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secao 4!

Direção de Arte em um Longa de Animação

Mariana Mouro Yovanovich

Silvio Soares Macedo

A direção de arte em uma produção de animação 2D tem inúmeras vertentes, podendo se focar apenas na parte de pesquisa, personagens, cenários, produção de modelos físicos, ou na parte de storyboards e na definição de estruturas de personagens, ou model sheet. No início a intenção era definir os personagens, cenários e produzir storyboards das cenas principais. Foi uma ambição de projeto muito grande para o tempo de um ano de tfg, então ao longo do tempo algumas coisas foram deixadas de lado.

Sendo o tema direção de arte em um longa de animação, era necessário então ter uma história. Como o foco deste trabalho era a produção artística, então preferi escolher um livro para me basear como roteiro. A escolha de uma história pronta também poderia ser associada em arquitetura como a escolha de um terreno, onde o aluno encontra seus limites e suas inspirações. O livro escolhido foi “O Fabuloso Maurício, e seus Roedores Letrados”, do autor britânico Terry Pratchett. Para a adaptação inicialmente tentei adaptar a história para um longa de 120 min, o que estava sendo um grande desafio. Como o autor do livro tem uma influência muito grande em seu país, comecei a pesquisar as inúmeras adaptações feitas de seus livros, e me deparei com os três últimos longas live action que foram feitos, os livros foram adaptados como especiais de televisão, divididos em duas partes de 120 min cada. Como já havia histórico de adaptações animadas em 2D e stop motion de livros do autor, decidi então dividir a história em duas partes também, de 120 min cada, como as adaptações que estavam sendo feitas. Devido à grande repercussão do autor, e sua recente aquisição de uma produtora de televisão para a produção das adaptações de seus livros, conclui que minha proposta de adaptação poderia ser viável.

Em síntese, a história gira em torno de Maurício, um gato falante trapaceiro, que lidera um grupo composto por ratos falantes e um garoto flautista, que passa de cidade em cidade aplicando o famoso golpe do flautista rateiro. Eles fingem uma infestação e o garoto toca sua flauta, levando embora todos os ratos e um brilhante prêmio em dinheiro. Mas quando Maurício e seus comparsas decidem aplicar seu último golpe na cidade de Panqueca Estragada, percebem que por lá nem tudo é o que parece. A cidade já está sofrendo uma infestação de ratos, as provisões são escassas, as ruas e túneis cheios de armadilhas mortíferas, e uma maligna presença parece pairar sobre o subterrâneo da cidade.

No TFG I foram feitas pesquisas de estilo e de desenho, e após algum tempo percebi que meu nível de desenho não estava correspondendo às minhas expectativas, além de não ter uma velocidade de produção condizente com a quantidade a ser produzida. Posso afirmar que no fim, o TFG I serviu como um tempo para desenvolver minhas habilidades de desenho, mais do que a produção final do trabalho. Durante este primeiro semestre meu foco de trabalho acabou sendo mais os personagens do que cenários, os quais eu tinha uma certa dificuldade de produzir. No fim, percebi que havia muitas lacunas na minha habilidade de desenho a serem preenchidas, afim de dar continuidade ao trabalho.

Percebendo estas dificuldades, voltei um pouco atrás no trabalho e comecei a estudar mais estilos de personagens, bem como estilos de cenários e fotografia de várias animações. Este tempo de estudo, que foi entre o TFG I e TFG II foi muito importante para ajudar no desenvolvimento do trabalho no TFG II.

No TFG II, tendo o desenho de personagens mais maduro do que os cenários, acabei me focando mais na realização de cenários. Meus desenhos de personagens possuíam mais maleabilidade de traço, enquanto que os cenários eram mais rígidos.

Muito tempo foi dedicado a esta parte, até que eu encontrasse um ponto em que eu me sentisse mais confortável com desenhos de espaço, tanto quanto o de personagens. Novamente estudei mais ainda cenários já desenvolvidos para animações 2D, a fim de criar mais repertório. No fim optei pelo estilo de cenários mais simples, como os utilizados para séries animadas para televisão, como Hora de Aventura e Gravity Falls, então finalmente me senti apta a começar a produzir os cenários.

Uma das minhas dificuldades para cenários era desenhar o espaço já incluindo todos os móveis e objetos, então comecei a desenhar o estudo dos mesmo a parte, afim de compreender os objetos a serem incluídos no espaço, para aí então juntá-los.

No fim eu escolhi os personagens que julgava serem os mais importantes e fui finalizando um a um, primeiramente fazendo o desenho e contorno a mão, e depois finalizando com pintura digital. Os cenários passaram pelo mesmo processo de produção. Um dos motivos que me impedia de finalizar os personagens e cenários anteriormente era a de que eu não conseguia sentir que eu chegava em um resultado final que me satisfazia por completo, as ilustrações finais são as que mais me agradaram até então.

Para o caderno final minha vontade desde o começo era a de montar um livro da arte da animação. Então montei o mesmo mais ou menos com o mesmo processo que se monta um caderno da arte de um longa de animação, colocando meus desenhos e sketchs dos personagens e cenários em ordem cronológica, até o resultado final. Além disso também discuti a adaptação da história, além de aprofundar melhor na sua narrativa. Junto com o caderno foi entregue também o roteiro da animação, que chegou a ser produzido por completo.

Como eu mencionei no começo do texto, há algumas coisas que não foi possível produzir, com os storyboards. Cheguei a fazer alguns estudos de storyboards, porém eles levavam muito tempo a serem produzidos, então acabei mudando o foco para a parte que mais me importava: personagens e cenários. No fim, um dos meus maiores objetivos com este TFG era a de praticar e evoluir minhas habilidades de desenho, e isto certamente consegui alcançar.

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