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secao 4!

Caminhos no Centro de Atibaia

Carina Brugnera Silva

Andreina Nigriello

EVOLUÇÃO URBANA

Este trabalho trata-se de um estudo a respeito das condições de deslocamento na cidade de Atibaia, distante 60km de São Paulo. Para efeito de análise, foram consideradas diversas escalas, desde a da Macrometrópole Paulista até a escala intraurbana, em que aspectos como a evolução da ocupação do território atibaiense ao longo dos anos foram abordados. Este estudo inicial evidenciou alguns problemas, como a segregação sócio-espacial do território urbano, a expansão da mancha urbana de forma descontínua, as consequências de um rápido crescimento populacional sem o planejamento adequado, o aumento exacerbado da frota de veículos, entre outros, e como estas questões refletem-se na mobilidade urbana, no dia a dia dos moradores.

APROXIMAÇÃO DO RECORTE

Assim, dentre os problemas levantados, um que suscitou maior interesse pessoal para se realizar uma proposta foi a atual condição Centro Histórico. Este ainda se apresenta na cidade como um Centro tradicional, principal. Abriga a maior parte dos serviços e comércio. Suas praças, apesar de seu estado de conservação, atraem pessoas em diversas partes do dia. Os principais edifícios histórico-culturais estão nele, como a Igreja da Matriz, o Mercado Municipal e a antiga Casa de Câmara e Cadeia, atual Museu Municipal. No entanto, o que se observa atualmente é uma perda da qualidade ambiental nesta região. O número excessivo de carros, motocicletas, ônibus e pedestres que circulam por ali tornam o Centro um lugar desagradável, aquém de seu potencial. Ocorre uma grande disputa pelo espaço, na qual o automóvel individual acaba sendo privilegiado em diversos aspectos, seja nos cruzamentos entre vias ou na quantidade de vagas de estacionamento a eles destinada.

Tendo isso em mente, pensou-se em uma proposta de intervenção nos espaços públicos e livres ali presentes, de modo a preservar as características de centro histórico e comercial a partir do ponto de vista da mobilidade urbana. Através de um diagnóstico dos principais problemas enfrentados por quem circula e chega ao Centro, foi possível definir quais as intervenções plausíveis para que estes pudessem ter suas condições melhoradas.

A aproximação deste recorte se dá em dois níveis: o do acesso e o da permanência. O primeiro diz respeito a uma escala maior, pois depende dos eixos de circulação da cidade como um todo, mas também inclui os equipamentos responsáveis pela chegada ou saída do Centro, como os pontos de ônibus, inserido dentro do recorte. Por outro lado, o segundo refere-se aos elementos inseridos no recorte propriamente dito, como é o caso das calçadas, e de que modo estes influenciam na circulação dentro da área delimitada.

DIRETRIZES

A proposta final tem como diretriz principal priorizar o pedestre, devolvendo a este a possibilidade de acessar e ocupar os espaços públicos do Centro com segurança e tranquilidade, de uma forma democrática. Portanto, é importante criar condições para que este seja acessado a partir de qualquer ponto da cidade por transporte público e por qualquer cidadão.

PROPOSTA FINAL

As propostas foram divididas entre “acesso” e “permanência”, o que permite uma abordagem específica para cada um deles. A partir de um diagnóstico pensado com esta divisão, surgiram elementos problemáticos, passíveis de intervenção. Os elementos considerados como elementos de acesso foram: as ruas, os pontos de ônibus, o terminal rodoviário e o escadão. Os considerados como de permanência foram as calçadas, o leito carroçável e as vagas de estacionamento.

O projeto final foi uma série de intervenções, em cada elemento, de modo se propor uma solução para cada problema levantado. Aproveitando o viário já existente, mas redirecionando o fluxo, foi proposta uma Via Perimetral, no limite do recorte, pela qual os veículos individuais que desejassem apenas cruzar o Centro passassem. Esta via também abrigaria o trajeto dos ônibus e uma ciclovia. O estacionamento seria proibido.

O terminal rodoviário atualmente encontra-se sobrecarregado e em má conservação, bem como sua praça adjacente. A proposta de intervenção na região seria uma ligação física entre ambos, e uma reorganização do fluxo dos ônibus. O terminal receberia apenas os ônibus municipais e intermunicipais, deixando os interurbanos para um terminal a ser construído às margens da Rodovia Fernão Dias, conforme projeto já existente da Prefeitura da Estância de Atibaia. Com a supressão da rua lindeira, seria possível criar uma conexão direta do comércio existente com a praça, aumentando a área de livre destinada ao pedestre.

O “Escadão” é um importante eixo de ligação entre a Av. Lucas Nogueira Garcês (principal vetor de crescimento da cidade) e o Centro. Apenas para pedestres, trata-se de uma escadaria que vence um desnível de 54m. Suas margens possuem, na metade inferior do percurso, mata, e, na metade superior, edificações que “dão as costas” para ele. É um local evitado pelos moradores graças à falta de segurança. Foi proposto um elevador urbano, integrado ao sistema de transporte público, capaz de transportar pessoas e bicicletas e ancorado na metade superior do percurso pelo edifício já existente, o qual receberia um novo uso de modo a atrair mais pessoas. O elevador seria um marco na paisagem e um novo ponto turístico, uma vez que a sua implantação lhe confere uma vista panorâmica para a cidade e a Pedra Grande.

Por sua vez, passando agora para o âmbito da permanência no Centro, tem-se a rua como principal representante do espaço público. Estas estão sobrecarregadas, perigosas. Na proposta, tiveram seus sentidos alterados e, baseando-se na quantidade de pedestres e na largura das calçadas, algumas tiveram o tráfego de veículos interrompido, tornando-se exclusivamente de pedestres. Outro ponto crucial, provindo da atual herança cultural de priorização do carro, é a quantidade de área pública destinada ao estacionamento do veículo individual. Neste caso, tornou-se praticamente proibido estacionar na zona definida pelo recorte, o que criaria condições mais seguras e confortável para o pedestre, com o alargamento das calçadas através das áreas antes ocupadas por veículos.

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