logofau
logocatfg
secao 4!

Arquitetura e Estrutura -

Definições de Projeto e Suas Implicações Estruturais

Ricardo Bozza

Milton Liebentritt de Almeida Braga

Este trabalho resulta da experiência profissional obtida em dezenove anos no ramo da construção civil, após nove anos de trabalho em escritórios de arquitetura e especialmente nos últimos sete anos trabalhando com projeto de estruturas em meu próprio escritório. A tentativa de integrar Arquitetura e Engenharia em um trabalho acadêmico surge da confrontação entre o que foi ensinado na escola e o que suponho ser necessário saber para atuar profissionalmente como arquiteto, após centenas de trabalhos e contato direito com arquitetos veteranos e recém-formados. O ensino de estruturas planificadas, apresentando apenas superficialmente como se dá o funcionamento tridimensional de uma estrutura dentro de um espaço construído e sem aprofundamento de como estruturas conhecidas foram solucionadas, ou seja, a desconexão do ensino com a realidade do mercado profissional, tornou-se a linha mestra para elaboração deste material. Inicialmente, é apresentado, sob meu ponto de vista, como a Resistência dos Materiais pode ser apresentada ao estudante de arquitetura. Nesse capítulo é tentado mostrar as propriedades geométricas e físicas dos elementos estruturais sem envolver qualquer número. Aqui foram abordados os tipos de forças, tensões (tração, compressão e cisalhamento) e esforços solicitantes (força normal de tração e compressão, cortante, momentos fletores e torsores) aos quais uma peça estrutural pode estar submetida e quais podem ser as condições sob tal esforço. Indico também conceitos geométricos básicos de elementos estruturais, tais como nós, vínculos e restrições, centros geométricos, de gravidade e de torção, momento de inércia e comprimento de flambagem. É apresentado de forma sucinta os conceitos de flambagem e empenamento e como se deu a evolução do cálculo de estruturas desde Bernoulli-Euler até o presente. A segunda parte traz uma categorização dos sistemas estruturais baseado nas premissas de Heino Engel (forma-ativa, vetor-ativo, seção-ativa, superfície-ativa, altura-ativa e sistemas híbridos), apresentando o funcionamento de cada um deles, suas vantagens e debilidades, empregabilidade e exemplificação através de obras notáveis. Quando necessário, uma descrição mais aprofundada de obras específicas que possua tais características, indicando as formas como foram utilizados os sistemas descritos e como se aperfeiçoou seu desempenho. As obras apresentadas foram o Aeroporto de Bangkok, de Werner Sobek; Rolex Training Center, de SAANA, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, de Affonso Reidy; HSBC Shanghai, de Norman Foster e; Boradgate Exchange House, do SOM. A terceira parte traz inicialmente conceitos para a produção do projeto estrutural sobre tridimensionalidade e inserção dessas questões no contexto tecnológico vigente (uso de computadores). Procura-se mostrar de que forma arquitetos e engenheiros podem trabalhar juntos e apresentando as necessidades específicas do processo de projeto estrutural avançado. Na sequência, estudos de casos de projetos que exigiram soluções complexas para atender às escolhas arquitetônicas, demonstrando seu funcionamento vetorial, quais foram os impactos espaciais, possíveis problemas de patologias futuras e, também, confrontação de soluções. Os projetos apresentando são trabalhos que produzi em meu escritório e exemplificam como as escolhas arquitetônicas podem ser solucionadas pela engenharia de estruturas e qual pode ser o impacto dessas escolhas na volumetria, funcionamento, estabilidade e segurança das edificações. São seis projetos que apresentam soluções para esbeltez de pilares metálicos, travamento de edificações elevadas do solo, análises de mapas de esforços em paredes de concreto, tratamento de vãos/pórticos de baixa inércia, desalinhamentos estruturais (transição) e circularidade de cargas, balanços exagerados e torção de vigas. Por fim, em anexo, uma exemplificação de como as estruturas evoluíram no decorrer da história, apresentando importantes edificações desde as Grandes Pirâmides até o séc. XXI e o aumento da complexidade espacial que tais estruturais obtiveram. A ideia é de um recorte específico na história das edificações sob o ponto de vista da sustentação dos edifícios e as condições tecnológicas vigentes para que isso fosse alcançado. É colocado de forma rápida o contesto brasileiro da arquitetura e engenharia nos últimos 150 anos. O objetivo do trabalho é expor, como estudante de Arquitetura, como as opções espaciais que fazemos podem comprometer de forma pontual ou global um espaço quando não é dada necessária atenção ao funcionamento da estrutura de suporte.

slideshow image

If you can see this, then your browser cannot display the slideshow text.

 

topo