Após anos distante da agenda pública, a discussão sobre o espaço e a vida urbana voltaram a ser destaque nos debates, sejam eles acadêmicos, políticos ou populares; talvez incentivados pelos problemas e resultados da falta de planejamento nas ultimas décadas. Porém diferente do que temos visto acontecer nas grandes cidades, onde a população procura caminhos para a participação da produção do espaço urbano, elevando o nível da discussão acerca deste tema, nas pequenas cidades - maioria no país - este debate ainda encontra-se bastante prematuro e superficial, seja por vontades políticas ou pela falta de corpo técnico capaz de embasar e alimentar a discussão.
Neste sentido, o exercício desenvolvido, mais do que uma resposta, uma solução estática, pronta, definitiva para o município de Assis-SP, vem como um elemento provocador, tentando-se fazer um catalizado capaz de estimular a discussão acerca da cidade e da participação do cidadão na sua produção, evidenciando a necessidade de que os olhares se voltem para o espaço urbano e para a importância da sua construção enquanto espaço de ação e de formação da sociedade.
O trabalho, exposto sempre de forma a facilitar sua leitura não só para pessoas da área mas também para leigos e demais interessados, foi dividido em três fases distintas. Na primeira, de reconhecimento, é feita a leitura das dinâmicas sócioespaciais da cidade através de sua história, da configuração de seu território urbano e da sua paisagem. O entendimento da formação da cidade e dos diversos agentes que atuaram nos seus mais de 100 anos de historia, bem como uma série de mapografias agrupando informações de diversas setores responsáveis pela gestão da cidade são elaborados de forma a dar legibilidade aos dados e assim entender a configuração e as divesas dinamicas dentro do ambiante urbano.
Na etapa posterior, já munido do diagnostico sobre a cidade, foram propostas algumas diretrizes urbanisticas, abordando os principais temas e carências da cidade; mobilidade urbana, meio ambiente, sistemas de espaços livres, padrões de ocupação do solo, bem como evidenciados a importância de instrumentos urbanísticos e da criação de uma metodologia que garanta uma gestão urbana realmente participativa.
Por ultimo, um ensaio projetual sobre orla ferroviária - escolhida não só por sua importância história mas por conseguir representar as diversas realidades encontradas na cidade - propõe um novo eixo estruturador do espaço urbano, explorando as potencialidades ao logo de cada trecho reatando o tecido urbano e dissolvendo assim seu carater de barreira e criando novas centralidades ao longo de seu percurso. Tal proposta busca evidencias as possibilidades de trazer tal área ao cotidiano urbano, devolvendo esta paisagem histórica á cidade, afim de ressignificá-la e reafirmá-la dentro das dinâmicas sociais e da memória coletiva.
Trabalho disponível em: http://issuu.com/bruno.spinardi.silva/docs/tfg_assis_reconhecimento_e_ensaios_
