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secao 4!

Patrimônio, Planejamento e Desenho Urbano.

Os Campos Elíseos como estudo de caso integrado.

Aline Elisabeth Bronkhorst

Eduardo Alberto Cusce Nobre

A motivação para este trabalho surgiu da percepção da falta de conectividade entre as diferentes legislações que regulam o espaço urbano, principalmente aquelas relacionadas com o patrimônio urbano da cidade e o plano diretor e a lei de uso e ocupação do solo. Para que uma determinada área urbana, com importância para a história da cidade seja de fato protegida se deve procurar pensar o desenvolvimento urbano pensando em todos os aspectos que envolvem o território urbano. Pensar no patrimônio edificado existente, nas demandas de habitação social, nas dinâmicas da cidade, na área já construída, na população é uma necessidade para propor um projeto urbano que de fato proteja a história.

Para o projeto proposto foi escolhida a bairro dos Campos Elíseos, por ser um bairro central da cidade de São Paulo, ser o primeiro bairro planejado da cidade e ser representativo do desenvolvimento do tecido urbano no período de auge da economia cafeeira, ter um grande número de imóveis de interesse cultural e histórico protegidos pelo poder público, e por ter um grande potencial de desenvolvimento e adensamento e se inserir na dinâmica de reocupação e rehabitação do centro de São Paulo. O perímetro de estudo corresponde à área entre a Alameda Barão de Limeira, a Avenida Duque de Caxias e a ferrovia, totalizando 87.5ha.

Para o desenvolvimento do trabalho foram consultadas diferentes fontes históricas, para assim determinar as características urbanas do bairro que são importantes para o seu entendimento e sua preservação. Foram realizados diversos levantamentos, para o entendimento das atuais dinâmicas da cidade e juntamente com o histórico realizado foram propostas diretrizes de intervenção na área.

A área atualmente tem uma boa provisão de transporte público, com diversas estações de metrô e trem próximas, corredor de ônibus passando pela área e um terminal de ônibus. A mobilidade de ciclistas e pedestres ao contrário é bem mais difícil, sem a infraestrutura adequada, como ciclovias e calçadas e travessias de qualidade. São diversos também os equipamentos de saúde e cultura, que tem sua sede dentro do perímetro de estudo.

O patrimônio edificado da região, que é oficialmente protegido é aquele correspondente principalmente ao período da economia cafeeira, e ainda possui alguns exemplares de arquitetura fabril. Outros edifícios, característicos da ocupação dos anos 1950, e algumas vilas devem ser protegidos por fazerem parte da história do bairro.

O projeto apresentado foi pensado considerando que a demanda por habitação social no bairro é alta, que há poucas áreas verdes de qualidade, que a área dos Campos Elíseos possui grande potencial de expansão e desenvolvimento, a proteção do patrimônio edificado e social.

Ao estabelecer os eixos de corredores e faixas de ônibus, como os eixos de comércio e serviços e propondo a instalação de ciclovias nessas vias, foram criados também os eixos de desenvolvimento do bairro. É nos eixos da Alameda Barão de Limeira, Alameda Nothmann, Avenida Rio Branco e Avenida Duque de Caxias, onde estão os edifícios com maior gabarito e de uso misto, comercial no térreo e serviços ou residencial nos demais pavimentos. Para melhoria da mobilidade do pedestre foram alargadas as calçadas e nas quadras com comprimento maior que 150 metros, foram criadas passagens exclusivas para pedestres e ciclistas no interior das quadras.

Além disso, o núcleo que foi identificado como sendo o de desenvolvimento inicial do bairro, nos arredores do Palácio dos Campos Elíseos e do Largo Coração de Jesus, e onde estão localizados os edifícios mais importantes do período do café, foi protegido com edificações novas adjacentes de gabarito compatível e com alinhamento igual ao dos edifícios existentes.

Os equipamentos necessários para o atendimento da população existente e nova, foram instalados em edifícios vazios e na quadra demolida próxima a Estação Julio Prestes, e correspondem a equipamentos de educação, saúde e assistência social.

O plano de massas seguiu a implantação dos edifícios existentes, com a mistura de edifícios novos, áreas livres novas, edifícios tombados e outros que permaneceram. Com o alinhamento dos edifícios no limite do lote, criaram-se áreas livres no centro da quadras, que podem ser ora de acesso público, ora de acesso privado.

Um parque urbano foi criado na área da ferrovia, que teve seu leito deslocado para a face norte da área, e que conecta linearmente os eixos da Avenida Rio Branco, Alameda Nothmann e Avenida Duque de Caxias. Este parque além de ter diferentes características, lazer, contemplação entre outros, faz a travessia da ferrovia de uma maneira mais convidativa.

Além do parque foram propostas diferentes praças na área, com o intuito de aumentar a oferta de espaços livres, que atualmente se restringe ao Largo Coração de Jesus, Praça Julio Prestes e Praça Princesa Isabel. E por fim os pátios internos da quadra, que são de acesso privado.

Como resultado a área terá 35.000 novos moradores, numa densidade final de 400hab/há; 10.900 unidades residências, das quais 3.000 são para ZEIS; 10,5 ha de áreas livres novas e espaços para comércio, serviços e equipamentos públicos novos.

Trabalho disponível em: http://issuu.com/alineelisabethbronkhorst/docs/tfg_aline_bronkhorst_patrim__nio_pl

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