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secao 4!

Aeroporto da Baixada –

projeto do terminal de passageiros para o aeroporto metropolitano da baixada santista

Raoni Cursi Alejandro do Nascimento

José Borelli Neto

A escolha do local de implantação deste projeto partiu das discussões que se prolongaram durante os últimos anos na região, apesar de a ideia ser relativamente antiga, a respeito da criação de um aeroporto metropolitano na Baixada Santista, a fim de atender à região e com o pretexto estrategicamente aplicado de suprir a alta demanda de vôos registrada anualmente nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos. O edifício proposto representa parte de um complexo aeroportuário a ser implantado no terreno onde atualmente encontra-se a Base Aérea Militar de Santos, um campo de aviação localizado no município do Guarujá, frente à entrada do canal de Bertioga e na divisa com o município de Santos. Tendo sua pedra fundamental lançada em 22 de outubro de 1922, a Base Aérea de Santos fora criada com o objetivo de realizar a guarda do porto de Santos e servir como núcleo de apoio à Força Aérea Brasileira nos serviços de patrulhamento da costa. O terreno da base, além de já ser utilizado para fins aeroportuários, situa-se em uma posição interessante no que diz respeito à proximidade com a área portuária e, portanto, com as empresas atuantes no setor, bem como o terminal marítimo de passageiros, um dos principais fatores de movimentação turística da região. Incluiu-se, portanto, como desafio para este trabalho, a adaptação de uma área já existente e de grande importância histórica e simbólica para a região, para um novo e moderno complexo aeroportuário. Representando os objetivos-base deste trabalho, estruturam-se quatro “pilares” que justificam a implantação de um complexo aeroportuário na região:
1) Organização do tráfego aéreo de São Paulo, com a distribuição de vôos domésticos entre Congonhas e a Baixada Santista, reservando Guarulhos e Viracopos aos vôos internacionais;
2) Desenvolvimento da infraestrutura de acesso à Baixada Santista e auxílio ao crescimento econômico e turístico da região;
3) Facilidade de acesso às empresas atuantes no Porto de Santos, bem como à nova sede da Petrobrás, em Santos;
4) Maior mobilidade de passageiros e mercadorias entre os transportes aéreo e marítimo devido à proximidade com os terminais portuários e de cruzeiros.

Integrando o estudo teórico, apresentaram-se os seguintes aspectos: Análise de impactos (positivos e negativos) a respeito da implantação do aeroporto; apontamento de pólos de desenvolvimento econômico e turístico na região; estudo de acessos; análise topográfica do entorno; análise do Plano Diretor Municipal do Guarujá; estudos técnicos de viabilidade; proposta prévia para o plano diretor aeroportuário; estudos de projeto: fluxos, configurações espaciais do edifício do terminal, dimensionamento do edifício e diretrizes para o conceito arquitetônico a ser adotado. Tais diretrizes consistiram nas seguintes premissas: Acesso ao edifício como elemento de grande importância em projeto; visão externa do terminal: forma e estrutura; uso da cobertura como elemento integrador do edifício e seus espaços; uso de grandes pés-direitos; aproveitamento da iluminação natural, transparências, ventilação e espaços verdes; conceder ao projeto características próprias e/ou de acordo com o local (cidade ou região).

O projeto para o terminal de passageiros do aeroporto da Baixada nasceu de um conjunto de símbolos que compõem o cenário caiçara da Baixada Santista. Barcos de pesca, mastros, cascos e, claro, o mar, estão literalmente por todos os lados, seja nos terminais portuários, seja nas praias. Santos e as demais cidades da região oferecem, ao mesmo tempo, a infraestrutura típica de grandes cidades e o cenário bucólico à beira-mar. Em uma mistura de saudosismo e contemporaneidade, deu-se forma ao edifício que abriria as portas da Baixada ao Brasil e também ao mundo. A organização básica do edifício se distribui da seguinte maneira: térreo, onde se concentram os serviçoes de check-in, despacho de bagagem e desembarque; 1º piso, onde se localizam as salas de embarque, e 3º piso, onde se encontram a praça de alimentação e a área administrativa. Sanitários, serviços bancários e de telefonia, setores de fiscalização/policiamento e módulos comerciais se distribuem ao longo de praticamente todos os níveis, acessíveis a passageiros, visitantes, funcionários e tripulantes. O terminal também está equipado com serviços médicos e ambientes que podem ser aproveitados para atender a vôos internacionais, caso necessário. Ao chegar ao terminal, os passageiros e visitantes se deparam com um grande e convidativo átrio que separa sutilmente por um jardim central os saguões de check-in e de desembarque, o que permite melhor organização dos fluxos de usuários no interior do edifício. Logo no térreo, o usuário encontra à sua disposição lojas, restaurantes, correios, farmácia, balcões de informações e serviços de taxi, ônibus, locação de veículos e turismo receptivo, entre outros. Ao subir para o 1º piso, em um mezanino ao longo de todo o átrio, passageiros e visitantes têm acesso a outras áreas comerciais, cafeterias, bancos e, localizada justo à frente das escadas rolantes centrais, a área de embarque com os telões eletrônicos que informam as partidas e chegadas. As salas de embarque estão divididas entre as alas Norte, com acesso aos portoes 1 e 2, e Sul, com acesso aos portões 3 e 4. Ambas as alas estão equipadas com lojas, cafés, sanitários e áreas VIP. No 3º piso encontra-se a área reservada à praça de alimentação com restaurantes e demais serviços alimentícios, além de um terraço panorâmico com vista para o pátio de aeronaves e pista de pouso e decolagens. A área administrativa foi locada ao longo deste piso, por tratar-se de escritórios e salas restritas aos funcionários. Deu-se especial atenção à concepção da estrutura do edifício, composta por pilares de concreto que sustentam os pisos superiores e a cobertura, ambos em estrutura metálica. A estrutura da cobertura parte, a partir do nível do primeiro piso, de pilares em “V” (apoiados nos pilares-base de concreto) que sustentam as treliças. Estas sustentam a casca externa que envolve o terminal e alcança o térreo passando sobre a via de acesso. Já parte da fachada frontal é composta por uma pele de vidro (assim como toda a fachada voltada para o pátio de aeronaves), onde treliças secundárias fornecem o apoio para a estrutura de fixação das placas de vidro.

FICHA TÉCNICA:

Aeródromo:
> Quantidade de pistas de pouso e decolagem: 1;
> Dimensões da pista: 1600/45m; Estacionamento (44.700m²):
> Vagas para automóveis: 1.524;
> Vagas para ônibus/vans: 25; Edifício do terminal de passageiros:
> Pavimentos no edifício: Térreo (30.670m²), 1º piso (18.594m²) e 2º piso (8.200m²);
> Balcões para check-in: 32;
> Escritórios da área técnica (back offices): 31;
> Esteiras para recolhimento de bagagem: 3;
> Equipamentos de raio-x para embarque: 4;
> Equipamentos de raio-x para desembarque: 2;
> Mesas para controle de imigração - embarque e desembarque: 8;
> Alas com salas de embarque: 2;
> Portões de embarque: 4;
> Pontes de embarque: 8;
> Módulos comerciais e de serviços: 75;
> Módulos comerciais na praça de alimentação: 10;
> Módulos na área administrativa: 18*. *Número ajustável, podendo-se subdividir ou unir determinados ambientes de acordo com a necessidade.

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