equipamento popular, uma vez que tem um público certo, fixo, que pode estimular outros usuários próximos a ela, se apropriarem, também, do espaço. Em contrapartida, ao fornecer uma nova dinâmica enriquecedora para o bairro, agregando à escola, programas de lazer mais completos, como mostraram algumas das referências consultadas neste trabalho, o método de ensino é enriquecido, trazendo assim benefícios para todos.

Por isso, o projeto visou uma arquitetura escolar voltada tanto para os alunos quanto para a vizinhança, conciliando as funções de uma boa educação com uma abertura a comunidade. Buscou-se, para ampliar o raio de ação da proposta, ocupar vários terrenos, trabalhando com uma adaptação do conceito de “Escola Parque”, de Anísio Teixeira. Assim, propõe-se a criação de edifícios que atuem como impulsionadores de diálogos com a cidade, em diversos níveis, mudando a situação urbana problemática de um lugar.

Objetivo

O objetivo é trabalhar com o projeto de arquitetura escolar, mas não só restringindo-se ao modelo tradicional da escola brasileira – pretende-se explorar a escola como equipamento público focal de uma comunidade, indutora de vida urbana e de relações de pertencimento entre comunidade e lugar. Desenvolver um projeto de múltiplas funções, com um programa diferenciado, que enriqueça o aprendizado dos alunos e o dia-a-dia da comunidade. E dessa forma, ratificar o ofício do arquiteto como grande colaborador para mudanças nas estruturas sociais, detentor de forte potencial para melhorar a vida das pessoas, em suas diversas atividades cotidianas e fundamentais.

Objeto

Pretende-se materializar essas vontades no projeto de um “sistema” de escolas públicas, atreladas a programas culturais e de lazer. Neste sistema, os edifícios serão distribuídos em diversos terrenos, mas serão pensados como uma única escola, completa e “explodida”. O conceito é o de uma adaptação de sistemas de ensino integral, estudados, mas que permita também um diálogo mais intenso com a cidade além dos muros da escola.

Metodologia e Resultados

Na primeira parte do trabalho, foram realizadas pesquisas para ajudar na conceituação e construção do problema trabalhado, bem como na formulação dos resultados pretendidos. Foram realizadas pesquisas sobres histórico da arquitetura escolar brasileira, parâmetros técnicos para esse tipo de edifício, bem como de referência projetuais.

Na segunda etapa, com base nessas pesquisas, estabeleceu-se o programa de necessidades, com todas as instalações almejadas, dimensionando e qualificando os espaços.

A escola foi dividida em quatro terrenos. Em cada um deles, funciona um dos ciclos da educação básica (Ed. Infantil, Ens. Fundamental I, Ens. fundamental II e Ens. Médio) e, associados a esses ciclos, os programas complementares, com atividades culturais, e de lazer que extrapolam (e complementam) o currículo básico. Esse programa de atividades extras (chamado "Programa Parque", em alusão a ideia de Anísio Teixeira) foi dividido em quatro grupos, um ocupando cada terreno - Artístico, Esportivo, Oficinas Profissionalizantes e Social. Começando a explorar o desenho, um projeto a nível de estudo de viabilidade foi desenvolvido para cada terreno.

Na última etapa do TFG, um dos terrenos foi escolhido para ser trabalhado mais profundamente, visando um exercício projetual mais completo. Escolheu-se a escola de Ens. Fundamental II, que funciona junto ao programa esportivo. Esse grupo de atividades pareceu interessante pois abrigava o maior terreno, com o programa mais complexo.

Os dois programas principais ocorrem em prédios separados, mas conectados por uma torre de circulação que serve a ambos. Para vencer os grandes vãos das quadras, o edifício esportivo conta com uma estrutura de pórticos de concreto armado. Já o escolar foi pensado de formas mais modular, para que possa ser construído com estrutura pré-fabricada, como é comum nas escolas públicas atuais. Uma das premissas foi construir edifícios que fossem “translúcidos” a quem transita por fora, para participar do movimento da rua. Por isso foram usados materiais como elementos vazados e telas perfuradas. Outro ponto principal do projeto é a criação de uma praça ampla, para fornecer um livre para a comunidade.

Ficha Técnica (Escola Fundamental II + Esportivo)

Endereço: R. Francisco da Cruz Melão, Horto do Ipê, Campo Limpo, São Paulo- SP
Área do Terreno: 4.626 m²
Área Construída: 11.434m²
Nº de Pavimentos Edifício Escolar: Térreo + 3
Nº de Pav. Edifício Circulação e Esportivo: Térreo +6
Nº de Pav. Edifício Anexo Campo: 3
Nº de Salas de Aula: 10
C.A.: 2,5 T.O.: 57%

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