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secao 4!

A relação do pedestre na cidade

Taissa Tiemi Tanobe da Cruz

Eduardo A. C. Nobre

“First, we shape the cities. Then, they shape us”
“Primeiro, nós moldamos as cidades. Depois, elas nos moldam”
(Gehl, Cities for People, 2010, tradução da autora)

Este trabalho tem como principal propósito o estudo da relação do pedestre com a cidade, comparativamente a outros meios de transporte, como os motorizados. Pretende-se avaliar, entender e argumentar como o ato de caminhar afeta a per¬cepção e concepção de espaço na sociedade, além de contribuir direta e/ou indiretamente para uma cidade mais segura, mais sustentável e melhor utilizada (Gehl, 2010).

Para melhor compreender a relação do pedestre com a cidade, almeja-se analisar a sua condição no mundo atual, focando o estudo em algumas de suas principais metrópoles globais. Busca-se entender a relação do ser humano com a cida¬de, e estender essa compreensão à nossa metrópole, questionando-nos como e porque uma rua movimentada é sinônimo de um grande fluxo de não motorizados, além de abordar a questão da segurança e da sensação de pertencer ao espaço urbano. Busca-se ainda responder a indagações conceituais, por exemplo, como perdemos na metrópole a escala do ser humano ao longo dos anos e nos entregamos a escala do automóvel e dos arranha-céus.

Este estudo ainda observa os impactos ambientais, econômicos e sociais causados pelo atual modelo de transporte, e como, a partir dos anos 1980, este modelo começou a modificar a concepção urbanística em algumas cidades, levando seus cidadãos a rever suas prioridades. A partir disso, passou-se a adotar medidas de moderação de trânsito (traffic calming), no intuito de (re)tomar os espaços públicos como espaços de convívio e de tornar as vias urbanas compatíveis com diferentes modos de transporte, além do individual (Urbes, 2010).

Nesta dissertação, disseca-se também o conceito de walkability, ou "caminhabilidade" e como sua existência vem de uma mudança nos paradigmas da mobilidade urbana . O modelo rodoviarista das cidades, vigente atualmente, já se mostrou ineficaz em muitos pontos e o ato de caminhar pode ser a solução para grande parte dos nossos problemas efetivos. Ao tentar se criar uma cidade amigável ao pedestre, tentamos nos reapropriar do espaço urbano muitas vezes ermo e mal utilizado, voltando ao conceito original de cidade - um espaço pensado para as pessoas e suas relações interpessoais.

Para isso, inicialmente fez-se uma grande revisão teórica do assunto, estudando propostas e revitalizações de grandes centros urbanos rodoviaristas ao redor do mundo, seus conceitos e suas aplicações. Também foram abordados estudos so¬bre as dimensões e resoluções dessas propostas no strictu sensu, como o problema das calçadas e sua responsabilidade, até o latto sensu, como a importância de um plano diretor que esmiuça a questão do pedestre, influenciando uma região. Através dessa análise bibliográfica, pode-se criar um compilado de leis e políticas públicas utilizado para incentivar o uso dos centros urbanos e comerciais pelos pedestres e criar propostas para implementá-las na nossa cidade, buscando, como dizia Hannah Arendt, a “coexistência em sua pluralidade infinita” (Arendt, 1958).

Logo após, retomou-se essas leis e políticas públicas citadas acima, focando a análise nas metrópoles que promoveram planos urbanísticos direcionados a pedestres e que foram bem sucedidas. Analisou-se até onde eles podem ser aplicadas na nossa grande urbes. Finalmente, fez-se um apanhado geral da condição do pedestre nos dias de hoje e da condição do pedestre na cidade de São Paulo. Sua facilidade de deslocamento, seus incentivos, seus principais eixos e motivos de locomoção.

Após levantamento, dissertou -se sobre a área de Pinheiros, que foi escolhida como modelo de análise e projeto. Este trabalho criou um masterplan a ser implementado na região, em que os meios de transportes não motorizados ganham o primeiro plano - e passam a tentar conviver harmoniosamente com os motorizados presentes no local - e tentam humanizar a área já tão movimentada. Neste, considerou-se o uso atual de cada polo da região e tentou se trabalhar para reforçar e melhorar sua função.

Tal masterplan é dissecado mais para frente, exemplificando como as principais vias e fluxos se encontram atualmente e como poderão vir a ser, com cortes, plantas e algumas perspectivas para entendimento.

Trabalho disponível em: http://issuu.com/taissacruz/docs/caderno_final_web

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